Apóstolo Paulo — Perseguição, Conversão e Ministério

APÓSTOLO PAULO, MINISTÉRIO, CONVERSÃO, PERSEGUIÇÃO, ESTUDOS BIBLICOS
O registro bíblico apresenta Saulo, ou Paulo, como o “jovem” aos pés de quem as testemunhas falsas que apedrejaram o discípulo de Cristo, Estêvão, lançaram as suas próprias roupas exteriores. (At 6:13; 7:58) Paulo aprovou o assassínio de Estêvão e, devido a um zelo mal-orientado pela tradição, iniciou uma campanha de violenta perseguição contra os seguidores de Cristo. Quando estes estavam prestes a ser executados, ele votava contra eles. Na ocasião em que eram julgados nas sinagogas, ele procurava obrigá-los a retratar-se. Ele estendeu sua perseguição a outras cidades, além de Jerusalém, e até conseguiu autorizações por escrito do sumo sacerdote, para procurar discípulos de Cristo até bem ao N, em Damasco, na Síria, e para amarrá-los e trazê-los a Jerusalém, provavelmente para serem julgados pelo Sinédrio. — At 8:1, 3; 9:1, 2; 26:10, 11; Gál 1:13, 14.

Quando Paulo se aproximava de Damasco, Cristo Jesus se revelou a ele numa luz brilhante e o comissionou para ser servidor e testemunha das coisas que já tinha visto e ainda veria. Embora os que estavam com Paulo também tenham caído ao chão devido a esta manifestação e ouvido o som de alguém falando, apenas Paulo entendeu as palavras e foi cegado, precisando ser conduzido pela mão até Damasco. (At 9:3-8; 22:6-11; 26:12-18) Por três dias, ele nem comeu nem bebeu. Daí, enquanto orava na casa de certo Judas, em Damasco, Paulo, em visão, observou a Ananias, discípulo de Cristo, entrar e restaurar-lhe a vista. Quando a visão se tornou realidade, Paulo foi batizado, recebeu Espírito Santo, alimentou-se e recuperou as forças. — At 9:9-19.

O registro em Atos 9:20-25 diz que Paulo passou algum tempo com os discípulos em Damasco e que “imediatamente” começou a pregar nas sinagogas ali. Descreve sua atividade de pregação até a ocasião em que se viu obrigado a deixar Damasco, devido a um complô armado contra sua vida. Por outro lado, a carta de Paulo aos gálatas fala que, depois de sua conversão, ele foi à Arábia e daí retornou a Damasco. (Gál 1:15-17) Não é possível atribuir à viagem para a Arábia um lugar definido na ordem desses eventos.

Paulo talvez tenha ido à Arábia logo após sua conversão a fim de meditar na vontade de Deus para ele. Em tal caso, o emprego, por Lucas, da palavra “imediatamente” significaria que Paulo iniciou sua pregação imediatamente depois de voltar a Damasco e passar a associar-se com os discípulos ali. No entanto, em Gálatas 1:17, Paulo evidentemente frisa o fato de que não subiu de imediato a Jerusalém; que a Arábia foi o único lugar além de Damasco em que esteve durante esse período inicial.

Portanto, a viagem à Arábia não precisa ter necessariamente ocorrido logo depois de sua conversão. Pode ser que Paulo tenha primeiro passado alguns dias em Damasco e logo em seguida renunciado publicamente a seu proceder anterior de oposição, expressando, nas sinagogas, a sua fé em Cristo. Depois disso, é possível que tenha feito a viagem à Arábia (cujo propósito real não é revelado) e que, ao voltar, tenha continuado sua pregação em Damasco, tornando-se mais ardoroso nisso, a ponto de seus oponentes procurarem matá-lo. Os dois relatos são complementares, em vez de contraditórios, e a única questão é concernente à ordem precisa dos eventos, que simplesmente não é fornecida.

Chegando a Jerusalém (talvez em 36 EC; os três anos mencionados em Gálatas 1:18 significando possivelmente partes de três anos), Paulo verificou que os irmãos ali não criam que ele fosse discípulo. No entanto, “Barnabé veio . . . em seu auxílio e o conduziu aos apóstolos”, evidentemente Pedro e “Tiago, irmão do Senhor”. (Tiago, embora não fosse um dos 12, podia ser chamado apóstolo por ser apóstolo da congregação de Jerusalém.) Paulo permaneceu com Cefas (Pedro) por 15 dias. Enquanto em Jerusalém, Paulo falou denodadamente no nome de Jesus. Quando os irmãos ficaram sabendo que, por causa disto, os judeus de língua grega procuravam matar Paulo, eles “trouxeram-no para baixo a Cesaréia e o enviaram a Tarso”. — At 9:26-30; Gál 1:18-21.

Parece que Paulo (por volta de 41 EC) teve o privilégio de ter uma visão sobrenatural tão real que ficou sem saber se seu arrebatamento até o “terceiro céu” se dera no corpo ou fora do corpo. O “terceiro céu” parece referir-se ao grau superlativo de êxtase em que Paulo teve a visão. — 2Co 12:1-4.

Mais tarde, Barnabé levou Saulo de Tarso a Antioquia, para ajudar na obra realizada ali entre as pessoas de língua grega. Por volta de 46 EC, depois de um ano de labuta em Antioquia, Paulo e Barnabé foram enviados pela congregação a Jerusalém com uma subministração de socorros para os irmãos ali. (At 11:22-30) Acompanhados de João Marcos, retornaram a Antioquia. (At 12:25) Depois disso, o espírito santo orientou que Paulo e Barnabé fossem colocados à parte para uma obra especial. — At 13:1, 2.