Aristarco: Companheiro Leal (Part. 2)

Aristarco: Companheiro Leal (Part. 2)
Esta vez, a situação era bem diferente. Paulo estivera preso por dois anos em Cesaréia, havia apelado para César e estava sendo enviado em cadeias a Roma. (Atos 24:27; 25:11, 12) Procure imaginar como se sentiram os companheiros de Paulo. A viagem de Cesaréia a Roma seria longa e emocionalmente provadora, com um resultado imprevisível. Quem o podia acompanhar e dar-lhe apoio e ajuda? Dois homens foram escolhidos ou se colocaram à disposição como voluntários. Eram Aristarco e Lucas, o escritor de Atos. — Atos 27:1, 2.

Como conseguiram Lucas e Aristarco embarcar no mesmo navio no primeiro trecho da viagem para Roma? O historiador Giuseppe Ricciotti sugere: “Esses dois embarcaram como passageiros particulares . . . ou, mais provavelmente, foram admitidos pela bondade do centurião que fazia de conta que eram escravos de Paulo, visto que a lei permitia que o cidadão romano fosse assistido por um par de escravos.” Como Paulo deve ter-se sentido animado pela presença e pelo encorajamento deles!

Lucas e Aristarco demonstraram seu amor a Paulo a um custo e riscos. De fato, passaram por uma situação de perigo de vida quando, junto com seu companheiro cativo, sofreram naufrágio na ilha de Malta. — Atos 27:13–28:1.

Companheiro de cativeiro de Paulo: Quando Paulo escreveu suas cartas aos colossenses e a Filêmon, em 60-61 EC, Aristarco e Lucas ainda estavam com ele em Roma. Aristarco e Epafras são mencionados como ‘companheiros de cativeiro’ de Paulo. (Colossenses 4:10, 14; Filêmon 23, 24) Portanto, parece que Aristarco compartilhou por algum tempo os laços de prisão de Paulo.

Embora Paulo fosse prisioneiro em Roma pelo menos por dois anos, permitiu-se-lhe viver sob guarda na sua própria casa alugada, onde ele podia proclamar as boas novas a visitantes. (Atos 28:16, 30) Aristarco, Epafras, Lucas e outros ministravam então a Paulo, ajudando-o e sustentando-o.

Um auxílio fortificante: Depois de se considerar os diferentes episódios em que Aristarco figura no registro inspirado da Bíblia, que quadro se apresenta? De acordo com o escritor W. D. Thomas, Aristarco “destaca-se como homem capaz de enfrentar oposição e de sair com a fé intacta e com a sua determinação de servir incólume. Destaca-se como homem que amava a Deus não só nos dias bons, quando o sol brilhava no céu azul, mas também durante escárnios e tempestade”.

Paulo diz que Aristarco e outros eram para ele “um auxílio fortificante” παρηγορία (Gr.: paregoría), quer dizer, fonte de consolo. (Colossenses 4:10, 11) Portanto, Aristarco, por consolar e animar Paulo, foi um verdadeiro companheiro em tempos de necessidade. Ter usufruído a companhia e a amizade do apóstolo por um período de vários anos deve ter sido uma experiência muito satisfatória e espiritualmente enriquecedora.

Nós talvez não passemos por situações tão dramáticas como as de Aristarco. Não obstante, uma lealdade similar para com os irmãos espirituais de Cristo e para com Deus é hoje necessária da parte de todos na congregação. (Note Mateus 25:34-40.) É provável que companheiros de adoração, nossos conhecidos, mais cedo ou mais tarde, sofram adversidades ou aflições, talvez por perderem alguém na morte, por doença ou outras provações. Por nos apegarmos a eles e lhes darmos ajuda, consolo e encorajamento, podemos ter alegria e mostrar que somos companheiros leais. — Note Provérbios 17:17; Atos 20:35.