Circuncisão (Part. 2)

Por que especificava a Lei que a circuncisão fosse feita no oitavo dia?

Yehowah não explicou isso, nem era necessário que o fizesse. Seus modos são sempre corretos; seus motivos, os melhores. (2Sa 22:31) Entretanto, nos últimos anos, o homem aprendeu alguns dos motivos físicos pelos quais o oitavo dia é um bom tempo para a circuncisão. Quantidades normais do elemento coagulador do sangue, chamado vitamina K, só são encontradas no sangue a partir do quinto ao sétimo dia após o nascimento. Outro fator coagulante conhecido como protrombina está presente no terceiro dia em quantidades de apenas 30 por cento do normal, mas no oitavo dia estas são mais elevadas do que em qualquer outro tempo na vida da criança — tantas quantas 110 por cento do normal. Portanto, seguir as instruções de Deus ajudava a evitar o perigo duma hemorragia. Conforme observou o Dr. S. I. McMillen: “Com base na consideração das determinações de vitamina K e de protrombina, o dia perfeito para se realizar uma circuncisão é o oitavo dia . . . [o] dia escolhido pelo Criador da vitamina K.” — None of These Diseases (Nenhuma Dessas Doenças), 1986, p. 21.

A circuncisão era usualmente, mas nem sempre, feita pelo chefe da casa. Em tempos posteriores, usava-se uma autoridade designada e treinada para esta operação. Já no primeiro século parece ter sido costumeiro dar nome ao menino quando era circuncidado. — Lu 1:59, 60; 2:21.

Durante a peregrinação de 40 anos no ermo, não se realizava a circuncisão de meninos. Assim, depois de cruzarem o Jordão, Josué fez com que todos os varões fossem circuncidados com facas de pederneira, em Gilgal, e Yehowah os protegeu até se recuperarem. — Jos 5:2-9.

Após o Exílio. Dois séculos depois de os judeus voltarem de Babilônia, a influência grega começou a predominar no Oriente Médio, e muitos povos abandonaram a circuncisão. Mas, quando o rei sírio Antíoco IV (Epifânio) proscreveu a circuncisão, ele encontrou mães judias dispostas antes a morrer do que a negar aos seus filhos o “sinal do pacto”. (Gên 17:11) Anos mais tarde, o imperador romano Adriano obteve os mesmos resultados quando proibiu aos judeus circuncidar seus meninos. Alguns atletas judeus, porém, que desejavam participar dos jogos helenísticos (em que os corredores não usavam roupa), esforçavam-se a se tornar “incircuncisos” por meio duma operação destinada a restabelecer certa semelhança de prepúcio, no empenho de evitar zombaria e ridículo. Paulo talvez aludisse a tal prática quando aconselhou aos cristãos: “Foi alguém chamado no estado circunciso? Que não se torne incircunciso.” (1Co 7:18) O verbo grego aqui vertido por ‘tornar-se incircunciso’ (epispáomai) significa literalmente “puxar sobre”, evidentemente referindo-se a puxar o prepúcio para a frente, a fim de se tornar como incircunciso. — Veja O Novo Testamento Interlinear.