Evangelho de João — Livro Amplamente Divulgado

As Boas Novas Segundo João têm sido a mais amplamente divulgada parte da Bíblia. Milhares de exemplares do Evangelho de João, em separado, foram impressos e distribuídos além de ele ser incluído nos exemplares da Bíblia inteira.

Valor. Em harmonia com a Apocalipse, em que Jesus Cristo declara que ele é “o princípio da criação de Deus” (Ap 3:14), João indica que Este estava com Deus “no princípio”, e que “todas as coisas vieram à existência por intermédio dele”. (Jo 1:1-3) Em todo o Evangelho, ele destaca a intimidade deste Filho unigênito de Deus com o seu Pai, e cita muitas das declarações de Jesus que revelam tal intimidade. Em todo o livro, deixa-se-nos cônscios da relação entre Pai e Filho, a sujeição do Filho e a adoração de Yehowah como Deus, pelo seu Filho. (Jo 20:17) Tal intimidade habilitou o Filho a revelar o Pai como ninguém mais poderia fazê-lo, e como os servos de Deus, dos tempos passados, jamais imaginaram. E João destaca o amor afetuoso do Pai pelo Filho, e por aqueles que se tornam filhos de Deus por exercerem fé no Filho.

Jesus Cristo é apresentado como o canal de Deus para a bênção da humanidade e como a única via de aproximação a Deus. Revela-se Jesus como o Único por meio de quem vêm a graça imerecida e a verdade (Jo 1:17), também como “o Cordeiro de Deus” (1:29), o “Filho unigênito de Deus” (3:18), o “noivo” (3:29), “o verdadeiro pão do céu” (6:32), “o pão de Deus” (6:33), “o pão da vida” (6:35), “o pão vivo” (6:51), “a luz do mundo” (8:12), o “Filho do homem” (9:35), “a porta” do aprisco (10:9), “o pastor excelente” (10:11), “a ressurreição e a vida” (11:25), “o caminho, e a verdade, e a vida” (14:6), e “a verdadeira videira” (15:1).

Enfatiza-se a posição de Jesus Cristo como Rei (Jo 1:49; 12:13; 18:33), também sua autoridade como Juiz (5:27), e o poder de ressurreição que lhe foi concedido pelo Pai. (5:28, 29; 11:25) João revela o papel de Cristo em enviar o Espírito Santo como “ajudador”, para atuar como recordador ou lembrador, como testemunha em favor de Jesus e como instrutor. (14:26; 15:26; 16:14, 15) Mas João não permite que o leitor perca de vista que se trata realmente do espírito de Deus, que emana de Deus e que é enviado por Sua autoridade. Jesus deixou claro que o espírito santo não poderia vir em tal qualidade a menos que Jesus fosse para o Pai, que é maior do que ele. (16:7; 14:28) Daí, seus discípulos fariam obras ainda maiores, pois Cristo estaria de novo com o seu Pai e responderia aos pedidos feitos em seu próprio nome, tudo com a finalidade de glorificar o Pai. — 14:12-14.

João também revela Jesus Cristo como o resgate sacrificial pela humanidade. (Jo 3:16; 15:13) Seu título, “Filho do homem”, nos faz lembrar que está mui intimamente vinculado ao homem por se ter tornado carne, sendo parente do homem, e, por tal motivo, conforme prefigurado na Lei, é o resgatador e o vingador de sangue. (Le 25:25; Núm 35:19) Cristo disse a seus discípulos que o governante deste mundo não tinha nenhum poder sobre ele, mas que havia vencido o mundo, e, em resultado disso, o mundo fora julgado e seu governante seria lançado fora. (Jo 12:31; 14:30) Encoraja-se os seguidores de Jesus a vencer o mundo por se manterem leais e íntegros a Deus, assim como Jesus. (Jo 16:33) Isto se harmoniza com as Revelações que João recebeu, em que Cristo repete a necessidade de ser vencedor, e promete ricas recompensas celestiais junto com ele aos que estiverem em união com ele. — Re 2:7, 11, 17, 26; 3:5, 12, 21.

A Passagem Espúria de João 7:53–8:11. Estes 12 versículos foram obviamente acrescentados ao texto original do Evangelho de João. Não se encontram no MS Sinaítico, nem no MS Vaticano N.° 1209, embora apareçam no Códice Bezae do quinto século, e em manuscritos gregos posteriores. São omitidos, contudo, pela maioria das versões antigas. É evidente que não constituem parte do Evangelho de João. Certo grupo de manuscritos gregos situa esta passagem no fim do Evangelho de João; outro grupo o coloca depois de Lucas 21:38, apoiando a conclusão de que é um texto espúrio e não-inspirado.


Esboço de João

Relato da vida de Jesus, pelo apóstolo João, destacando o tema de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, por meio de quem é possível ter vida eterna.

Escrito por volta de 98 EC, mais de 30 anos depois do último dos outros três Evangelhos e 65 anos depois da morte de Jesus.

A Palavra torna-se carne e é identificado como o Cordeiro de Deus, o Filho de Deus e o Cristo. ( 1:1-51)
A Palavra, que no princípio estava com o Deus, reside entre os homens, mas é rejeitado pelo seu povo; aqueles que o aceitam recebem autoridade para se tornar filhos de Deus.
João, o Batizador, testifica que Jesus é o Filho de Deus e o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
André, e depois outros, convencem-se de que Jesus é o Cristo.

Os milagres e a pregação de Jesus demonstram que ele é o Cristo, por meio de quem se pode obter a vida eterna. (2:1–6:71)
Em Caná, Jesus transforma água em vinho.
Ele diz a Nicodemos que Deus enviou Seu Filho unigênito, a fim de que os fiéis possam ter vida eterna.
Fala com uma mulher samaritana sobre a água espiritual que dá vida eterna, e identifica-se como o Cristo.
Jesus realiza milagres de cura; os judeus objetam quando a cura é realizada no sábado, e querem matá-lo.
Proclamando que aqueles que crêem nele têm vida eterna, Jesus prediz a ressurreição de todos os nos túmulos memoriais.
Alimenta milagrosamente 5.000 homens; quando a multidão quer fazê-lo rei, ele se retira; quando as pessoas continuam a segui-lo, ele se identifica como o pão que desceu do céu e diz-lhes que terão de comer sua carne e beber seu sangue se quiserem ter vida eterna.

Intensifica-se a hostilidade ao Filho de Deus. (7:1–12:50)
Jesus prega destemidamente na área do templo, embora os principais sacerdotes e os fariseus procurem pegá-lo.
Jesus anuncia que ele é a luz do mundo e que a verdade pode libertar seus ouvintes, mas estes tentam apedrejá-lo.
No sábado, Jesus cura um homem cego de nascença; os fariseus ficam furiosos.
Jesus identifica-se como o pastor excelente, explicando que suas ovelhas escutam a sua voz; os judeus de novo tentam apedrejá-lo.
A ressurreição de Lázaro enche os líderes religiosos judaicos de temor; decidem que tanto Jesus como Lázaro têm de morrer.
Jesus entra montado em Jerusalém e é aclamado como Rei pela multidão, mas não pelos fariseus.

Na última Páscoa, Jesus dá conselhos de despedida aos seus seguidores. (13:1–17:26)
Lava os pés deles para ensinar humildade e dá “um novo mandamento”, que se amem uns aos outros assim como ele os amou.
Identifica-se como o caminho, a verdade e a vida; promete enviar o espírito santo aos seus discípulos depois da partida dele.
Para darem frutos, seus seguidores têm de permanecer em união com ele, a verdadeira videira; mas, serão perseguidos.
Jesus ora a favor de seus seguidores e relata ao seu Pai que terminara a obra que se lhe dera para fazer, tornando manifesto o nome Dele.

Jesus é preso, rejeitado pela nação judaica e pregado numa estaca. (18:1–19:42)
Em Getsêmani, Jesus é preso; é levado perante Anás, Caifás e depois a Pilatos.
Ele diz a Pilatos que Seu reino não faz parte deste mundo.
Quando os esforços de Pilatos, de livrá-lo, são frustrados, Jesus é pregado numa estaca e morre.
José de Arimatéia e Nicodemos cuidam do sepultamento dele.

A evidência da ressurreição de Jesus conclui a prova dada por João, de que esse realmente é o Cristo. (20:1–21:25)
Jesus é visto por Maria Madalena, depois pelos demais discípulos, inclusive por Tomé.
Na Galiléia, ele realiza um último milagre, provendo uma pesca milagrosa, e depois dá a comissão: “Apascenta as minhas ovelhinhas.”