Orações requerem obras - Part 3

A Aplicação Deste Princípio

É evidente que Deus espera que sejamos coerentes, que ajamos em harmonia com as nossas orações, provando assim nossa sinceridade. Jesus mandou-nos orar: “Dá-nos hoje o nosso pão para este dia.” (Mateus 6:11) Portanto, todos os seus seguidores rogam corretamente a Deus neste sentido. Mas, será que esperamos que nosso Pai celestial responda a esta oração sem fazermos alguma coisa a respeito? Claro que não. Por isso, lemos: “O preguiçoso mostra-se almejante” — talvez até mesmo por orar — “mas a sua alma não tem nada”. (Provérbios 13:4) O apóstolo Paulo apresentou o mesmo argumento em 2 Tessalonicenses 3:10, dizendo: “Se alguém não quiser trabalhar, tampouco coma.” A oração pelo pão de cada dia precisa ser acompanhada pela disposição de trabalhar. É interessante notar que Paulo disse sabiamente que aqueles que não ‘quisessem trabalhar’ tampouco comessem. Alguns daqueles que querem trabalhar talvez estejam desempregados, doentes ou idosos demais para trabalhar. Querem mesmo trabalhar, mas isso está fora do seu alcance. Portanto, podem corretamente orar pelo seu pão diário e esperar recebê-lo.

Jesus também nos aconselhou a pedir ao seu Pai celestial o espírito santo. Conforme Jesus nos assegura, Deus está mais disposto a dar-nos o espírito santo do que os pais terrenos estão a dar boas coisas aos seus filhos. (Lucas 11:13) Mas, podemos esperar que Deus nos conceda seu Espírito Santo de modo milagroso, sem qualquer esforço da nossa parte? De modo algum! Temos de fazer tudo o que podemos para receber Espírito Santo. Além de orarmos por ele, precisamos nutrir-nos diligentemente da Palavra de Deus. Por quê? Porque Yehowah não dá seu Espírito Santo à parte da sua Palavra.

O princípio, de que orações requerem obras, aplica-se também às seguintes palavras do discípulo Tiago, meio-irmão de Jesus: “Se alguém de vós tiver falta de sabedoria, persista ele em pedi-la a Deus, pois ele dá generosamente a todos, e sem censurar; e ser-lhe-á dada.” (Tiago 1:5; Mateus 13:55) Mas concede-nos Deus tal sabedoria por meio de algum milagre? Não. Em primeiro lugar, temos de ter a atitude correta, como lemos: “Ensinará aos mansos o seu caminho.” (Salmo 25:9) E como ensina Deus os “mansos”? Por meio da sua Palavra. Novamente, temos de fazer esforço para entendê-la e aplicá-la, conforme indica Provérbios 2:1-6: “Filho meu, se aceitares as minhas declarações e entesourares contigo as minhas próprias ordens, de modo a prestares atenção à sabedoria, com o teu ouvido, para inclinares teu coração ao discernimento; se, além disso, clamares pelo próprio entendimento e emitires a tua voz pelo próprio discernimento, se persistires em procurar isso como a prata. . . , neste caso entenderás o temor a Yehowah e acharás o próprio conhecimento de Deus. Pois o próprio Yehowah dá sabedoria.”

Quando o Rei Salomão orou pedindo sabedoria e Deus respondeu milagrosamente à sua oração, aplicava-se ali também o princípio de que orações requerem obras? Sim, aplicava-se, porque se requeria de Salomão, como rei de Israel, escrever sua própria cópia da Lei, lê-la diariamente e aplicá-la na sua vida. Mas quando Salomão contrariou as instruções dela, como por multiplicar esposas e cavalos, suas obras não mais estavam em harmonia com as suas orações. Em resultado disso, Salomão tornou-se apóstata e morreu como tal, como “insensato”. — Salmo 14:1; Deuteronômio 17:16-20; 1 Reis 10:26; 11:3, 4, 11.

O princípio de que orações precisam ser acompanhadas por obras aplica-se também quando pedimos a ajuda de Deus para vencer algum hábito arraigado, egoísta. Poderiam ser citados muitos outros exemplos para provar que orações requerem obras. Mas os exemplos precedentes devem bastar para tornar bem claro que orações deveras requerem obras. Isto é bem lógico, porque não podemos esperar que Deus dê consideração favorável às nossas petições, se o ofendermos com a nossa conduta. Segue-se também que temos de fazer todo o possível para estar em harmonia com as nossas orações, se quisermos que Deus faça para nós aquilo que nós mesmos não podemos fazer. Deveras, os princípios de Yehowah são sábios e justos. Têm sentido, e é para nosso proveito que procedamos em harmonia com eles.



George H. West