Arrependimento (Part. 2)

Arrependimento Humano de Pecados: O que torna necessário o arrependimento é o pecado, deixar de satisfazer os justos requisitos de Deus. (1Jo 5:17) Visto que todo o gênero humano foi vendido ao pecado por Adão, todos os descendentes dele precisam arrepender-se. (Sal 51:5; Ro 3:23; 5:12) O arrependimento (seguido pela conversão) é um pré-requisito para que o homem seja reconciliado com Deus.

O arrependimento talvez se dê quanto ao inteiro proceder de vida da pessoa, proceder este que tem sido contrário ao propósito e à vontade de Deus, e que, ao invés, tem-se harmonizado com o mundo sob o controle do Adversário de Deus. (1Pe 4:3; 1Jo 2:15-17; 5:19) Ou talvez se refira a determinado aspecto da vida da pessoa, a uma prática errada que manche e macule um proceder de outro modo aceitável; poderá referir-se a apenas um ato de transgressão ou até mesmo a uma tendência, inclinação ou atitude errada. (Sal 141:3, 4; Pr 6:16-19; Tg 2:9; 4:13-17; 1Jo 2:1) Por conseguinte, o alcance das falhas pode ser mui amplo, ou bastante específico.

Similarmente, a extensão em que a pessoa se desvia da justiça poderá ser grande ou pequena, e o grau de lástima deveria ser, logicamente, comensurável ao grau do desvio. Os israelitas “se revoltaram profundamente” contra Yehowah, e estavam “apodrecendo” em suas transgressões. (Is 31:6; 64:5, 6; Ez 33:10) Por outro lado, o apóstolo Paulo fala do ‘homem que dá um passo em falso antes de se aperceber disso’, e aconselha os que possuem qualificações espirituais a ‘tentarem reajustar tal homem num espírito de brandura’. (Gál 6:1) Visto que Yehowah misericordiosamente leva em conta a fraqueza carnal de seus servos, eles não precisam ficar num estado constante de remorso, devido aos erros que resultam da imperfeição herdada. (Sal 103:8-14; 130:3) Se estiverem andando conscienciosamente nos caminhos de Deus, podem sentir-se alegres. — Fil 4:4-6; 1Jo 3:19-22.

O arrependimento poderá dar-se por parte daqueles que já usufruíram uma relação favorável com Deus, mas que se desviaram e sofreram a perda do favor e da bênção de Deus. (1Pe 2:25) Israel estava em pacto com Deus — era um “povo santo”, escolhido dentre todas as nações (De 7:6; Êx 19:5, 6); os cristãos também vieram a ter uma posição justa perante Deus, por meio do novo pacto mediado por Cristo. (1Co 11:25; 1Pe 2:9, 10) No caso daqueles que se desviaram, o arrependimento conduziu à restauração de sua relação correta com Deus, e aos benefícios e bênçãos consequentes de tal relação. (Je 15:19-21; Tg 4:8-10) Para os que antes não usufruíam tal relação com Deus, tais como os povos pagãos das nações não-israelitas durante o tempo em que vigorava o pacto de Deus com Israel (Ef 2:11, 12), e também as pessoas de qualquer raça ou nacionalidade que estão fora da congregação cristã, o arrependimento é um passo primário e essencial para poderem obter uma posição correta perante Deus, tendo em vista a vida eterna. — At 11:18; 17:30; 20:21.

O arrependimento pode dar-se em base coletiva, bem como individual. Assim, a pregação de Jonas provocou o arrependimento da inteira cidade de Nínive, desde o rei até “o menor deles”, pois, aos olhos de Deus, todos eram partícipes do erro. (Jon 3:5-9; compare isso com Je 18:7, 8.) A inteira congregação de israelitas que retornaram, às instâncias de Esdras, reconheceu sua culpa comunal perante Deus, expressando o arrependimento através de seus representantes principescos. (Esd 10:7-14; compare isso com 2Cr 29:1, 10; 30:1-15; 31:1, 2.) A congregação em Corinto expressou arrependimento por ter tolerado no seu meio um praticante de grave transgressão. (Veja 2Co 7:8-11; 1Co 5:1-5.) Até mesmo os profetas Jeremias e Daniel não se isentaram por completo de culpa ao confessarem as transgressões de Judá, que levaram à sua derrubada. — La 3:40-42; Da 9:4, 5.