Arrependimento (Part. 4)

Entender com o coração: Portanto, para haver arrependimento, primeiro é preciso ouvir e ver com entendimento, por causa dum coração receptivo. (Veja Is 6:9, 10; Mt 13:13-15; At 28:26, 27.) A mente não apenas percebe e capta o que o ouvido ouve e o olho vê, mas, o que é mais importante, os arrependidos ‘entendem [“o pensamento”, Jo 12:40] com o coração’. (Mt 13:15; At 28:27) Portanto, não se trata apenas dum reconhecimento intelectual do erro do seu proceder, mas de uma avaliação deste fato no coração. No caso dos que já têm conhecimento de Deus, pode tratar-se de ‘recordar no coração’ tal conhecimento Dele e de Seus mandamentos (De 4:39; compare isso com Pr 24:32; Is 44:18-20), para que “voltem ao seu juízo”. (1Rs 8:47) Com a correta motivação do coração eles podem ‘reformar a mente, provando a si mesmos a boa, e aceitável, e perfeita vontade de Deus’. — Ro 12:2.

Havendo fé em Deus e amor por ele no coração da pessoa, haverá sincera lástima, tristeza devido ao proceder errado. O apreço pela bondade e grandeza de Deus fará com que os transgressores sintam vívido remorso por terem lançado vitupério sobre Seu nome. (Veja Jó 42:1-6.) O amor ao próximo fará também que lamentem o dano causado a outros, o mau exemplo dado, talvez a forma como mancharam a reputação do povo de Deus entre as pessoas de fora. Procuram o perdão porque desejam honrar o nome de Deus e trabalhar para o bem de seu próximo. (1Rs 8:33, 34; Sal 25:7-11; 51:11-15; Da 9:18, 19) Penitentemente, sentem-se com o “coração quebrantado”, ‘quebrantados e humildes no espírito’ (Sal 34:18; 51:17; Is 57:15), sentem-se ‘contritos no espírito e tremendo da palavra’ de Deus, o que requer arrependimento (Is 66:2), e, na realidade, vêm “trêmulos a Yehowah e à sua bondade”. (Os 3:5) Quando Davi agiu tolamente na questão do recenseamento, seu ‘coração começou a bater nele’. — 2Sa 24:10.

Por conseguinte, precisa haver a decidida rejeição do proceder ruim, um ódio de coração a ele, repugnância a ele (Sal 97:10; 101:3; 119:104; Ro 12:9; compare isso com He 1:9; Ju 23), pois “o temor de Yehowah significa odiar o mal”, inclusive a exaltação de si próprio, o orgulho, o caminho mau e a boca perversa. (Pr 8:13; 4:24) Junto com isto, precisa haver o amor à justiça e a firme determinação de se aderir dali em diante a um proceder justo. Sem haver tanto este ódio ao que é mau, como o amor à justiça, não haverá força genuína para o arrependimento, nem se seguirá a verdadeira conversão. Assim, o Rei Roboão humilhou-se sob a expressão do furor de Yehowah, mas, depois, Roboão “fez o que era mau, pois não fixara firmemente seu coração em buscar a Yehowah”. — 2Cr 12:12-14; compare isso com Os 6:4-6.