Comentário de João 4:27
E nisto vieram os seus discípulos,... Bem na hora em que ele estava dizendo essas palavras acima, e se fazendo manifesto de tal maneira plena, seus discípulos, que tinham estado na cidade para comprar comida, vieram a eles:
E se maravilharam de que ele estava conversando com a mulher;... Ou com uma mulher; porque, de acordo com os cânones Judaicos, não era julgado decente, correto e próprio, nem mesmo legal, iniciar uma conversa, ou manter um diálogo prolongado com uma mulher. A regra deles é essa:
“Não multiplique uma conversa com uma mulher, com a mulher deles, muito menos com a mulher de seu próximo: portanto, os homens sábios dizem, em qualquer que seja o tempo que um homem multiplique um diálogo com uma mulher, ele é a causa do mal a si mesmo, e não obedece as palavras da lei, e, no final, descerá ao inferno.”[1]
E especialmente, isso se pensou não ser próprio em qualquer lugar público, como em uma hospedagem, ou na rua: portanto, eles dizem:[2]
“Que um homem não fale com uma mulher nas ruas, até mesmo com sua mulher; e nem é preciso dizer da mulher de outro homem.”
E, particularmente, se acreditava ser muito impróprio um homem religioso, um doutor, ou erudito, ou um discípulo de um homem sábio assim fazer. Essa é uma das seis coisas que são reprováveis a um erudito, “conversar com uma mulher na rua”.[3] E é até mesmo dito:[4]
“Que ele não fale com uma mulher na rua, seja ela sua esposa, ou sua irmã, ou sua filha.”
E, além disso, os discípulos podiam se maravilhar, não apenas que ele conversava com uma mulher, mas que ele estava falando com aquela mulher, que era Samaritana; visto que os Judeus não tinham conversa com os Samaritanos, homens ou mulheres: e a mulher estivesse tão admirada que Cristo devesse ter qualquer coisa a lhe dizer, e especialmente em pedir um favor a ela; porque embora eles pudessem, e, de fato, conversassem em assuntos de negócios, ainda assim eles não multiplicavam suas conversas, ou iniciavam um diálogo livre com eles: e pode ser que os discípulos pudessem ouvir o que ele disse a mulher, assim que eles chegaram; de forma que a admiração não era meramente com a conversa dele com uma mulher, e com uma mulher Samaritana, mas com o que ele disse a ela, que ele devesse, de forma tão clara, dizer a ela que ele era o Messias, quando ele se refreou de dizer assim aos homens.
Ainda assim, nenhum homem disse;... Nenhum, nem Pedro, como Nonnus observa, que era corajoso e adiantado para colocar ou fazer perguntas: “o que procuras?” ou qual era o pedido dela? É comida, ou bebida, ou o quê? “ou por que falas com ela?” quando não era costumeiro, nem legal. Pode ser considerado, se essas duas perguntas não pudesse se relacionar separadamente, uma para a mulher, a outra para Cristo; quanto a primeira:
O que procuras? Para a mulher; e o sentido é que nenhum homem disse-lhe: “o que queres com nosso mestre? O que estais inquirindo dele? O que queres dele? Ou o que buscas dele? E a segunda...
Por que falas com ela? Peculiarmente com Cristo. As versões Árabe, Persa e Etíope e a cópia antiga de Beza, de fato, leem: “nenhum homem disse a ele”; que limita ambas as perguntas a Cristo. Agora isso mostra a reverência que os discípulos tinham por Cristo, e a grande opinião que eles tinham sobre ele, que, o que quer que ele fizesse era correto, e feito sabiamente, embora parecesse estranho para eles, eles não poderiam questionar isso: No entanto, eles não pensaram que ele, que era o Senhor e mestre deles, fosse responsável por eles pelo que ele fazia; e eles não duvidavam de que ele tinha boas razões de ter agido assim.
Fonte: John Gill's Exposition of the Entire Bible
___________
Notas:
[1] Pirke Abot, c. 1. sect. 5. Abot R, Nathan, c. 7. fol. 3. 3. & Derech Eretz, fol. 17. 3.
[2] Bemidbar Rabba, seç. 10. fol. 200. 2.
[3] T. Bab. Beracot, fol. 43. 2.
[4] Maimon. Hilch. Dayot, c. 5. seç. 7.
E se maravilharam de que ele estava conversando com a mulher;... Ou com uma mulher; porque, de acordo com os cânones Judaicos, não era julgado decente, correto e próprio, nem mesmo legal, iniciar uma conversa, ou manter um diálogo prolongado com uma mulher. A regra deles é essa:
“Não multiplique uma conversa com uma mulher, com a mulher deles, muito menos com a mulher de seu próximo: portanto, os homens sábios dizem, em qualquer que seja o tempo que um homem multiplique um diálogo com uma mulher, ele é a causa do mal a si mesmo, e não obedece as palavras da lei, e, no final, descerá ao inferno.”[1]
E especialmente, isso se pensou não ser próprio em qualquer lugar público, como em uma hospedagem, ou na rua: portanto, eles dizem:[2]
“Que um homem não fale com uma mulher nas ruas, até mesmo com sua mulher; e nem é preciso dizer da mulher de outro homem.”
E, particularmente, se acreditava ser muito impróprio um homem religioso, um doutor, ou erudito, ou um discípulo de um homem sábio assim fazer. Essa é uma das seis coisas que são reprováveis a um erudito, “conversar com uma mulher na rua”.[3] E é até mesmo dito:[4]
“Que ele não fale com uma mulher na rua, seja ela sua esposa, ou sua irmã, ou sua filha.”
E, além disso, os discípulos podiam se maravilhar, não apenas que ele conversava com uma mulher, mas que ele estava falando com aquela mulher, que era Samaritana; visto que os Judeus não tinham conversa com os Samaritanos, homens ou mulheres: e a mulher estivesse tão admirada que Cristo devesse ter qualquer coisa a lhe dizer, e especialmente em pedir um favor a ela; porque embora eles pudessem, e, de fato, conversassem em assuntos de negócios, ainda assim eles não multiplicavam suas conversas, ou iniciavam um diálogo livre com eles: e pode ser que os discípulos pudessem ouvir o que ele disse a mulher, assim que eles chegaram; de forma que a admiração não era meramente com a conversa dele com uma mulher, e com uma mulher Samaritana, mas com o que ele disse a ela, que ele devesse, de forma tão clara, dizer a ela que ele era o Messias, quando ele se refreou de dizer assim aos homens.
Ainda assim, nenhum homem disse;... Nenhum, nem Pedro, como Nonnus observa, que era corajoso e adiantado para colocar ou fazer perguntas: “o que procuras?” ou qual era o pedido dela? É comida, ou bebida, ou o quê? “ou por que falas com ela?” quando não era costumeiro, nem legal. Pode ser considerado, se essas duas perguntas não pudesse se relacionar separadamente, uma para a mulher, a outra para Cristo; quanto a primeira:
O que procuras? Para a mulher; e o sentido é que nenhum homem disse-lhe: “o que queres com nosso mestre? O que estais inquirindo dele? O que queres dele? Ou o que buscas dele? E a segunda...
Por que falas com ela? Peculiarmente com Cristo. As versões Árabe, Persa e Etíope e a cópia antiga de Beza, de fato, leem: “nenhum homem disse a ele”; que limita ambas as perguntas a Cristo. Agora isso mostra a reverência que os discípulos tinham por Cristo, e a grande opinião que eles tinham sobre ele, que, o que quer que ele fizesse era correto, e feito sabiamente, embora parecesse estranho para eles, eles não poderiam questionar isso: No entanto, eles não pensaram que ele, que era o Senhor e mestre deles, fosse responsável por eles pelo que ele fazia; e eles não duvidavam de que ele tinha boas razões de ter agido assim.
Fonte: John Gill's Exposition of the Entire Bible
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Notas:
[1] Pirke Abot, c. 1. sect. 5. Abot R, Nathan, c. 7. fol. 3. 3. & Derech Eretz, fol. 17. 3.
[2] Bemidbar Rabba, seç. 10. fol. 200. 2.
[3] T. Bab. Beracot, fol. 43. 2.
[4] Maimon. Hilch. Dayot, c. 5. seç. 7.