Comentário de João 5:17

Mas Jesus lhes respondeu,... Estando diante deles e sendo culpado por eles de ter violado o Sábado, ele se vindicou da seguinte maneira, dizendo:

Meu Pai trabalha até agora: Aquele que é meu Pai, não por criação, ou adoção, mas por natureza, embora ele terminasse todo seu trabalho no sétimo dia, e descansse do que ele tinha feito; ainda assim ele não cessou de trabalhar de forma alguma, mas tem continuado a trabalhar desde então, nos dias de Sábados, bem como nos ouros dias; em sustentar e governar o mundo, em dar continuidade as espécies de seres e todas as criaturas em suas existências; e fazer provisões para eles, e por fazer provisões para eles; fazendo o sol brilhar sobre eles, e fazer chuva cair do céu sobre a terra; e em tomar conta deles e proteger a mais insignificante criatura:

E eu trabalho;... Ou “também trabalho”; como as versões Siríaca e Árabe leem; i.e. em conjunção com ele, como uma co-eficiente causa nas obras da providência, no governo do mundo, em sustentar todas as coisas nele, em sustentar os pilares da terra, em segurar as coisas juntas, e sustentando todas as criaturas: ou eu também trabalho na imitação dele, no bem ao corpo e a alma dos homens no dia de Sábado, sendo o Senhor dele: Eu faço o que meu Pai faz, e, portanto, assim como ele não deve ser culpado por seus trabalhos nesse dia, como ninguém diria que ele é, tão pouco devo eu ser culpado. Assim Filo, o Judeu, diz:
[1]

“Deus nunca cessa de trabalhar; mas assim como a propriedade do fogo queimar, e da neve gelar, assim é de Deus trabalhar.”

E o que a maioria dos homens chama sorte, ele chama o Logos divino, ou Palavra, a quem ele designa todos os negócios da providência.
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Fonte: John Gill’s Exposition of the Entite Bible



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Notas:
[1] Leg. Ailegor. l. 1. p. 41.
[2] Quod Deus sit Immutab. p. 318.