Comentário de João 5:30

Eu não posso fazer nada de minha própria iniciativa,... Esta é a conclusão do assunto, o resumo dos vários argumentos relativo à igualdade do Filho para com o Pai, e a aplicação do todo para Cristo. Ele teve antes estado falando principalmente do Filho, em relação ao Pai, como se ele fosse uma terceira pessoa; mas agora ele aplica o que ele tinha dito do Filho a ele: e é como se ele tivesse dito, eu sou o Filho que não pode fazer nada separado do Pai, e, ao contrário da vontade Dele, mas faço todas as coisas junto com ele; que vê tudo aquilo que ele faz, estando nele, e cooperando com ele, e assim faz o mesmo. Eu sou o Filho a quem o Pai mostra, e por quem ele faz tudo o que ele faz; e a quem mostrará ele, e por quem fará ele, como um co-eficiente com ele, ainda maiores obras do que estas: Eu sou o Filho que vivifica a quem se agrada ele, e a quem todo o julgamento será comprometido, e tem a mesma honra que o Pai tem: Eu sou aquele que vivifica os pecadores mortos agora, e erguerá todos os mortos ao último dia; e tem autoridade para executar julgamento em todo o gênero humano:

Como eu ouço, eu julgo;... Não como ele ouve os homens, ou, de acordo com a evidência que um homem dá de outro; porque isso não se pode dizer dele, que ele procederá no julgamento dessa maneira, Isa. 11:3, mas como ele ouviu do seu Pai; por estar em seu seio, e sendo um com ele, como ele vê e conhece tudo o que ele faz, seu inteiro plano de operação e age concordemente com ele; assim ele ouve, sabe e está perfeitamente familiarizado com todos os seus conselhos, propósitos e regras de julgamentos e nunca se desvia deles. Ouvir aqui signfica perfeito conhecimento, e entendimento de uma causa; e assim era usado nos escritos Judaicos, em assuntos de dificuldade, e que vinha diante de uma corte judicativa:
[1]

“Havia três cortes judicativas; um que sentava no portão do tribunal; e outro que sentava na câmara pavimentada: eles vão (primeiro) para o que está no portão da montanha da casa, e diz, assim eu expus, e assim tem os companheiros expostos; assim eu ensinei, e assim tem os companheiros (ou colegas) ensinado: אם שמעו, “se eles ouvirem”, eles dizem; (i.e. como um dos comentaristas deles explica-o,
[2] se eles sabem a lei, e ouve, ou entende o sentido da lei; em tal caso eles declaram o que eles sabem) se não, eles vão para aqueles que estão no portão do tribunal, e dizem (como antes). -- E, “se eles ouvirem”, eles lhes falam; mas se não, eles entram para o grande Sinédrio na câmara pavimentada, de onde a lei sai para todo o Israel.”

Cristo estava agora diante do grande Sinédrio e fala com eles em sua própria língua e como um juiz superior para eles:

E meu julgamento é justo;… Na administração dos assuntos de sua igreja, que são feitas em justice estrita; justo e verdadeiro são seus caminhos
[3]

Porque eu não busco a minha vontade, mas a vontade de meu Pai, que me enviou;… Ou seja, ele não buscava agradar sua própria vontade, como distinta da de seu Pai, ou em oposição a ela; porque ele não tinha nenhuma finalidade privada para corresponder, ou interesses separados, ou vantagem para buscar; e, vendo, portanto, que ele agiu de acordo com a vontade de seu Pai, e não a sua própria, como contrário a essa; seu julgamento deve ser justo, e a sentença que ele passa de maneira justa, visto que a vontade de Deus é indisputadamente tal. A Vulgata Latina, e todas as versões Orientais, a cópia Alexandrina, e duas cópias de Beza, omitem a palavra “Pai”, sem, de forma alguma, alterar ou ferir o sentido.







Fonte: John Gills'Exposition of the Entire Bible




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Notas:
[1] Misn. Sinédrio, c. 10. seç. 2. (i) Maimon. em ib.[2] Maimon. em ib.[3] Cf. Deut. 32:4. N do T.