Comentário de Marcos 1:12-13
JESUS É TENTADO POR SATANÁS 1.12-13
O leitor poderia esperar que o Espírito Santo imediatamente apresentasse Jesus publicamente como o Filho amado de Deus para que toda a humanidade aclamasse seu poder e o adorasse. Muito pelo contrário, o Espírito impele Jesus para o deserto, para empenhar-se num teste de força com Satanás o qual usurpara o controle sobre este mundo (cf. Ef 2.2; 6.12).
O Espírito inicia a batalha imediatamente após a unção de Jesus (1.9-11), pois ele deve ser testado antes de que possa proclamar que "o reino de Deus está próximo" (1.14s). Deus o testa com o desejo de aprovar; é parte da disciplina divina (cf. Hb 5.8; 12.6). Por outro lado, Satanás testa com hostilidade, com a intenção de vencer Jesus, desviando-o de sua missão.
A tentação de Jesus não é uma mera formalidade. Como Hebreus 4.15 diz: "foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança" (cf. Hb 2.14-18). Essa é uma evidência de sua participação em nossa humanidade. Entretanto, sua tentação é distinta, pois traz consequências cósmicas. Nessa batalha com Satanás, o Filho do Homem inicia sua jornada solitária que o levaria a outros testes e à morte antes de sua ressurreição e glória (cf. 8.31).
O número quarenta lembra os quarenta anos de teste de Israel no deserto (Nm 32.13; Sl 95.10). Os israelitas também experimentaram a provisão divina no deserto. Agora Jesus não só passa pela tentação como também é servido por anjos em sua experiência no deserto. De acordo com Is 40.3 e Mc 1.2-3, o Messias vem no deserto.
Embora Marcos não anuncie a derrota de Satanás, ele pressupõe que Jesus quebrou o poder de Satanás e, assim, garante a sua completa vitória (como ele mesmo prevê em 8.38; 13.26; 14.62). Isso, entretanto, não implica que Satanás tenha deixado Jesus. A tentação constitui apenas o primeiro dos vários encontros de Jesus com o diabo. Espíritos malignos continuam a lutar contra ele durante toda sua vida.
O "adversário" intensifica a batalha no Getsêmane e no Calvário (14.36; 15.34, 37). O conflito só terminará, entretanto, com a derrota final e a prisão do "adversário" para todo o sempre (Ap 20.10).
Assim como os seres celestiais adoram Jesus (Hb 1.6), os anjos o servem durante esses quarenta dias de tentação. Possivelmente, a referência à presença de Jesus entre os animais seja uma alusão à restauração do Éden (Is 11.6-8; 65.25; Os 2.18) com a reversão da inimizade que surgiu no universo como resultado da queda (Gn 3.15). Na vitória final sobre Satanás, toda a criação ficará livre de sua escravidão (Rm 8.19-23).
Em meio à fartura, e com os animais sujeitos ao seu domínio, Adão caiu em tentação. Cercado pela escassez e a hostilidade do deserto, Jesus prevalece. Ele, como Adão, foi levado por Deus à tentação imediatamente após o seu comissionamento; mas, ao contrário de Adão, Jesus resistiu à tentação e, portanto, restaurou o paraíso. Esse conflito com Satanás forma parte do pano de fundo do ministério de Jesus.
Nesses versículos iniciais, o autor relata a preparação de Jesus para o ministério que ele abraçaria em breve. Simultaneamente, ele nos dá uma valiosa "informação confidencial", a qual nos ajudará a entender o significado de toda a narrativa.
O prólogo apresenta muitas das principais pessoas e temas de toda a história. Somos apresentados ao Deus triúno, os relacionamentos entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo e o envolvimento ativo deles com a humanidade. Somos alertados para o conflito com Satanás. Ouvimos os teste¬munhos dos mensageiros de Deus, culminando com a declaração do próprio Deus de quem é Jesus. Temos oportunidade de ver Jesus do ponto de vista de Deus. A participação humana, entretanto, é limitada a João como mensageiro de Deus, e às pessoas que respondem à mensagem.
Esses treze versículos nos oferecem uma pista interna para entender o que os participantes, que ainda serão apresentados, aprendem indutivamente à medida em que, pouco a pouco, reúnem as evidências. Quando contemplamos Jesus pelo estudo do evangelho de Marcos, nossa compreensão de quem ele é, e a relevância disso para nossas vidas, se torna progressivamente mais clara, assim como ocorreu com homens e mulheres naquela época, aqueles que tiveram ouvidos para ouvir e olhos para ver.
Fonte: Cornerstone Biblical Commentary
O leitor poderia esperar que o Espírito Santo imediatamente apresentasse Jesus publicamente como o Filho amado de Deus para que toda a humanidade aclamasse seu poder e o adorasse. Muito pelo contrário, o Espírito impele Jesus para o deserto, para empenhar-se num teste de força com Satanás o qual usurpara o controle sobre este mundo (cf. Ef 2.2; 6.12).
O Espírito inicia a batalha imediatamente após a unção de Jesus (1.9-11), pois ele deve ser testado antes de que possa proclamar que "o reino de Deus está próximo" (1.14s). Deus o testa com o desejo de aprovar; é parte da disciplina divina (cf. Hb 5.8; 12.6). Por outro lado, Satanás testa com hostilidade, com a intenção de vencer Jesus, desviando-o de sua missão.
A tentação de Jesus não é uma mera formalidade. Como Hebreus 4.15 diz: "foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança" (cf. Hb 2.14-18). Essa é uma evidência de sua participação em nossa humanidade. Entretanto, sua tentação é distinta, pois traz consequências cósmicas. Nessa batalha com Satanás, o Filho do Homem inicia sua jornada solitária que o levaria a outros testes e à morte antes de sua ressurreição e glória (cf. 8.31).
O número quarenta lembra os quarenta anos de teste de Israel no deserto (Nm 32.13; Sl 95.10). Os israelitas também experimentaram a provisão divina no deserto. Agora Jesus não só passa pela tentação como também é servido por anjos em sua experiência no deserto. De acordo com Is 40.3 e Mc 1.2-3, o Messias vem no deserto.
Embora Marcos não anuncie a derrota de Satanás, ele pressupõe que Jesus quebrou o poder de Satanás e, assim, garante a sua completa vitória (como ele mesmo prevê em 8.38; 13.26; 14.62). Isso, entretanto, não implica que Satanás tenha deixado Jesus. A tentação constitui apenas o primeiro dos vários encontros de Jesus com o diabo. Espíritos malignos continuam a lutar contra ele durante toda sua vida.
O "adversário" intensifica a batalha no Getsêmane e no Calvário (14.36; 15.34, 37). O conflito só terminará, entretanto, com a derrota final e a prisão do "adversário" para todo o sempre (Ap 20.10).
Assim como os seres celestiais adoram Jesus (Hb 1.6), os anjos o servem durante esses quarenta dias de tentação. Possivelmente, a referência à presença de Jesus entre os animais seja uma alusão à restauração do Éden (Is 11.6-8; 65.25; Os 2.18) com a reversão da inimizade que surgiu no universo como resultado da queda (Gn 3.15). Na vitória final sobre Satanás, toda a criação ficará livre de sua escravidão (Rm 8.19-23).
Em meio à fartura, e com os animais sujeitos ao seu domínio, Adão caiu em tentação. Cercado pela escassez e a hostilidade do deserto, Jesus prevalece. Ele, como Adão, foi levado por Deus à tentação imediatamente após o seu comissionamento; mas, ao contrário de Adão, Jesus resistiu à tentação e, portanto, restaurou o paraíso. Esse conflito com Satanás forma parte do pano de fundo do ministério de Jesus.
Nesses versículos iniciais, o autor relata a preparação de Jesus para o ministério que ele abraçaria em breve. Simultaneamente, ele nos dá uma valiosa "informação confidencial", a qual nos ajudará a entender o significado de toda a narrativa.
O prólogo apresenta muitas das principais pessoas e temas de toda a história. Somos apresentados ao Deus triúno, os relacionamentos entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo e o envolvimento ativo deles com a humanidade. Somos alertados para o conflito com Satanás. Ouvimos os teste¬munhos dos mensageiros de Deus, culminando com a declaração do próprio Deus de quem é Jesus. Temos oportunidade de ver Jesus do ponto de vista de Deus. A participação humana, entretanto, é limitada a João como mensageiro de Deus, e às pessoas que respondem à mensagem.
Esses treze versículos nos oferecem uma pista interna para entender o que os participantes, que ainda serão apresentados, aprendem indutivamente à medida em que, pouco a pouco, reúnem as evidências. Quando contemplamos Jesus pelo estudo do evangelho de Marcos, nossa compreensão de quem ele é, e a relevância disso para nossas vidas, se torna progressivamente mais clara, assim como ocorreu com homens e mulheres naquela época, aqueles que tiveram ouvidos para ouvir e olhos para ver.
Fonte: Cornerstone Biblical Commentary