Comentário de Marcos 1:27, 28
As pessoas admiram-se de seu ensino (v. 22), de sua nova doutrina, e de expulsar os demônios (v. 27), pois tudo é feito com uma autoridade até então desconhecida. Suas palavras e feitos são singulares. Em seu espanto, os circunstantes perguntam: "O que é isso?" Marcos coloca a questão de tal maneira que cada leitor é confrontado com a necessidade de refletir seriamente a respeito da pessoa e dos atos de Jesus.
A primeira seção do ministério público de Jesus leva-o a libertar uma pessoa da poder do mal. As novas espalham-se como cinzas ao vento por toda a região da Galiléia (v. 28). Após relatar o encontro de Jesus com outras pessoas necessitadas, Marcos volta sua atenção sobre os efeitos desses encontros nas pessoas (1.32-39, 45). Recontando essa cena, Marcos nos apresenta um esboço vivido da autoridade de Jesus em sua obra, tanto quanto dos benefícios trazidos ao homem no confronto com a oposição demoníaca. O reino de Deus é o poder de Deus (autoridade) em ação por intermédio de Jesus. Seu reino é claramente muito mais do que um conceito ético. Conforme observa Hurtado "é uma realidade dinâmica e material" envolvendo a "libertação das pessoas das forças demoníacas, como aconte¬ceu com o homem neste episódio".
Notas explicativas:
v. 21 - Sinagogas eram constituídas onde havia um mínimo de dez homens adultos que assim o desejassem. Durante a semana, funcionavam como escolas para a educação de meninos judeus. No sábado, os fiéis se reuniam para a leitura das Escrituras do Antigo Testamento e para oração. Não havia ministro ordenado; as reuniões eram conduzidas por leigos.
v. 22 - A autoridade (Gr.: exousia) de Jesus é enfatizada sete vezes em Marcos: em relação a seu ensino (1.22), à expulsão de demônios (1.27), ao perdão de pecados (2.10), à purificação do templo (11.28), e ao comissionamento dos discípulos (3.15; 6.7; cf. 13.34). Em cada um desses episódios, o exercício de sua autoridade confronta os circunstantes (e os leitores) com a pergunta: "Qual é a minha reação à autoridade de Jesus?"
v. 23 - A mente moderna, educada no empirismo da filosofia ocidental, é frequentemente condicionada a considerar o assunto "Satanás, demônios e controle demoníaco" como superstição sem sentido. Entendemos, no entanto, que a existência de Satanás, e de seus subordinados, é um dos temas centrais da Bíblia, e, portanto, precisa ser visto com seriedade. Não há dúvida de que Marcos tenciona fazer com que seus leitores compreendam que Jesus está envolvido numa luta pelo poder com Satanás, a personificação do mal, e com os seus emissários, que literalmente tomam o controle de indivíduos.
É preciso evitar ensinos e práticas contrárias à Bíblia, tais quais os que atribuem todas as doenças ao poder demoníaco. Os evangelhos fazem uma distinção cuidadosa entre os que estão doentes e aqueles que têm demônios (cf. 1.34; 3.10-11). Enquanto que fé é algo atribuído a pessoas enfermas, nunca nos é dito que alguém possuído por um demônio manifesta fé. A curas deles está relacionada com a fé de seus pais (7.24-30; 9.14-29) ou à autoridade de Jesus sobre os demônios (1.21-28; 5.1-20).
• "Espírito imundo" (3.11; 5.2; 6.7) não significa um espírito "sujo". Trata-se da denominação dos espíritos invisíveis associados com o mal e debaixo da influência de Satanás. As pessoas controladas por esses espíritos são identificadas como "tendo um demônio" (cf. 1.34, 39; 3.22; 5; 1-20; 9.14-27), estando, assim, ritualmente impuras e excluídas da sinagoga.
v. 25 - Os relatos de Marcos sobre as ordens de Jesus para que a sua identidade não seja revelada (1.25, 34, 44; 3.12; 5.43; 7.36; 8.26, 30; 9.9) foram interpretadas por W. Wrede, em 1901, no sentido de que Jesus não teria reivindicado ser o Messias, nem de que ele teria sido reconhecido como tal pelos discípulos durante sua vida. Mas, em resposta a Wrede, Cranfield argumenta com propriedade que "os motivos para esse segredo devem ser encontrados essencialmente na natureza e no propósito do ministério de Jesus e na própria encarnação".
• Jesus expulsa os demônios com uma ordem, em contraste com os rituais dos exorcistas judeus. À luz disso, o que dizer daqueles que hoje em dia lutam fisicamente com os possessos a fim de expulsar os demônios?
v. 26 - Na ênfase escatológica de Marcos, Satanás e seus agentes já se encontram sob o julgamento de Deus. Entretanto, uma vez que o juízo de Deus ainda não se consumou, eles continuam a se debater em pânico (cf. 4.39; 5.7; 9.36).
v. 27 - O termo grego kainos ("novo") refere-se à qualidade, a algo sem precedentes, incomum ou previamente desconhecido, em contraste com neos, que tem referência temporal, no sentido de "recente".
A primeira seção do ministério público de Jesus leva-o a libertar uma pessoa da poder do mal. As novas espalham-se como cinzas ao vento por toda a região da Galiléia (v. 28). Após relatar o encontro de Jesus com outras pessoas necessitadas, Marcos volta sua atenção sobre os efeitos desses encontros nas pessoas (1.32-39, 45). Recontando essa cena, Marcos nos apresenta um esboço vivido da autoridade de Jesus em sua obra, tanto quanto dos benefícios trazidos ao homem no confronto com a oposição demoníaca. O reino de Deus é o poder de Deus (autoridade) em ação por intermédio de Jesus. Seu reino é claramente muito mais do que um conceito ético. Conforme observa Hurtado "é uma realidade dinâmica e material" envolvendo a "libertação das pessoas das forças demoníacas, como aconte¬ceu com o homem neste episódio".
Notas explicativas:
v. 21 - Sinagogas eram constituídas onde havia um mínimo de dez homens adultos que assim o desejassem. Durante a semana, funcionavam como escolas para a educação de meninos judeus. No sábado, os fiéis se reuniam para a leitura das Escrituras do Antigo Testamento e para oração. Não havia ministro ordenado; as reuniões eram conduzidas por leigos.
v. 22 - A autoridade (Gr.: exousia) de Jesus é enfatizada sete vezes em Marcos: em relação a seu ensino (1.22), à expulsão de demônios (1.27), ao perdão de pecados (2.10), à purificação do templo (11.28), e ao comissionamento dos discípulos (3.15; 6.7; cf. 13.34). Em cada um desses episódios, o exercício de sua autoridade confronta os circunstantes (e os leitores) com a pergunta: "Qual é a minha reação à autoridade de Jesus?"
v. 23 - A mente moderna, educada no empirismo da filosofia ocidental, é frequentemente condicionada a considerar o assunto "Satanás, demônios e controle demoníaco" como superstição sem sentido. Entendemos, no entanto, que a existência de Satanás, e de seus subordinados, é um dos temas centrais da Bíblia, e, portanto, precisa ser visto com seriedade. Não há dúvida de que Marcos tenciona fazer com que seus leitores compreendam que Jesus está envolvido numa luta pelo poder com Satanás, a personificação do mal, e com os seus emissários, que literalmente tomam o controle de indivíduos.
É preciso evitar ensinos e práticas contrárias à Bíblia, tais quais os que atribuem todas as doenças ao poder demoníaco. Os evangelhos fazem uma distinção cuidadosa entre os que estão doentes e aqueles que têm demônios (cf. 1.34; 3.10-11). Enquanto que fé é algo atribuído a pessoas enfermas, nunca nos é dito que alguém possuído por um demônio manifesta fé. A curas deles está relacionada com a fé de seus pais (7.24-30; 9.14-29) ou à autoridade de Jesus sobre os demônios (1.21-28; 5.1-20).
• "Espírito imundo" (3.11; 5.2; 6.7) não significa um espírito "sujo". Trata-se da denominação dos espíritos invisíveis associados com o mal e debaixo da influência de Satanás. As pessoas controladas por esses espíritos são identificadas como "tendo um demônio" (cf. 1.34, 39; 3.22; 5; 1-20; 9.14-27), estando, assim, ritualmente impuras e excluídas da sinagoga.
v. 25 - Os relatos de Marcos sobre as ordens de Jesus para que a sua identidade não seja revelada (1.25, 34, 44; 3.12; 5.43; 7.36; 8.26, 30; 9.9) foram interpretadas por W. Wrede, em 1901, no sentido de que Jesus não teria reivindicado ser o Messias, nem de que ele teria sido reconhecido como tal pelos discípulos durante sua vida. Mas, em resposta a Wrede, Cranfield argumenta com propriedade que "os motivos para esse segredo devem ser encontrados essencialmente na natureza e no propósito do ministério de Jesus e na própria encarnação".
• Jesus expulsa os demônios com uma ordem, em contraste com os rituais dos exorcistas judeus. À luz disso, o que dizer daqueles que hoje em dia lutam fisicamente com os possessos a fim de expulsar os demônios?
v. 26 - Na ênfase escatológica de Marcos, Satanás e seus agentes já se encontram sob o julgamento de Deus. Entretanto, uma vez que o juízo de Deus ainda não se consumou, eles continuam a se debater em pânico (cf. 4.39; 5.7; 9.36).
v. 27 - O termo grego kainos ("novo") refere-se à qualidade, a algo sem precedentes, incomum ou previamente desconhecido, em contraste com neos, que tem referência temporal, no sentido de "recente".