A inspiração da Bíblia (Part. 18)
Apoio do Novo Testamento à vindicação de inspiração feita pelo Antigo Testamento: Vemos três formas de abordagem ao examinarmos o ensino do Novo Testamento a respeito da inspiração do Antigo Testamento. Há as passagens que se referem à autoridade divina do Antigo Testamento como um todo, genericamente. Há as referências à inspiração de determinadas partes ou seções do Antigo Testamento. Finalmente, há citações de livros específicos do cânon judaico.
Referências do Novo Testamento à inspiração do Antigo Testamento: O Novo Testamento reconhece a inspiração do Antigo Testamento de muitas maneiras. Às vezes, o Novo Testamento usa expressões como "Escrituras", "Palavra de Deus", "a lei", "os profetas", "a lei e os profetas" e "oráculos de Deus". Escrituras é, de longe, o termo mais comum usado no Novo Testamento em referência ao Antigo. De acordo com Paulo, "Toda Escritura [Antigo Testamento] é inspirada por Deus" (2Tm 3.16). Disse Jesus: "A Escritura não pode ser anulada" (Jo 10.35). Com frequência o Novo Testamento emprega o plural, Escrituras, para referir-se à coleção de escritos judaicos dotados de autoridade divina. Respondeu Jesus aos fariseus: "Nunca lestes nas Escrituras?" (Mt 21.42) e "Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus" (Mt 22.29). O apóstolo Paulo "discutiu com eles sobre as Escrituras" (At 17.2), e os crentes de Beréia examinavam "cada dia nas Escrituras" (At 17.11). Nessas e em muitas outras referências, o Novo Testamento reconhece que o Antigo Testamento como um todo são escritos inspirados por Deus. Palavra de Deus é expressão que aparece menos comumente, mas talvez seja a alusão mais forte à inspiração divina do Antigo Testamento. Em Marcos 7.13, Jesus acusou os fariseus de invalidar "a palavra de Deus", e empregou a expressão como sinônimo de "Escrituras". Há numerosas referências à "Palavra de Deus", embora nem todas identifiquem com clareza o Antigo Testamento. Paulo argumentou assim: "Não que a palavra de Deus haja falhado" (Rm 9.6). Em outra passagem ele se refere à sua recusa em falsificar a palavra de Deus (2Co 4.2). O autor de Hebreus declara que "a palavra de Deus é viva e eficaz" (Hb 4.12). A declaração do apóstolo Pedro — "Dele [i.e., de Cristo] dão testemunho todos os profetas" (At 10.43) — dificilmente se limitaria a algo que não fosse o Antigo Testamento como um todo, à vista de Lucas 24.27,44.
Os textos que com máxima clareza identificam todo o Antigo Testamento como Palavra de Deus não deixam dúvida quanto à realidade de sua inspiração divina. Lei em geral é palavra que se refere ao Antigo Testamento como forma abreviada de "lei de Moisés". A lei representa apenas os cinco primeiros livros das Escrituras judaicas. No entanto, em certos casos, a palavra lei se aplica a todo o Antigo Testamento. João 10.34 provavelmente é um desses casos mais significativos. Visto que a citação é extraída de Salmos 82.6, fica bem claro que não se refere à lei de Moisés. A palavra "lei" é usada aqui em relação a "Escrituras" e a "Palavra de Deus", mostrando que a referência se faz a todo o Antigo Testamento. Em João 12.34, as pessoas mencionam "a lei", ainda que em outro texto Jesus faça referência a "sua [deles] lei" (Jo 15.25), e, em Atos, Paulo a identifica como "a lei dos judeus" (At 25.8). Paulo introduziu uma citação do Antigo Testamento com a seguinte frase: "Está escrito na lei" (1Co 14.21). Em seu famoso sermão do monte, Jesus empregou o termo lei como sinônimo de "lei e profetas", expressão que, como vemos, refere-se claramente aos documentos inspirados por Deus, a que se dá o nome de Antigo Testamento (Mt 5.18). A lei e os profetas, ou "Moisés e os profetas", é o segundo título mais comumente atribuído às Escrituras judaicas. É designação que ocorre dezenas de vezes no Novo Testamento. Jesus a usou duas vezes em seu famoso sermão (Mt 5.17; 7.12), afirmando ter vindo à terra a fim de cumprir "a lei e os profetas", os quais jamais haveriam de passar. Lucas 16.16 apresenta "a lei e os profetas" como a revelação divina até a época de João Batista. Em sua defesa perante Félix, Paulo declarou ser "a lei e os profetas" todo o conselho de Deus que ele, como judeu devoto, havia praticado desde sua juventude (At 24.14). Eram "a lei e os profetas" que eram lidos nas sinagogas (At 13.15), de que a Regra de Ouro, ou o maior dos mandamentos, é a súmula moral (Mt 7.12).
Os profetas vez por outra se referia a todo o Antigo Testamento. Visto ser o Antigo Testamento enunciação profética, não é de surpreender que seja chamado, às vezes, "os profetas". O fato de o Antigo Testamento ser chamado às vezes "Escrituras dos profetas" mostra que se tem em mente um grupo de livros (Mt 26.56). Na verdade, o título "profetas" é usado em paralelo com a expressão "a lei e os profetas" (Lc 24.25,27), referindo-se claramente a todo o Antigo Testamento. Oráculos de Deus sem dúvida é expressão que tenciona comunicar essa idéia. Aparece duas vezes e refere-se às Escrituras do Antigo Testamento. Disse Paulo a respeito dos judeus: "As palavras de Deus lhe foram confiadas", isto é, aos judeus (Rm 3.2). Noutra passagem, declara-se a necessidade de alguém "ensinar os princípios elementares dos oráculos de Deus" (Hb 5.12). Portanto, a palavra escrita do Antigo Testamento é a Palavra de Deus. Esta expressão se encontra mais de noventa vezes no Novo Testamento. A maior parte das ocorrências dessa expressão introduz citações específicas, mas algumas têm aplicação genérica ao Antigo Testamento como um todo. Eis alguns exemplos desta última aplicação: "Por que, pois, está escrito que o Filho do homem deve sofrer muito e ser rejeitado?" (Mc 9.12; cf. 14.21). Temos aqui um resumo do ensino genérico sobre a morte de Cristo no Antigo Testamento, em vez de uma citação veterotestamentária específica. Lucas 18.31 é uma referência mais definitiva ainda: "E se cumprirá no Filho do homem tudo o que os profetas escreveram". Há outros textos ainda, como "Pois dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas" (Lc 21.22), que dão apoio à tese segundo a qual os escritos do Antigo Testamento como um todo eram considerados inspirados por Deus. Prediziam tudo a respeito de Cristo e era inevitável que se cumprissem. Para que se cumprissem as Escrituras é expressão encontrada com muita frequência no Novo Testamento em referência ao Antigo Testamento como um todo. Jesus disse "que era necessário que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito" na Lei, nos Profetas e nos Salmos (Lc 24.44). Em outra ocasião, disse o Senhor: "Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para destruí-los, mas para cumpri-los" (Mt 5.17). Essa fórmula mais de trinta vezes introduz uma citação específica do Antigo Testamento ou uma referência a essa parte da Bíblia. Sempre se referem à natureza profética das Escrituras, outorgadas que foram por Deus, e, necessariamente, devem ser cumpridas.
Referências do Novo Testamento à inspiração do Antigo Testamento: O Novo Testamento reconhece a inspiração do Antigo Testamento de muitas maneiras. Às vezes, o Novo Testamento usa expressões como "Escrituras", "Palavra de Deus", "a lei", "os profetas", "a lei e os profetas" e "oráculos de Deus". Escrituras é, de longe, o termo mais comum usado no Novo Testamento em referência ao Antigo. De acordo com Paulo, "Toda Escritura [Antigo Testamento] é inspirada por Deus" (2Tm 3.16). Disse Jesus: "A Escritura não pode ser anulada" (Jo 10.35). Com frequência o Novo Testamento emprega o plural, Escrituras, para referir-se à coleção de escritos judaicos dotados de autoridade divina. Respondeu Jesus aos fariseus: "Nunca lestes nas Escrituras?" (Mt 21.42) e "Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus" (Mt 22.29). O apóstolo Paulo "discutiu com eles sobre as Escrituras" (At 17.2), e os crentes de Beréia examinavam "cada dia nas Escrituras" (At 17.11). Nessas e em muitas outras referências, o Novo Testamento reconhece que o Antigo Testamento como um todo são escritos inspirados por Deus. Palavra de Deus é expressão que aparece menos comumente, mas talvez seja a alusão mais forte à inspiração divina do Antigo Testamento. Em Marcos 7.13, Jesus acusou os fariseus de invalidar "a palavra de Deus", e empregou a expressão como sinônimo de "Escrituras". Há numerosas referências à "Palavra de Deus", embora nem todas identifiquem com clareza o Antigo Testamento. Paulo argumentou assim: "Não que a palavra de Deus haja falhado" (Rm 9.6). Em outra passagem ele se refere à sua recusa em falsificar a palavra de Deus (2Co 4.2). O autor de Hebreus declara que "a palavra de Deus é viva e eficaz" (Hb 4.12). A declaração do apóstolo Pedro — "Dele [i.e., de Cristo] dão testemunho todos os profetas" (At 10.43) — dificilmente se limitaria a algo que não fosse o Antigo Testamento como um todo, à vista de Lucas 24.27,44.
Os textos que com máxima clareza identificam todo o Antigo Testamento como Palavra de Deus não deixam dúvida quanto à realidade de sua inspiração divina. Lei em geral é palavra que se refere ao Antigo Testamento como forma abreviada de "lei de Moisés". A lei representa apenas os cinco primeiros livros das Escrituras judaicas. No entanto, em certos casos, a palavra lei se aplica a todo o Antigo Testamento. João 10.34 provavelmente é um desses casos mais significativos. Visto que a citação é extraída de Salmos 82.6, fica bem claro que não se refere à lei de Moisés. A palavra "lei" é usada aqui em relação a "Escrituras" e a "Palavra de Deus", mostrando que a referência se faz a todo o Antigo Testamento. Em João 12.34, as pessoas mencionam "a lei", ainda que em outro texto Jesus faça referência a "sua [deles] lei" (Jo 15.25), e, em Atos, Paulo a identifica como "a lei dos judeus" (At 25.8). Paulo introduziu uma citação do Antigo Testamento com a seguinte frase: "Está escrito na lei" (1Co 14.21). Em seu famoso sermão do monte, Jesus empregou o termo lei como sinônimo de "lei e profetas", expressão que, como vemos, refere-se claramente aos documentos inspirados por Deus, a que se dá o nome de Antigo Testamento (Mt 5.18). A lei e os profetas, ou "Moisés e os profetas", é o segundo título mais comumente atribuído às Escrituras judaicas. É designação que ocorre dezenas de vezes no Novo Testamento. Jesus a usou duas vezes em seu famoso sermão (Mt 5.17; 7.12), afirmando ter vindo à terra a fim de cumprir "a lei e os profetas", os quais jamais haveriam de passar. Lucas 16.16 apresenta "a lei e os profetas" como a revelação divina até a época de João Batista. Em sua defesa perante Félix, Paulo declarou ser "a lei e os profetas" todo o conselho de Deus que ele, como judeu devoto, havia praticado desde sua juventude (At 24.14). Eram "a lei e os profetas" que eram lidos nas sinagogas (At 13.15), de que a Regra de Ouro, ou o maior dos mandamentos, é a súmula moral (Mt 7.12).
Os profetas vez por outra se referia a todo o Antigo Testamento. Visto ser o Antigo Testamento enunciação profética, não é de surpreender que seja chamado, às vezes, "os profetas". O fato de o Antigo Testamento ser chamado às vezes "Escrituras dos profetas" mostra que se tem em mente um grupo de livros (Mt 26.56). Na verdade, o título "profetas" é usado em paralelo com a expressão "a lei e os profetas" (Lc 24.25,27), referindo-se claramente a todo o Antigo Testamento. Oráculos de Deus sem dúvida é expressão que tenciona comunicar essa idéia. Aparece duas vezes e refere-se às Escrituras do Antigo Testamento. Disse Paulo a respeito dos judeus: "As palavras de Deus lhe foram confiadas", isto é, aos judeus (Rm 3.2). Noutra passagem, declara-se a necessidade de alguém "ensinar os princípios elementares dos oráculos de Deus" (Hb 5.12). Portanto, a palavra escrita do Antigo Testamento é a Palavra de Deus. Esta expressão se encontra mais de noventa vezes no Novo Testamento. A maior parte das ocorrências dessa expressão introduz citações específicas, mas algumas têm aplicação genérica ao Antigo Testamento como um todo. Eis alguns exemplos desta última aplicação: "Por que, pois, está escrito que o Filho do homem deve sofrer muito e ser rejeitado?" (Mc 9.12; cf. 14.21). Temos aqui um resumo do ensino genérico sobre a morte de Cristo no Antigo Testamento, em vez de uma citação veterotestamentária específica. Lucas 18.31 é uma referência mais definitiva ainda: "E se cumprirá no Filho do homem tudo o que os profetas escreveram". Há outros textos ainda, como "Pois dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas" (Lc 21.22), que dão apoio à tese segundo a qual os escritos do Antigo Testamento como um todo eram considerados inspirados por Deus. Prediziam tudo a respeito de Cristo e era inevitável que se cumprissem. Para que se cumprissem as Escrituras é expressão encontrada com muita frequência no Novo Testamento em referência ao Antigo Testamento como um todo. Jesus disse "que era necessário que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito" na Lei, nos Profetas e nos Salmos (Lc 24.44). Em outra ocasião, disse o Senhor: "Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para destruí-los, mas para cumpri-los" (Mt 5.17). Essa fórmula mais de trinta vezes introduz uma citação específica do Antigo Testamento ou uma referência a essa parte da Bíblia. Sempre se referem à natureza profética das Escrituras, outorgadas que foram por Deus, e, necessariamente, devem ser cumpridas.