A Poliglota Complutense (Part. 3)

Vulgata com os textos hebraico, aramaico e grego originais. Queria corrigir os erros que aparentemente se introduziram nas cópias existentes da Vulgata.

Para resolver quaisquer discrepâncias entre a Vulgata e as línguas originais, Nebrija exortou Cisneros: “Acenda mais uma vez as duas tochas apagadas da nossa religião, as línguas hebraica e grega. Recompense os que se dedicarem a essa tarefa.” E ele fez também a seguinte sugestão: “Cada vez que aparecer uma variação nos manuscritos em latim do Novo Testamento, deveremos voltar aos manuscritos gregos. Cada vez que houver um desacordo entre diversos manuscritos latinos, ou entre manuscritos latinos e gregos do Antigo Testamento, deveremos procurar a exatidão na autêntica fonte hebraica.”

Como respondeu Cisneros? No seu prólogo na Bíblia Poliglota, Cisneros não deixou dúvida sobre a opinião que tinha: “Colocamos a tradução latina do bendito Jerônimo entre a da Sinagoga [o texto hebraico] e a da Igreja Oriental [o texto grego], assim como os ladrões foram pendurados, um em cada lado de Jesus, o qual representa a Igreja Romana, ou Latina.” De modo que Cisneros não permitiu que Nebrija corrigisse a Vulgata latina segundo o texto das línguas originais. Por fim, Nebrija decidiu abandonar o projeto, em vez de usar seu nome numa revisão deficiente.