Comentário de João 16:14-15

16:14 - Ele me glorificará,... Na ministração do Evangelho, que é "comentario biblico, evangelho de joão, novo testamentoa ministração do Espírito" 2 Cor. 3:8; e afirma Cristo sendo Senhor acima de tudo, tendo tudo aquilo que o Pai tem, sendo possuído de todas as perfeições divinas, tendo a plenitude da Divindade que mora nele; designando os mesmos trabalhos e adoração a ele e o Pai; e, como em um espelho, sendo visto como o brilho da sua glória,[1] e a glória dele a ser vista nisto, como a glória do único filho gerado do Pai, cheio de graça e verdade:[2] declarando-o como sendo o único Salvador e Redentor de pecadores perdidos, tendo todos justificação somente pela sua retidão, perdão pelo seu sangue, e compensação pelo seu sacrifício; e cuja ministração do Espírito é eficaz ao trazer muitas almas a Cristo, para acreditar nele, professar o seu nome, e esperar a vida e salvação dele unicamente, por tudo isso ele é glorificado. Além disso, o Espírito de Deus glorifica Cristo na experiência dos santos, os conduzindo a ele para ter retidão, paz, e perdão, para graça, sabedoria e força, para alimento e descanso, para vida e felicidade; e habilitando-os a viverem por fé nele;[3] e ensinando-os a o glorificar como Senhor em suas vidas, como a sabedoria deles, retidão, santificação, e redenção; e designando a glória da salvação deles a ele, e fazendo aplicação ininterrupta a ele, debaixo da sua direção e influência; confiando nele só, e esperando toda coisa boa dele, tanto agora como para a eternidade. O exemplo em particular no qual ele glorifica Cristo, segue...

Porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar;... Que não será entendido dos dons que Cristo recebeu do seu Pai, e o qual ele dá aos homens pelo seu Espírito; nem de graça interna, como fé, amor, etc. O qual o Espírito de Cristo opera nos corações dos homens; mas qualquer uma das doutrinas do Evangelho, as coisas fundas de Deus e Cristo,
[4] que o Espírito procura, e revela na ministração da palavra. O Evangelho é um tipo de "Kabala", embora de um tipo diferente da lei oral dos Judeus. Cristo recebeu isto do Pai, o Espírito recebeu isto de Cristo, os apóstolos receberam isto do Espírito, e as igrejas de Cristo deles em gerações sucessivas: ou isto pode ser entendido das bênçãos de graça exibidas no Evangelho, como justificação, perdão, adoção, que estão em Cristo; e o qual o Espírito de Cristo leva e mostra para os santos, e testemunha no interesse especial e particular deles, e assim os conforta, e glorifica Cristo.

16:15 - Todas as coisas que o Pai tem, são minhas,... É verdade que a mesma natureza divina da qual o Pai é possuído, o Filho também o é; e as mesmas perfeições divinas que pertencem a um pertencem ao outro; e o Filho compartilha na mesma glória e felicidade que o Pai; de forma que na extensão extrema da frase, tudo que o Pai tem é dele; ainda, visto que Cristo está falando de coisas recebidas dele pelo Espírito, e mostradas ao seu povo, parece, antes, que as bênçãos da graça que o Pai tem em estoque para os seus escolhidos, e as doutrinas da graça, essas coisas profundas suas, mais especialmente são aqui o significado; o qual revelar e aplicar, é o trabalho peculiar do Espírito; e nestes Cristo está igualmente conectado com o seu Pai:

Portanto, disse eu, que ele tomará de mim, e vos mostrará;... Ele não menciona as coisas do Pai, só o seu próprio, nem havia necessidade para isso, porque o que é seu, é do Pai, e que o Pai tem é seu: eles são co-interessados em cada coisa relativa à salvação, benefício, conforto e felicidade dos santos, de modo que, quando o Espírito de Deus toma das coisas de um, ele toma das coisas do outro, e as revela, e aplica-os.


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Notas
[1] Cf. Hebreus 1:3. N do T.
[2] Cf. João 1:14. N do T.
[3] Cf. Hebreus 10:38. N do T.
[4] Cf. 1 Coríntios 2:10. N do T.