Comentário de João 16:18-20
16:18 - Eles disseram, portanto,… Todos eles, a pergunta se tornou universal entre eles.
O que é isso que ele disse: e mais um pouco? Parece como se essa frase fosse mais intricada e perplexa para eles; pois qualquer conceito que eles podiam ter de não vê-lo, e vê-lo novamente, como expressivo de sua inda deles, ainda assim, não tinham idéia ainda do que significa “um pouco”: e, portanto, acrescentam...
Nós não sabemos o que dizer: Eles sabiam a sua palavra, mas não seu significado.
16:19 - Pois Jesus sabia que eles estavam desejosos de perguntar-lhe,… Essa é uma prova da divindade de Cristo, de que ele é o Deus Onisciente que sabe todas as coisas que havia no homem,[1] até mesmo os segredos do coração; pois ele não apenas sabia os cochichos dos discípulos, e suas perguntas entre eles, a cerca do sentido das palavras, mas também os desejos secretos para lhe indagar com respeito a isso:
Disse-lhes: Indagais entre vós acerca disto que disse: Um pouco, e não me vereis, e outra vez um pouco, e ver-me-eis? Que ele disse antes que pudessem lhe fazer a pergunta, por se restringirem por causa do temor ou vergonha; e que não apenas confirma o que é observado antes sobre a sua onisciência, mas também mostra a sua prontidão em abrir as suas mentes e dar o significado, e explicando-se a seus discípulos, assim como ele faz nas seguintes palavras.
16:20 - Em verdade, em verdade, eu vos digo,… Uma forte afirmação, uma forma de falar usada por ele, quando ele solenemente afirma alguma coisa, e mostraria uma verdade absoluta, como aqui:
Vós chorareis e lamentareis;… Se referindo a sua morte, que ele devia ser removido deles, de modo que eles não deveriam lhe ver; quando eles ficassem cheios de tal pesar no íntimo por causa disso, e expressarem isso por gestos tristonhos, e com uma voz dolosa; e que, deveras, se cumpriu deles, Mar. 16:10; e quão pensativos estavam os discípulos que estavam à caminho para Emaús, é fácil de observar do relato que se dá deles.
Mas o mundo regozijará;… Os Judeus descrentes; e não apenas as pessoas comuns, mas os principais sacerdotes, com seus escribas e anciãos, que zombavam dele, o insultavam, e triunfaram sobre ele na cruz, estando felizes de coração que eles tinham conseguido realizar seus desejos; imaginando que agora estava tudo acabado, achando que eles não seriam mais perturbados por Cristo ou seus seguidores:
E vós estareis tristes;… Cristo repete isso novamente, e usa palavras variadas para expressar a grandeza da tristeza deles, e as muitas formas em que eles expressariam isso:
Mas vossa tristeza será transformada em alegria;… Ou seja, quando ele fosse ressuscitado entre os mortos, o que foi uma coisa assim tão poderosa e surpreendente, pois com alegria eles mal acreditaram no que viram; sendo isso uma misericórdia inesperada, embora eles fossem ensinados sobre isso tantas vezes; sim, a mesma coisa que seria para eles uma razão para pesar, se tornaria também uma razão para a alegria; a saber, a morte de Cristo, salvação, e todos os benefícios e bênçãos da graça indo a eles dessa forma.
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Notas
[1] Cf. João 2:25. N do T.