Comentário de João 16:29-30
16:29 - Seus discípulos lhe disseram,… A respeito das palavras de Cristo, como fechos de luz[1] penetrando nas mentes dos apóstolos, as coisas ficando tão claras para eles, e eles tão claramente entenderam o que Cristo tinha dito, que eles declararam:
Eis que agora falas abertamente, e não em um provérbio: O que ele tinha dito antes, era para eles como um provérbio, ou uma expressão parabólica, não fácil de se entender; as palavras eram como enigmas, declarações obscuras, o significado da qual eles não conseguiam entender; mas agora eles observam com admiração, que o que ele havia falado era aberto, e inteligível; o que não era tanto a maneira de Cristo falar, do que era antes, como a dificuldade deles em compreender, mas agora tendo toda a luz dada a eles.
16:30 - Agora sabemos certamente que conheces todas as coisas,… Não apenas todos os homens, mas todas as coisas, até mesmo os segredos dos corações dos homens, da qual os apóstolos tinham agora uma prova convincente; pois ao passo que Cristo havia dado algumas expressões, João 16:16; das quais eles não entendiam, e estavam desejosos de perguntar a ele o significado disso, João 16:19; que sabendo ele, como sendo Deus, não precisou que eles lhe fizesse a pergunta, e entrasse em um diálogo sobre isso, na qual ele tão claramente explicou o que eles queriam ser informados, sem que eles pedissem a ele, que eles estavam plenamente certos de que ele sabia todas as coisas.
E… como eles acrescentam.
E não precisas de que qualquer homem te interrogue: O significado é que, como Cristo não entregava qualquer coisa assim tão inteligível para qualquer um da sua audiência, e das quais eles, estando cobiçosos de saber o sentido dessas coisas, não teriam qualquer necessidade de pôr a pergunta para ele, visto que ele conhece o desejo que se levanta na mente deles; e pode, e vai, se ele acha apropriado, o explicar para tal o seu significado, para a satisfação da pessoa, sem precisar que lhe pergunte; pelo menos, não há nenhuma necessidade de pôr a pergunta para o fazer familiarizar com o desejo dele, isso já sendo de seu conhecimento. Por isto, acreditamos nós que és saído de Deus; era o verdadeiro Messias, e tinha a sua missão e comissão de Deus, como tal; indubitavelmente, eles acreditavam nisto antes, mas este exemplo da onisciência de Cristo era uma prova e fortalecimento disto. Assim Natanael, por Cristo ter dito a ele, que antes de Felipe o chamar, e quando ele estava debaixo da figueira, ele o viu,[2] quando ele pensou que nenhum olho poderia, exceto um onisciente; isso lhe deu grandes convicções, como ele imediatamente o reconheceu como o Filho de Deus, o Rei de Israel. Este é um dos sinais e caráter do Messias com os Judeus, que ele deveria ter um espírito perspicaz dos homens e coisas, de acordo com Isa. 11:3 (c).
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Notas
(c) T. Bab. Sanhedrin, fol. 93. 2.
[1] Cf. Provérbios 4:18. N do T.
[2] Cf. João 1:48. N do T.