Comentário de João 17:4
Eu te glorifiquei na terra,... Isto é feito uso como uma razão e argumento, do por que o Pai deveria o glorificar: Cristo glorificou o seu Pai pessoalmente, como ele exibiu e expressou a glória da sua pessoa; e verbalmente, designando, em todas as ocasiões, louvando-o e glorificando-o em tudo; e realmente, através de ações, e através de vários modos: como pelo seu ministério; afirmando que ele teve a sua missão Dele, qualificações, e doutrina, dele como um Profeta;[1] o trabalho principal dele era declarar a mente do seu Pai e vontade, o seu amor e graça; nem ele buscou a sua própria glória,[2] mas a glória do seu Pai: e pelos seus milagres:[3] pois estas eram provas da sua deidade e Messianidade, e mostrava a sua própria glória; ainda a glória do seu Pai, especialmente do seu poder, foi vista eminentemente neles, porque ele os atribuiu a ele;[4] e estes foram frequentemente os meios para os homens glorificarem Deus de Israel:[5] e pela sua vida inteira e conduta que estavam completamente de acordo com a vontade de Deus; e toda ação foi dirigida à Sua glória; particularmente ele o glorificou pela consideração com respeito a obra de salvação e redenção, e sua vontade, para a qual ele o enviou; pelo seu zelo pela casa do seu Pai;[6] e pelo exercício das várias graças da fé, esperança, e amor: e como pela sua vida, assim como a sua morte, assim como todo o tempo em que ele estava "na terra"; onde Deus tinha sido desonrado pelo pecado dos homens; onde Cristo foi humilhado agora em natureza humana, e até mesmo isso era para a glória de Deus; e isto é dito em distinção do céu onde Deus é glorificado pelos anjos, e onde Cristo seria glorificado brevemente na sua natureza humana:
Eu terminei o trabalho que me destes para fazer; por “o trabalho” é significada a obediência a vontade de Deus; a destruição de todos os inimigos espirituais, como o pecado, Satanás, o mundo, e a morte; e a redenção e salvação do seu povo, das quais estava “determinado” ele fazer: ele não tomou isto sobre si mesmo, mas sendo chamado a isto, ele concordou prontamente em realizá-lo; foi designado, e projetado para ele, no conselho e convenção da graça; ele se familiarizou completamente com isto; e, embora fosse difícil, era agradável e gracioso a ele; nem ele abandonou isso, até o dia em que disse, “está consumado”; como foi por ele apenas, sem a ajuda do homem; e está tão completo que nada pode ser acrescentado a isto; e tão firmemente terminado, que não pode ser desfeitos pelos homens e demônio: ele fala disto como terminado, porque o tempo veio para terminá-lo, e ele estava seguro da sua realização.
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Notas
[1] Cf. João 1:20. N do T.
[2] Cf. João 5:44; 7:18; 8:50; 54. N do T.
[3] Cf. João 11:40. N do T.
[4] Cf. João 9:3. N do T.
[5] Cf. Atos 4:21. N do T.
[6] Cf. João 2:13-17. N do T.