Comentário de João 18:1

Quando Jesus tinha falado essas palavras,… Referindo-se tanto aos secomentario biblico, evangelho de joão, novo testamentous discursos em João 14:1, no qual ele familiarizou seus discípulos com a sua morte que se aproximava; confortando-os sob a aflitiva apreensão da sua partida deles; dando-lhes muitas promessas para o seu alívio, e conselhos muito salutares de como se comportarem, permitindo-lhes saber o que deveria suceder-lhes, e que as coisas, porém penosa para o presente, teriam uma alegria futura: ou então a sua oração no capítulo anterior, na qual ele tinha sido muito fervoroso nela ao seu pai, tanto para si próprio e seus discípulos, ou a ambos, o que é altamente provável:

Saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um horto, no qual ele entrou e seus discípulos. O mesmo que “Kidron” em 2Sam. 15:23; e em outro lugar: o seu nome se originou, não de cedros, pois, não cedros, mas azeitonas principalmente crescia no monte que estava perto dele; e além do que nome não é grego, mas hebreu, embora a versão Árabe traduza: “o riacho” אל ארז, “de Cedro”: ou teve seu nome da escuridão do vale na qual havia, enquanto estando entre montanhas altas, e tendo jardins nela, e junto com árvores; ou da negridão da água devido ao solo que colidia com ela, enquanto sendo um tipo de esgoto comum no qual os judeus lançavam tudo o que era sujo e impuro; veja 2Crôn. 29:16. Particularmente havia um canal que conduzia do altar no templo até ele, pelo qual foram levados o sangue e a sujeira dos sacrifícios (m). Este riacho estava aproximadamente três pés acima de um bancada, e pelo tempo do verão ficava bastante seco, e poderia andar em cima em seco; e é, então, às vezes, chamado por Josefo, “o riacho de Kidron” (n), e, às vezes, “o vale de Kidron” (o): neste vale haviam campos de cereais; pois, para lá o Sinédrio enviavam os mensageiros deles que colhessem dos primeiros frutos, que sempre deveria ser trazido de um lugar perto de Jerusalém (p); e é muito provável que salgueiros crescessem perto do riacho, de onde eles poderiam ir buscar os ramos do salgueiro para a festividade dos tabernáculos; pois os judeus dizem (q), que há um lugar debaixo de Jerusalém chamado Motza, (é dito que é Klamia ou Colonia no Gemara) para onde eles iam e juntavam ramos de salgueiro; parece ser o vale de Kidron, que se situava no leste de Jerusalém, entre ela e o Monte das Oliveiras (r); haviam campos e jardins ao redor; veja 2Reis 23:4. Assim, nós lemos de um jardim aqui, no qual Cristo foi imediatamente, ignorando este riacho. O sangue, a sujeira e dejetos dela, o qual assim descoloriam a água, ao ponto de darem o nome de Riacho Negro, usado para ser vendido aos jardineiros para lançarem a esterco deles (s). Tudo isso era um emblema apropriado deste mundo, com a sua escuridão e imundícia, e dos exercícios e dificuldades do povo de Deus no mundo, o qual jaz no caminho para o paraíso divino e Monte Sião, pelo qual o próprio Cristo passou, enquanto bebendo “do riacho no caminho”, Sal. 110:7; e por qual também todos seus discípulos e seguidores entram no reino de céu:
[1] também pode ser uma figura do vale escuro da sombra da morte pela qual Cristo e todos seus associados passam para ter a glória divina.[2] E eu não vejo por que este riacho negro e sujo pode não ser uma representação das poluições e corrupções do pecado; o qual é posto em Cristo quando ele o ignorou, o fez tão pesado e dolorido na natureza humana, a ponto de desejar que lhe fosse removido o cálice.[3] Mais uma vez, que seja observado, que era o riacho que David passou quando ele fugia do seu filho Absalão dele; neste, Davi era um tipo de Cristo, como em outras coisas: Absalão representou o povo dos Judeus que rejeitaram o Messias e se rebelaram contra ele; Aitofel, Judas, que o traiu; e as pessoas que foram com Davi até este lugar, os discípulos de nosso Senhor; só havia esta diferença: um pai que foge de um filho, aqui um filho que vai encontrar a ira do seu pai; O Davi e o seu povo lamentaram quando eles passaram por este riacho, mas assim não fez Cristo e os seus discípulos; a cena triste para ambos começaram depois no jardim. Este riacho negro e vale escuro, e sendo muito tarde da noite quando ele passou por ele, tudo o que acrescenta àquela dispensação de escuridão, a hora de escuridão, que agora sobreveio nosso Senhor; ainda ele passou por isso, do seu próprio acordo, de boa vontade e alegre vontade; não estando forçado ou compelido por qualquer coisa; e os seus discípulos com ele, não sendo sócios dos seus sofrimentos, mas testemunha dos mesmos, recebem um pouco de conhecimento e instrução do que eles deveriam ver e ouvir:

Onde havia um jardim em que ele entrou; e seus discípulos: Não havia pomares nem jardins na cidade de Jerusalém, mas jardins de rosas, que eram desde os tempos dos profetas (t); todos os outros estavam sem, e este era uma lugar muito bom para jardins, onde tanto estrume estava perto na mão. Quer este jardim pertencia a um dos amigos de Cristo, não é certo, mas visto que ele foi para lá muitas vezes, sem dúvida, foi com a licença, e pelo o consentimento do proprietário da mesma. No entanto, assim como a desobediência do primeiro Adão, que foi cometida em um jardim, e sua sentença foi passada no jardim para a morte, devido ao pecado, assim a obediência do segundo Adão para morrer pelos pecados, começou aqui.


___________
Notas

(m) Misn. Middot, c. 3. seç. 2. Meila, c. 3. seç. 3. & Bartenora em ib. Maimon. & Bartenora em Misn. Zebachim, c. 8. 7. & Temura, c. 7. seç. 6.
(n) Antiqu. l. 8. c. 1. seç. 5.
(o) Ib. l. 9. c. 7. seç. 3. & de Bello Jud. l. 5. c. 4. seç. 2. & c. 6. seç. 1.
(p) Misna Menachot, c. 10. seç. 2, 3.
(q) Misna Succa, c. 4. seç. 5.
(r) Jerom de locis Hebraicis, fol. 92. C.
(s) Misn. Yoma, c. 5. seç 6. Maimon. Meila, c. 2. seç. 11.
(t) T. Bab. Bava Kama, fol. 82. 2. Abot. R. Nathan, c. 35. Maimon. Beth Habbechira, c. 7. sect. 14. Moses Kotsensis Mitzvot Torn praecept. Aff. 164.
[1] Cf. Atos 14:22. N do T.
[2] Cf. Salmos 23:4. N do T.
[3] Cf. Lucas 22:42. N do T.