Comentário de João 20:17

Jesus disse-lhe: não me toques,... Não que o seu corpo não fosse palpácomentario biblico, evangelho de joão, novo testamentovel, ou fosse agora um mero “fantasma”, que não poderiam ser tocado, a proibição em si mostra o contrário, e, além disso, o corpo de Cristo foi posteriormente apresentado a Tomé, ao ser tocado por ele, e assim tocado por todos os seus discípulos; e seus pés foram observados pelas mulheres, que é o que Maria teria feito agora: após a descoberta dele, ela atirou-se aos seus pés, e estava indo para abraçá-los e beijá-los, para testemunhar o seu afeto e alegria por ele, quando ela é proibida; não como indigna do benefício, mas porque ela o procurou dentre os mortos, devido que os anjos a haviam censurado; mas porque essa não era a preocupação agora, como antes de sua morte, seu corpo sendo levantado imortal e glorioso, ou melhor, porque ele tinha um recado para ela enviar aos seus discípulos, que exigia pressa; nem havia necessidade dela ficar agora para mostrar seu respeito por ele, visto que ela teria oportunidade suficiente para fazer isso, antes de sua ascensão; que seria rápido, mas ainda não imediatamente, e este parece ser o sentimento de nosso Senhor e a razão de suas palavras:

Pois ainda não ascendi para meu Pai;… Nem irei eu imediatamente para ele; ainda vou ficar um tempo na terra; como ele fez, quarenta dias antes de sua ascensão; quando ele afirma que ela poderia vê-lo novamente, e conversar com ele familiarmente; agora ela não deveria ficar com ele:

Mas vai aos meus irmãos;… Isso ele fala para mostrar que a relação deles, mesmo tendo sido negado por um deles, e abandonado por todos eles, e a glória para a qual ele foi levantado, nada disso fez qualquer alteração na relação entre eles, nem pelo seu afeto por eles: Maria era uma pessoa muito própria para ser enviada a eles, visto que ela tinha estado com eles ultimamente, e sabia onde estavam reunidos:

E dize-os: Como se fosse eu mesmo, representando ele, por assim dizer.

Eu ascendo para meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus;... Deus era seu Pai, não pela criação, tal como é dos anjos, e as almas dos homens, e por isso Ele é chamado de Pai dos espíritos;
[1] nem por adoção, como ele é para os santos, nem no que diz respeito à encarnação de Cristo, pois, como homem, ele não tinha pai; ou no que diz respeito ao seu mandato como mediador, como tal, ele era um servo, e não um Filho, mas Ele era seu Pai, por natureza, quer no que diz respeito à sua pessoa divina, e assim o seu próprio Filho, e Ele o seu próprio Pai, que demonstra a filiação natural e eterna de Cristo, a sua igualdade com Ele, e distinção entre eles: e Deus era o Pai de seus discípulos, por meio da graça adotiva, em virtude da aliança da graça feita com Cristo, e através de sua relação espiritual com ele, como o elemento natural e eterno Filho de Deus: Deus é o Pai de Cristo, como homem, pois Ele o preparou, formou, ungiu, sustentou, e glorificou na sua natureza humana, e em cuja natureza, ele orou a Ele como seu Deus, acreditou Nele, ele o amou e o obedeceu como tal; pois o judeu (o) muito erradamente deduz, portanto, que ele não é Deus, porque ele fez do Deus de Israel o seu Deus, uma vez que isso é falado dele como homem: e ele era o Deus de seus discípulos, por meio da aliança feita na graça com Cristo, como seu cabeça e representante, de modo que o seu pacto foi feito nele com sendo o Deus e Pai de Cristo, foi fundado assim; portanto, assim deve ele ser firme e duradouro, e que assim se manterá enquanto Deus for o Deus e Pai de Cristo: esta foi uma boa notícia para ser levada aos seus discípulos, o que transportava as marcas mais fortes de afeto, e expressões de proximidade da relação, e implicava que ele já foi ressuscitado dentre os mortos, e por isso significava que ele deveria subir para Deus, que se situava na mesma relação com eles, como para ele; quando ele deve usar todo o seu interesse e influência em seu nome, embora estivessem na terra; e quando o tempo devido chegar haveria uma remoção, para que ele pudesse estar com o seu Deus e Pai, e onde eles estariam também por toda a eternidade.


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Notas

(o) R. Isaac Chizzuk Emuna, par. 2. c. 58. p. 446.
[1] Cf. Hebreus 12:9. N do T.