Comentário de João 8:24
8:24 - Eu disse, portanto, a vós,… Porque eles são de baixo, e do mundo, e mostravam uma disposição carnal, mundana, terrena, egoísta e malévola, na conduta deles para com ele:
E morrereis em vossos pecados;… Isso ele disse em João 8:21, e agora repete isso, e confirma isso pela seguinte razão:
Pois se não acreditares que eu sou ele;... O eterno e imutável EU SOU, o verdadeiro Deus, Deus sobre todos, bendito para sempre, o eterno Filho de Deus, Deus manifesto na carne, que realmente se fez carne, e tornar-se encarnado, o verdadeiro Messias, o único Salvador dos pecadores, a um e somente um Mediador entre Deus e os homens,[1] o chefe da igreja, profeta, sacerdote e rei, e do juiz dos vivos e dos mortos, como também a luz do mundo que ele próprio havia declarado a ser: estas são as coisas que são necessárias para se acreditar, relativas à Cristo; na verdade, homens carnais e degenerados podem acreditar todas estas coisas, pois os próprios demônios fazem isso, e tremem de medo, mas então eles, e, por isso, os homens não convertidos, não têm fé neles mesmos, com uma aplicação deles para si mesmos: verdadeira fé em Cristo não lida com ele de uma maneira geral, mas com uma especial atenção no íntimo do homem, é uma experiência pessoal com Cristo; não é apenas uma fé implícita, ou uma crença de ser ele o que ele é, simplesmente mediante um relato, porém, após uma experiência pessoal, é um sair da alma para se encontrar com Cristo, a renunciar da sua própria justiça, e uma confiança nele, e apenas nele para a salvação e para a vida, é com o coração pleno, e a partir disso, e de uma forma sincera, que opera poderosamente por amor a Cristo, e ao seu povo, e é existente junto com os frutos da justiça, e uma alegre obediência aos comandos e ordenanças de Cristo. Embora talvez não mais do que um modo geral a fé é aqui pretendida, por falta das quais, e sua rejeição de Jesus como o Messias, os judeus sofreram temporal ruína; e tivessem eles acreditado que Jesus era o Filho de Deus, e o verdadeiro Messias, que teriam sido salvos da destruição temporal que ocorreu na nação, cidade, e templo deles, mas como não creram, tiveram uma destruição temporal e eterna, como são ameaçados aqui:
Morrereis em vossos pecados;… Na qual estavam eles, sendo poluídos com eles, culpados diante de Deus por eles, debaixo do poder do pecado, e preparados para a punição por causa deles; e, então eles permaneciam, estavam ainda em seus pecados, mesmo até a morte, quando eles morrem nos seus pecados, eles têm, não apenas corporal, mas uma morte eterna: pois ao morrer em seus pecados, esses seriam achados sobre eles, e eles seriam culpados deles, e serão para sempre responsáveis por eles, e consequentemente sofrerão a punição por eles, que é a segunda morte. Morrendo em pecado, e morrendo em Cristo, são duas coisas muito diferentes. Eles morrem em fé, morrem em Cristo: aquele que morre em descrença, morrem em pecado; e essa é uma morte terrível; veja Josué 22:20, onde o Targum parafraseia, “e ele, um homem”, (ou sozinho) לא מות בחוביה, “não morre em seus pecados”.
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Notas
[1] Cf. 1 Timóteo 1:5. N do T.