Comentário de J.W Scott: 1 Coríntios 1:1-3

I. INTRODUÇÃO 1Co 1.1-9

Saudações aos crentes de Corinto (1Co 1.1-3)


O apóstolo adota a forma usual de saudação grega, na qual o nome do escritor vem no princípio. Apresenta-se ele como alguém que foi chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo comentario de primeira carta aos corintios, comentario biblico(1). Estava bem cônscio de que Deus agira na sua chamada. Conhecendo a narrativa da conversão de Paulo (veja-se At 9.1-16), podemos apreciar por que ele constantemente a ela se refere, seja diretamente (veja-se v. g. At 22.1-16), seja indiretamente nas saudações de suas epístolas. Podemos também inferir que Paulo tinha interesse em sublinhar sua missão e autoridade apostólicas, de Deus recebidas, especialmente quando escrevia a igrejas onde, como no caso de Corinto, havia certa tendência da parte de alguns para desacreditá-las. O irmão Sóstenes (1). Tem prazer em juntar ao seu o nome de outro crente, pensando sempre em termos de companheirismo com outros no evangelho (cf. 2Co 1.1 e as outras epístolas suas). (A respeito de Sóstenes, veja-se a Introdução). A Igreja de Deus, que está em Corinto (2) é a maneira notável como o apóstolo fala do grupo de crentes, homens e mulheres, representantes locais da única Igreja de Deus. Santificados em Cristo Jesus (2), isto é, separados ou dedicados a Deus, por sua união com Cristo Jesus. O tempo do verbo no grego, correspondente à palavra "santificados", indica um estado contínuo, resultante de uma experiência anterior de santificação. Chamados para ser santos (2) mais uma vez indica que a posição do crente procede de Deus e não é ganha por méritos próprios (veja nota sobre Fp 1.1). Com todos os que, em todo lugar, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo (2). A Igreja de Cristo é universal, "católica", e, contudo, há um sentimento íntimo entre as respectivas partes, entre todos os indivíduos e Cristo - Senhor deles e nosso (2). Podemos considerar as frases descritivas no vers. 2, que seguem as palavras igreja de Deus, como expositivas da doutrina da Igreja e como maneira de descrever os seus membros. Observe-se a sequência - "de Deus", "santificados", "chamados", "invocam", "deles e nosso". A Igreja é criação de Deus, que Ele por Sua vontade criou para Si. Seus membros são santificados, postos à parte para uso de Deus; são chamados - também significando potenciados - para ser santos; e eles continuamente invocam o nome de Jesus Cristo, cientes de que outros, em outros lugares, fazem o mesmo, não se considerando eles, portanto, como sendo a Igreja toda, ou que somente eles estão de posse de Cristo. Graça... paz (3); a primeira é a fonte de onde emana a nossa salvação; a segunda é a recompensa da confiança pessoal em Deus. Deus nosso Pai, e... o Senhor Jesus Cristo (3). A associação do nome de Jesus com o de Deus o Pai, em frases incidentais como esta, oferece-nos uma garantia da fé apostólica na deidade de Jesus Cristo, mais do que o fariam declarações formais. A doutrina da Santíssima Trindade não decorre de textos isolados; cremos que ela subjaz a todo o Novo Testamento. Teremos outras ocasiões de lhe fazer referência, à medida que prosseguirmos (vejam-se especialmente as notas sobre o cap. 15).