Comentário de J.W Scott: 1 Coríntios 7:1-9
IV. RESPOSTAS A PERGUNTAS 1 Coríntios 7.1-14.31
Casamento (1 Coríntios 7.1-40)
1. A OPINIÃO PARTICULAR DO APÓSTOLO SOBRE O CASAMENTO (1 Coríntios 7.1-9) - Passa o apóstolo a responder perguntas formuladas pela igreja dos coríntios. A primeira delas diz respeito ao casamento e aos deveres recíprocos de marido e mulher. Afirma claramente ser bom o homem não tocar mulher (1). Para ele, o companheirismo que em Cristo tinha com os demais crentes satisfazia plenamente a necessidade humana de companhia, a que o casamento normalmente supre. Com efeito, ficava mais do que satisfeita, porque para o apóstolo o companheirismo cristão ou espiritual era até mesmo mais profundo do que o casamento. Contudo, reconhece que "por causa da tentação para a imoralidade" (2) existente numa cidade pagã como Corinto, havia fortes razões pelas quais seus sentimentos pessoais nessa questão deviam ser desatendidos. Paulo, aqui, não faz um conceito menos digno do matrimônio. Está escrevendo na contextura de um estado de coisas existente. O que ele diz deve ser interpretado dentro dessa contextura. Passa a dar conselho concernente ao estado matrimonial. Um homem e uma mulher ligados pelo casamento têm o dever de atentar para as necessidades um do outro. Um falso ascetismo pode realmente dar oportunidade a Satanás de levar um ou outro ao pecado. Isto vos digo como concessão (6). Na ARC se lê "por permissão". Não quer ele dizer que tem permissão, porém não mandamento, do Espírito para dizer isto; senão que sua sugestão, para que os homens e as mulheres se casem, não deve ser vista como ordem, e sim apenas como permissão. Seu verdadeiro desejo é declarado no vers. 7. Contudo aqui novamente ele observa que os homens e as mulheres têm capacidades e dons variados, de modo que ele seria o último a julgar um irmão ou a insinuar, por pouco que fosse, sua própria superioridade.
É melhor casar do que viver abrasado (9). O apóstolo declara aqui graus de moralidade cristã - é melhor casar, porém, o melhor é ficar solteiro, de modo a pessoa poder dedicar-se inteiramente a Cristo. Daí teólogos católicos terem elaborado a teoria do "padrão duplo", isto é, um padrão para os cristãos comuns, e outro para os "experimentados". O sistema monástico nasce desta concepção. O ponto de vista evangélico de Cristianismo prefere não fazer tal distinção, porque ela conduz inevitavelmente à crença de que os "religiosos" adquirem méritos, o que é contrário ao princípio básico da redenção, como compreendido pelos evangélicos. Embora não se negue que o sistema monástico tem levado alguns dos seus membros a um grau elevado de santidade e à realização de obras admiráveis por Cristo, a opinião evangélica é que, apuradas as contas, o sistema resvala para o lado oposto. O fato de a Igreja Romana ensinar abertamente haver méritos no monasticismo parece justificar a opinião evangélica sobre esta matéria. Embora não tenhamos que hesitar em dizer com Paulo que certo modo de agir é superior espiritualmente a outro, devemos evitar a sistematização e a formação de institutos de gente "superior". A discussão destes assuntos constitui o escopo da teologia moral e ascética.
Casamento (1 Coríntios 7.1-40)
1. A OPINIÃO PARTICULAR DO APÓSTOLO SOBRE O CASAMENTO (1 Coríntios 7.1-9) - Passa o apóstolo a responder perguntas formuladas pela igreja dos coríntios. A primeira delas diz respeito ao casamento e aos deveres recíprocos de marido e mulher. Afirma claramente ser bom o homem não tocar mulher (1). Para ele, o companheirismo que em Cristo tinha com os demais crentes satisfazia plenamente a necessidade humana de companhia, a que o casamento normalmente supre. Com efeito, ficava mais do que satisfeita, porque para o apóstolo o companheirismo cristão ou espiritual era até mesmo mais profundo do que o casamento. Contudo, reconhece que "por causa da tentação para a imoralidade" (2) existente numa cidade pagã como Corinto, havia fortes razões pelas quais seus sentimentos pessoais nessa questão deviam ser desatendidos. Paulo, aqui, não faz um conceito menos digno do matrimônio. Está escrevendo na contextura de um estado de coisas existente. O que ele diz deve ser interpretado dentro dessa contextura. Passa a dar conselho concernente ao estado matrimonial. Um homem e uma mulher ligados pelo casamento têm o dever de atentar para as necessidades um do outro. Um falso ascetismo pode realmente dar oportunidade a Satanás de levar um ou outro ao pecado. Isto vos digo como concessão (6). Na ARC se lê "por permissão". Não quer ele dizer que tem permissão, porém não mandamento, do Espírito para dizer isto; senão que sua sugestão, para que os homens e as mulheres se casem, não deve ser vista como ordem, e sim apenas como permissão. Seu verdadeiro desejo é declarado no vers. 7. Contudo aqui novamente ele observa que os homens e as mulheres têm capacidades e dons variados, de modo que ele seria o último a julgar um irmão ou a insinuar, por pouco que fosse, sua própria superioridade.
É melhor casar do que viver abrasado (9). O apóstolo declara aqui graus de moralidade cristã - é melhor casar, porém, o melhor é ficar solteiro, de modo a pessoa poder dedicar-se inteiramente a Cristo. Daí teólogos católicos terem elaborado a teoria do "padrão duplo", isto é, um padrão para os cristãos comuns, e outro para os "experimentados". O sistema monástico nasce desta concepção. O ponto de vista evangélico de Cristianismo prefere não fazer tal distinção, porque ela conduz inevitavelmente à crença de que os "religiosos" adquirem méritos, o que é contrário ao princípio básico da redenção, como compreendido pelos evangélicos. Embora não se negue que o sistema monástico tem levado alguns dos seus membros a um grau elevado de santidade e à realização de obras admiráveis por Cristo, a opinião evangélica é que, apuradas as contas, o sistema resvala para o lado oposto. O fato de a Igreja Romana ensinar abertamente haver méritos no monasticismo parece justificar a opinião evangélica sobre esta matéria. Embora não tenhamos que hesitar em dizer com Paulo que certo modo de agir é superior espiritualmente a outro, devemos evitar a sistematização e a formação de institutos de gente "superior". A discussão destes assuntos constitui o escopo da teologia moral e ascética.