A voz da consciência no íntimo (Part. 1)

estudos biblicos, consciência cristãTexto Temático: “Sempre que pessoas das nações, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, . . . são quem demonstra que a matéria da lei está escrita nos seus corações, ao passo que a sua consciência lhes dá testemunho.” — Rom. 2:14, 15.

Hoje em dia, o que é “certo” ou “errado” está num estado de constante mudança. Num discurso sobre a “Moralidade Pública”, o Dr. Emanuel Demby declarou: “Um motivo importante pelo qual nos é tão difícil especificar a natureza moral exata de nossos tempos é que são um período de grande transição.” Aquilo que apenas há poucos anos atrás foi amplamente seguido como normas aceitas já foi alterado ou substituído. E, visto que a vida se torna cada vez mais difícil, quem pode dizer quão válidas são as novas normas ou por quanto tempo durarão? Que orientação é que temos?

Muitos dos que se apercebem desta necessidade expressam o ponto de vista de que, afinal, cada um devia estribar-se na sua consciência. Dizem: “Deixe que a sua consciência o guie.” Com “consciência” querem dizer que cada pessoa parece ter no íntimo uma “voz”, um senso íntimo que lhe diz o que é certo ou errado. Mas, dá-se isso em todos os casos? Sabe qual é a fonte da consciência e quão ampla ela é? Também, sabe quão fidedigno é tal senso íntimo? Mesmo que outros possam depender de sua própria consciência, poderá você, leitor, fazer o mesmo?

A CONSCIÊNCIA — DONDE PROVÉM?
Se buscasse dos intelectuais e dos filósofos uma explicação da fonte de sua consciência, talvez fosse informado de que ela é apenas o produto social da evolução. A opinião do evolucionista Charles Darwin era “que qualquer animal, dotado de instintos sociais bem acentuados, . . . inevitavelmente adquiria um senso moral ou consciência assim que suas faculdades intelectuais ficassem tão bem ou quase tão bem desenvolvidas como no homem”. E Sigmund Freud achava que podíamos “rejeitar a sugestão duma capacidade original — como se poderia dizer, natural — de discriminar entre o bem e o mal”.

Mas, representam tais conceitos a verdadeira explicação? O registro mais antigo e mais coerentemente fidedigno da história e dos tratos do homem responde: Não! Em primeiro lugar, a Bíblia diz corretamente aquilo que tem sido confirmado pela observação científica, que todas as coisas vivas se reproduzem ‘segundo a sua espécie’. Assim, o homem não é mero produto da evolução, nem o é sua consciência. (Gên. 1:21-26) Além disso, a Bíblia identifica com exatidão a fonte da voz no seu íntimo, a sua consciência, leitor. Ela mostra por que — apesar dos esforços de homens tais como Hitler, que se gabava de ‘libertar o homem da degradante quimera conhecida como consciência’ — os homens, em toda a terra, continuam a ter consciência. E ela pode ajudar-nos a usar e a tirar proveito da consciência.

As Escrituras nos dizem que o Criador fez o homem à Sua própria imagem, com inteligência e senso moral, assim como o próprio Deus os possui. (Gên. 1:27) E logo desde o começo, o primeiro homem possuía uma consciência dada por Deus; não era algo que simplesmente se desenvolveu com o aumento da sociedade humana. Isto se pode ver no relato sobre as ações e atitudes de Adão depois de ele ter violado a ordem de Deus a respeito da árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau. (Gên. 2:17) O registro diz que Adão e Eva, então, “foram esconder-se da face de Deus entre as árvores”. E quando Yehowah falou, Adão não respondeu prontamente. Por que não? Porque sentia sua culpa; era como se houvesse no seu íntimo uma voz que o condenasse, acusando-o e testificando que ele havia pecado. — Gên. 3:7-10.

De modo que o registro histórico mais antigo disponível indica que a consciência do homem se evidenciava logo desde o começo. É interessante que o historiador Flávio Josefo, do primeiro século E. C., escrevendo em grego, salientou que a relutância de Adão em responder a Deus era evidência de sua “má consciência”. Para a palavra “consciência”, Josefo usou o termo grego syneídesis, que significa literalmente “percepção do que se passa em nós” ou “com conhecimento” ou “com ciência”. A consciência de Adão procedia de Deus; era seu senso íntimo de moral e envolvia sua mente inteligente. Visto que foi criado à imagem de Deus, quando Adão agiu contrário às qualidades ou à vontade revelada de Deus, sentiu um conflito íntimo. Mas, como se relaciona isso com nossos sentimentos e nossas ações? Foi a consciência transmitida aos descendentes de Adão? Sim; tanto a evidência bíblica como a não-bíblica provam que isto se deu, até mesmo no caso de cada um de nós hoje.