Colossenses 1:1-8 — Comentário de J.W Scott
Colossenses 1.1-8
Nas suas sentenças iniciais o apóstolo adota a forma costumeira de saudação, porém, com seus próprios toques hábeis, apresenta-a em moldes cristãos. Considerando o uso do título autoritário, particularmente da frase pela vontade de Deus, alguns comentadores pensam que Paulo está procurando defender a sua autoridade contra aqueles que possam desconfiar dela (cf. Gl 1). Em vista, todavia, do uso da mesma expressão em 1Co 1.1; 2Co 1.1; Ef 1.1, etc., Lightfoot se inclina para a opinião que a expressão deve ser tomada como "uma renúncia de todo valor pessoal, e uma declaração da graça imerecida de Deus". Esta é provavelmente a interpretação certa. Pois a frase “pela vontade de Deus” sai livremente da pena do apóstolo nos contextos onde não pode ter nenhuma significação polêmica (cf. Rm 15.32). Timóteo (1). Timóteo está frequentemente associado com Paulo na saudação inicial (cf. Filipenses e Filemom), e a saudação aqui é claramente de ambos. A associação não se menciona mais depois do vers. 23. O povo a quem o apóstolo escreve é designado “santos e fiéis irmãos em Cristo” (2). Como santos, eles foram separados para Deus, pois a significação fundamental da palavra é “posto de lado, reservado”. Talvez o incomum título suplementar de “fiéis irmãos em Cristo” sugira por implicação que Paulo esteja se dirigindo somente àqueles que estão firmes na sua profissão. Veja, porém, Ef 1.1. Os melhores manuscritos dão a saudação como “graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai”, omitindo “e o Senhor Jesus Cristo”. Este é o único lugar onde o nome do Pai é mencionado sozinho, em uma bênção paulina inicial. Damos graças (3). Na “ação de graças” Paulo adota o modo convencional grego de iniciar cartas. Mas, aqui é mais do que uma convenção. É carregado com sentimento genuíno e é usado para introduzir gradualmente o tema principal da carta (cf. Ef 1.15-23). Desde que ouvimos (4). Isso mostra que Paulo tinha de depender de notícias para o seu conhecimento das condições em Colossos (veja a Introdução); claramente, houve muitas coisas nessas notícias para alegrar seu coração. A relação entre a fé, o amor, a esperança (4-5), deve ser notada, (cf. 1Co 13.13; 1Ts 1.3; 1Ts 5.8; Ef 1.15 n.). Fé é a essência da vida cristã no seu aspecto religioso de nossa relação com Deus; amor representa o aspecto de nossa relação com o próximo; enquanto que a vida toda está baseada sobre uma grande esperança, “a esperança sendo aqui não tanto o ato de esperar como o objeto esperado” (C. H. Dodd). Esta esperança tinha sido proclamada aos Colossenses pela palavra da verdade do Evangelho (5) que eles tinham ouvido antes dos ensinos heréticos chegarem. Em todo o mundo (6). Este evangelho produz frutos em toda espécie de solo e assim traz o selo da universalidade. Não é como o ensino fantasiado dos falsos mestres que queriam fazer da Igreja Colossense o núcleo de um culto esotérico. A fé cristã faz um apelo universal. Esta os colossenses tinham recebido na verdade (6), isto é, “na sua simplicidade genuína, sem adulteração” (Lightfoot). O evangelho lhes tinha sido levado por Epafras que tinha agido como representante de Paulo... Que também declarou (8). Ele já tinha comunicado a Paulo o amor deles no Espírito. As partes menos agradáveis do relatório são naturalmente deixadas sem menção nesta seção de ações de graças.