Comentário de J.W Scott: Lucas 2:21-51

comentario biblico do evangelho de lucas
I. A infância de Jesus (Lc 2.21-39)

Seus pais levaram-No ao templo em Jerusalém e levaram a efeito tudo quanto a lei requeria no caso de um primogênito (21-24). O cântico de Simão está assinalado com um arrebatamento dominado e um profundo enlevo espiritual. Ele se representa como sendo um vigia liberto agora de seu dever devido à esperança messiânica, pela qual tinha sido ordenado a que ele esperasse, e que agora apareceu (25-32). Seu modo de dirigir-se a Maria mostra que ele possuía alguma compreensão do significado das profecias que davam uma sombra antecipada dos sofrimentos do Messias (33-35). A já idosa profetisa Ana confirmou o testemunho dele relativamente à criança (36-38). José e Maria voltaram a Nazaré após cumprimento de tudo quanto a lei prescrevia (39).

Para o apresentarem ao Senhor (22). Todos os primogênitos em Israel pertenciam a Deus por causa da libertação do Egito na noite de páscoa (Êx 13.2). Um filho primogênito tinha que ser redimido por uma oferta sacrificial (Nm 18.15). A oferta de José e Maria era a que os muito pobres tinham a permissão de substituir um cordeiro (Lv 12.8).

Para ruína como para levantamento (34); quer isto dizer, a ruína de alguns e a salvação de outros. A todos os que esperavam a redenção de Jerusalém (38). Simeão e Ana representam o povo piedoso em Israel, distinto dos judeus de mente carnal. Parece que houve uma certa expectativa entre eles por todo esse tempo em que se aproximava o advento do Messias.

II. A meninice de Jesus (Lc 2.40-52)

Ele cresceu em corpo, mente e espírito desde a infância (40), por toda a meninice e em Sua mocidade (52). Sua natureza humana era perfeita e completa em cada fase de seu desenvolvimento. Quando chegou aos doze anos de idade, a idade em que um jovem judeu tornava-se um membro da congregação de Israel, Jesus foi levado para Jerusalém, durante a páscoa, pela primeira vez. O incidente que ocorreu nessa ocasião revela a natureza ímpar e sem pecado desse menino em desenvolvimento (41-51).

A festa da páscoa (41). Esta festa comemorava a libertação de Israel do Egito (Êx 12.1-20). Ocorria na primavera, anualmente e sua celebração, que incluía a festa dos pães asmos, durava oito dias. Entre os companheiros (44). Seria este um grupo da Galiléia, peregrinos, viajando em uma caravana. Quando pararam para a noite, Jesus foi dado em falta. Três dias depois (46). Depois de um dia de jornada e outro mais de volta, Ele foi encontrado no terceiro dia em um dos pátios do templo onde havia passado cada um daqueles dias em Sua ansiedade de aprender dos doutores da lei, os quais estavam acostumados a dar instrução pública durante as festas. Não sabíeis? (49) A resposta de Jesus é uma expressão de surpresa. Havia algo em torno dEle que Ele mesmo Se surpreendeu que Seus pais não o soubessem. A frase do original grego é indefinida. Ele sempre estivera ocupado com os afazeres de Seu Pai e não tinha interesses próprios para comprometê-Lo. Isto era o que Seus pais poderiam ter sabido. Aqui está revelada a vida íntima de uma criança que não tinha vontade própria. Suas palavras não subentendem uma consciência de Sua própria natureza divina, mas sim a consciência de uma natureza humana não decaída. Isso dá em conta Seus pais não terem compreendido o que queria dizer (50). Era-lhes submisso (51). Isto expressa a atitude da vida de Jesus em Nazaré no decurso dos dezoito anos seguintes (Lc 3.23). José não é mencionado novamente, sem dúvida nenhuma porque não mais vivia quando teve início o ministério público de Cristo. Jesus trabalhou na mesma profissão de José (Mt 13.55; Mc 6.3), e, sendo o filho mais velho da família, arcaria com o peso do lar após a morte do pai.