Estudo do Livro de Deuteronômio
Estudo do Livro de Deuteronômio
O Livro de Deuteronômio é o último dos cinco livros do Pentateuco. Este nome vem da Vulgata latina, do titulo da LXX deuteronomion, “repetição da lei”, que às vezes foi confundida com “cópia desta lei” em Deuteronômio 17.18. Antigos escritores judeus e cristãos unanimemente atribuem este livro a Moisés. O Senhor Jesus Cristo e os vários escritores do NT citam passagens do livro e fazem alusão a ele aproximadamente 100 vezes, freqüentemente indicando que a citação veio de Moisés (por exemplo, Mc 12.19; Mt 19.8; Rm 10.19; 1 Co 9.9). Os críticos modernos negam que Moisés tenha escrito Deuteronômio, atribuindo o livro, em sua forma presente, a vários escritores e editores durante um período de séculos.
A unidade literária deste livro de Moisés é inequivocamente evidenciada por sua notável estrutura. Isto se mostra em seu padrão total, e nas inúmeras ênfases temáticas da forma legal característica dos antigos tratados heteus e assírios; particularmente, aquelas do tipo servil. Além disso, houve uma evolução na forma documentária destes tratados. Deuteronômio corresponde à forma clássica do Oriente Próximo atestada na época de Moisés contra a do primeiro milênio a.C. Como contratos legais selados, estes tratados não estavam sujeitos a alteração.
Cf. Introdução Bíblica: Livro de Deuteronômio
O fato de Deuteronômio poder ser tão identificável confirma as suas próprias e claras reivindicações quanto à sua autoria mosaica, (veja Dt 1.3; 31.9,22,24); e pelo mesmo sinal ele desmente todo o complexo das altas teorias críticas modernas com respeito à origem deste livro. A crítica negativa desde os dias de Wellhausen considera Deuteronômio como o produto de um prolongado processo de expansão e alteração, completada, de acordo com a opinião da maioria destes críticos, no século VII a.C., embora alguns o datem dos tempos pós-exílicos e outros pensem que ele remonte à anfictionia pré-monárquica.
O livro pode der esquematizado da seguinte forma:
I. Introdução: Mediador da Aliança, 1.1-5.
II. Prólogo Histórico: História da Aliança, 1.6-4.49.
III. Condições: Vida da Aliança, 5.1-26.19.
IV. Sanções: Ratificação da Aliança, 27.1-30.20.
V. Arranjos de Sucessão: Continuidade da Aliança, 31.1-34.12.
Os tratados servis iniciavam-se com a autoidentificação do suserano dirigindo-se ao seu vassalo. Assim, a introdução de Deuteronômio (1.1-5) identifica Moisés como o orador e o mediador-representante do Rei Celestial que era o verdadeiro Senhor desta aliança. À introdução também indica a ocasião da assembléia final de Israel, convocada por Moisés, pouco antes de sua morte. Como era de costume na administração de alianças, a aproximação da morte do chefe dinástico (isto é, Moisés) era o sinal da renovação da aliança, exigindo do vassalo (isto é, Israel) o reconhecimento do sucessor dinástico eleito (isto é, Josué).
O propósito do prólogo histórico era citar os benefícios anteriormente concedidos pelo Grande Rei, para que a fidelidade dos vassalos pudesse ser motivada por um senso de gratidão. Começando a relembrar a história do relacionamento do Senhor com Israel na cena do estabelecimento sinaítico da aliança, Moisés relembra a fiel proteção de Deus para com Israel apesar de sua rebeldia durante os anos em que vagaram pelo deserto, e das conquistas transjordanianas; então apresenta o relato na presente cerimônia solene com palavras de exortação (1.6-4.49).
As condições ditadas pelo suserano como regras para a vida dos vassalos, formavam uma terceira divisão padrão nos tratados. A exigência fundamental era sempre a perfeita lealdade dos vassalos, e a exclusão da fidelidade a qualquer outro senhor. De forma satisfatória, as leis de Deuteronômio começam com o grande mandamento de amar ao Senhor com todo o coração, porque só Ele é o Deus de Israel (5.1-11.32). O fato de os suseranos - por ocasião da renovação de suas alianças - repetirem as suas exigências anteriores com tais modificações que poderiam ser necessárias, explica a nova versão do Decálogo (5.6ss). Na lembrança da legislação (caps. 12-26), o primeiro princípio era aplicado a áreas específicas da teocracia israelita em leis que tratavam da consagração da lei cerimonial (12.1-16.17), da retidão judicia 1-governamental (16.18-21.23), da santidade da ordem divina (22.1-25.19), e da confissão de Deus como o Rei-Redentor (26.1-19).
Segue-se a seção usual apresentando as sanções do tratado. Começa com instruções para uma fase conclusiva na renovação da aliança a ser dirigida por Josué dentro de Canaã (cap. 27). As maldições e as bênçãos dos caps. 28-30 fornecem uma visão profética da história israelita, culminando no exílio e restauração. Elas também constituem a ameaça e as promessas divinas nos termos em que Israel fez seu juramento de fidelidade naquele dia.
Reunidos nos capítulos finais (31-34) estão elementos relacionados à continuidade da aliança, preparativos para a sucessão de Josué; o compromisso com as testemunhas da aliança, ou seja, o texto do tratado depositado no santuário, e a canção de testemunho colocada nos lábios de Israel; as bênçãos testamentárias de Moisés; e o registro da morte de Moisés. Esta morte iminente era a razão da urgência da cerimônia da qual Deuteronômio é a testemunha documentária. Veja Aliança.
Bibliografia. CornPBE, pp. 258-262, para teorias de autoria recentes. Kenneth A Kitchen, “Ancient Orient, ‘Deuteronism,’ and the Old Testament”, NPOT, pp. 1-24. Meredith G. Kline, The Treaty of the Great King, Grand Rapids. Eerdmans, 1963. Dennis J, McCarthy, Treaty and Covenant, Roma. Pontificai Biblical Inst., 1963. Gerhard von Rad, Studies in Deuteronomy, Nova York. Henry Regnery, 1953. Adam C. Welch, The Code of Deuteronomy, Londres. Oxford, 1924; Deuteronomy- The Framework to the Code, Londres. Oxford, 1932. Samuel J. Schultz, Deuteronomy, The Gospel of Love, Chicago. Moody Press, 1971.
O Livro de Deuteronômio é o último dos cinco livros do Pentateuco. Este nome vem da Vulgata latina, do titulo da LXX deuteronomion, “repetição da lei”, que às vezes foi confundida com “cópia desta lei” em Deuteronômio 17.18. Antigos escritores judeus e cristãos unanimemente atribuem este livro a Moisés. O Senhor Jesus Cristo e os vários escritores do NT citam passagens do livro e fazem alusão a ele aproximadamente 100 vezes, freqüentemente indicando que a citação veio de Moisés (por exemplo, Mc 12.19; Mt 19.8; Rm 10.19; 1 Co 9.9). Os críticos modernos negam que Moisés tenha escrito Deuteronômio, atribuindo o livro, em sua forma presente, a vários escritores e editores durante um período de séculos.
A unidade literária deste livro de Moisés é inequivocamente evidenciada por sua notável estrutura. Isto se mostra em seu padrão total, e nas inúmeras ênfases temáticas da forma legal característica dos antigos tratados heteus e assírios; particularmente, aquelas do tipo servil. Além disso, houve uma evolução na forma documentária destes tratados. Deuteronômio corresponde à forma clássica do Oriente Próximo atestada na época de Moisés contra a do primeiro milênio a.C. Como contratos legais selados, estes tratados não estavam sujeitos a alteração.
Cf. Introdução Bíblica: Livro de Deuteronômio
O fato de Deuteronômio poder ser tão identificável confirma as suas próprias e claras reivindicações quanto à sua autoria mosaica, (veja Dt 1.3; 31.9,22,24); e pelo mesmo sinal ele desmente todo o complexo das altas teorias críticas modernas com respeito à origem deste livro. A crítica negativa desde os dias de Wellhausen considera Deuteronômio como o produto de um prolongado processo de expansão e alteração, completada, de acordo com a opinião da maioria destes críticos, no século VII a.C., embora alguns o datem dos tempos pós-exílicos e outros pensem que ele remonte à anfictionia pré-monárquica.
O livro pode der esquematizado da seguinte forma:
I. Introdução: Mediador da Aliança, 1.1-5.
II. Prólogo Histórico: História da Aliança, 1.6-4.49.
III. Condições: Vida da Aliança, 5.1-26.19.
IV. Sanções: Ratificação da Aliança, 27.1-30.20.
V. Arranjos de Sucessão: Continuidade da Aliança, 31.1-34.12.
Os tratados servis iniciavam-se com a autoidentificação do suserano dirigindo-se ao seu vassalo. Assim, a introdução de Deuteronômio (1.1-5) identifica Moisés como o orador e o mediador-representante do Rei Celestial que era o verdadeiro Senhor desta aliança. À introdução também indica a ocasião da assembléia final de Israel, convocada por Moisés, pouco antes de sua morte. Como era de costume na administração de alianças, a aproximação da morte do chefe dinástico (isto é, Moisés) era o sinal da renovação da aliança, exigindo do vassalo (isto é, Israel) o reconhecimento do sucessor dinástico eleito (isto é, Josué).
O propósito do prólogo histórico era citar os benefícios anteriormente concedidos pelo Grande Rei, para que a fidelidade dos vassalos pudesse ser motivada por um senso de gratidão. Começando a relembrar a história do relacionamento do Senhor com Israel na cena do estabelecimento sinaítico da aliança, Moisés relembra a fiel proteção de Deus para com Israel apesar de sua rebeldia durante os anos em que vagaram pelo deserto, e das conquistas transjordanianas; então apresenta o relato na presente cerimônia solene com palavras de exortação (1.6-4.49).
As condições ditadas pelo suserano como regras para a vida dos vassalos, formavam uma terceira divisão padrão nos tratados. A exigência fundamental era sempre a perfeita lealdade dos vassalos, e a exclusão da fidelidade a qualquer outro senhor. De forma satisfatória, as leis de Deuteronômio começam com o grande mandamento de amar ao Senhor com todo o coração, porque só Ele é o Deus de Israel (5.1-11.32). O fato de os suseranos - por ocasião da renovação de suas alianças - repetirem as suas exigências anteriores com tais modificações que poderiam ser necessárias, explica a nova versão do Decálogo (5.6ss). Na lembrança da legislação (caps. 12-26), o primeiro princípio era aplicado a áreas específicas da teocracia israelita em leis que tratavam da consagração da lei cerimonial (12.1-16.17), da retidão judicia 1-governamental (16.18-21.23), da santidade da ordem divina (22.1-25.19), e da confissão de Deus como o Rei-Redentor (26.1-19).
Segue-se a seção usual apresentando as sanções do tratado. Começa com instruções para uma fase conclusiva na renovação da aliança a ser dirigida por Josué dentro de Canaã (cap. 27). As maldições e as bênçãos dos caps. 28-30 fornecem uma visão profética da história israelita, culminando no exílio e restauração. Elas também constituem a ameaça e as promessas divinas nos termos em que Israel fez seu juramento de fidelidade naquele dia.
Reunidos nos capítulos finais (31-34) estão elementos relacionados à continuidade da aliança, preparativos para a sucessão de Josué; o compromisso com as testemunhas da aliança, ou seja, o texto do tratado depositado no santuário, e a canção de testemunho colocada nos lábios de Israel; as bênçãos testamentárias de Moisés; e o registro da morte de Moisés. Esta morte iminente era a razão da urgência da cerimônia da qual Deuteronômio é a testemunha documentária. Veja Aliança.
Bibliografia. CornPBE, pp. 258-262, para teorias de autoria recentes. Kenneth A Kitchen, “Ancient Orient, ‘Deuteronism,’ and the Old Testament”, NPOT, pp. 1-24. Meredith G. Kline, The Treaty of the Great King, Grand Rapids. Eerdmans, 1963. Dennis J, McCarthy, Treaty and Covenant, Roma. Pontificai Biblical Inst., 1963. Gerhard von Rad, Studies in Deuteronomy, Nova York. Henry Regnery, 1953. Adam C. Welch, The Code of Deuteronomy, Londres. Oxford, 1924; Deuteronomy- The Framework to the Code, Londres. Oxford, 1932. Samuel J. Schultz, Deuteronomy, The Gospel of Love, Chicago. Moody Press, 1971.