Exposição da Epístola de Efésios 2:13-19
A verdadeira circuncisão
A grande lição do apóstolo baseia-se na obra expiatória de Cristo que uniu judeus e gentios, formando um só povo, com uma só fé, um só Senhor e uma só comunidade — a Igreja. Esse ensino é fortalecido na sua carta aos Gálatas quando escreveu que "em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura" (Gl 6.15).
A verdadeira circuncisão que marca e distingue o povo de Deus hoje não é feita na carne, mas no coração (Dt 10.16). Paulo não menospreza o rito da circuncisão entre os judeus, mas o que importa agora é a circuncisão espiritual, que implica abandono do pecado e obediência a Cristo (Rm 2.25-29; Fp 3.2; Cl 2.11). Não há diferença agora de raça ou língua, porque em Cristo todos fomos feitos um só povo. Antes os privilégios eram restritos a Israel; hoje abrangem judeus e gentios, através da nova aliança feita no sangue de Jesus Cristo (1 Co 1.23,24; Hb 8.6).
2. UNIDADE NO CORPO DE CRISTO — 2.13-18
2:13 νυνι δε εν χριστω ιησου υμεις οι ποτε οντες μακραν εγγυς εγενηθητε εν τω αιματι του χριστου 2:14 αυτος γαρ εστιν η ειρηνη ημων ο ποιησας τα αμφοτερα εν και το μεσοτοιχον του φραγμου λυσας 2:15 την εχθραν εν τη σαρκι αυτου τον νομον των εντολων εν δογμασιν καταργησας ινα τους δυο κτιση εν εαυτω εις ενα καινον ανθρωπον ποιων ειρηνην 2:16 και αποκαταλλαξη τους αμφοτερους εν ενι σωματι τω θεω δια του σταυρου αποκτεινας την εχθραν εν αυτω 2:17 και ελθων ευηγγελισατο ειρηνην υμιν τοις μακραν και τοις εγγυς 2:18 οτι δι αυτου εχομεν την προσαγωγην οι αμφοτεροι εν ενι πνευματι προς τον πατερα 2:19 αρα ουν ουκετι εστε ξενοι και παροικοι αλλα συμπολιται των αγιων και οικειοι του θεου
Com a expressão "mas agora", o versículo 13 inicia mostrando o contraste da vida nova com a velha. Essas palavras indicam a posição presente dos crentes e, quando a continuação do verso diz "em Cristo Jesus", temos uma visão de nosso estado de perdição antes de conhecer a Cristo. É um paralelo que o apóstolo faz entre a velha vida (vv. 11,12) e a nova vida conquistada pela obra da redenção (v. 13).
Notemos os contrastes: antes, "sem Cristo" e agora "em Cristo"; antes, separados e excluídos, mas agora "chegastes perto" (v. 13); antes, separados "na carne", agora unidos "em um mesmo Espírito" (v. 18).
O poder da unidade nesse novo pacto de Deus com o homem está no "sangue de Cristo", expresso no verso 13: "... vós que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto". Antes estávamos "longe", agora, "em Cristo", estamos "perto". A expressão "estáveis longe" refere-se aos gentios que puderam aproximar-se de Deus pelo poder do sangue de Cristo. Não há mais barreira que impeça nossa aproximação.
Antes, por causa de nossos pecados, estávamos afastados, sem possibilidade de remissão pelo sistema sacrificial comum em Israel, mas Cristo se fez "Cordeiro de Deus" e, sendo sacrificado espontaneamente, vertendo seu sangue precioso no Calvário, desfez as barreiras, removeu o pecado e nos uniu em si mesmo.
"Porque ele é a nossa paz" (v. 14), ou seja, Ele foi o meio de reconciliação entre Deus e o homem. Ele cumpriu toda a lei, que não podíamos cumprir, para nos justificar da condenação. A lei era um pacto de obras e exigia uma obediência perfeita da parte do homem. A justificação perante Deus estava implícita na obediência à lei, mas o homem não podia cumpri-la. Jesus, então, subjugou-se à exigência da lei e cumpriu-a por nós. Pelo seu sangue, nossa expiação foi feita. A justiça divina não foi adiada, mas cumprida integralmente. Nossa paz com Deus foi restituída por Jesus (Rm 5.1).
"Na sua carne desfez a inimizade" (v. 15). Que entendemos por "inimizade"? Essa inimizade tinha sentido social e religioso. Religiosamente, os judeus eram inimigos dos gentios porque estes eram pagãos, isto é, serviam a outros deuses. Socialmente, eram inimigos dos gentios porque não eram circuncidados. Entretanto, Paulo destacou a necessidade de quebrar essa inimizade, esse sentimento hostil e de animosidade, por um sentimento fraternal. O termo "inimizade" diz respeito também ao muro de separação existente entre ambos os povos, mas Jesus veio para destruir esse muro através da sua obra na cruz.
"... a lei dos mandamentos que consistia em ordenanças" (v. 15) indica que a legislação mosaica foi abolida; não só a cerimonial, mas toda a lei, com todas as suas ordenanças. Cristo, pela "sua carne", desfez toda a condenação da lei, criando a "lei do espírito de vida" (Rm 8.2), que desfaria toda a inimizade e diferenças para unir todos quantos cressem em Cristo, formando um só povo, "em um corpo" (v. 16).
"Fazendo a paz" (v. 15), isto é, promoveu a verdadeira unidade, no seu corpo, de ambos os povos — judeus e gentios. Não foi uma unidade exterior e mecânica, mas interior e espiritual. Fomos reconciliados com Deus "em um corpo" (v. 16). Cristo nos libertou da lei como pacto de obras pelo fato de Ele mesmo ter-se sujeitado a ela (Gl 4.5). Ele recebeu a pena da lei (Gl 3.13) em seu corpo (Rm 7.4; Cl 1.22) na cruz do Calvário (Gl 2.14).
"... para criar em si mesmo dos dois um novo homem". A unidade espiritual dos dois povos (judeus e gentios) foi feita por Cristo "em si mesmo", isto é, no seu corpo, criando uma nova humanidade. Deus trata a ambos os povos como um só indivíduo. É uma nova criação que só acontece com a obra regeneradora do Espírito Santo (Tt 3.5). A nova criação, ou seja, "o novo homem", aqui representado pelo povo de Deus (a Igreja), não pode ser tratado separadamente do seu contexto. O termo "novo homem" não pode ser interpretado isoladamente porque ele está devidamente preso pelo seu contexto espiritual, que fala da nova criação em Cristo, formando dos dois povos um só.
No verso 16, a cruz de Cristo serviu de elo de reconciliação e também de destruição. A cruz foi o ímã para a reconciliação dos homens com Deus (Rm 5.10; 2 Co 5.18-20; Cl 1.20), mas foi também o símbolo de morte e destruição das inimizades existentes entre Deus e o homem.
No versículo 17 Paulo afirma que "ele [Jesus] evangelizou a paz" aos que estavam longe (os gentios), e aos que estavam perto (os judeus).
"Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito". A unidade espiritual de judeus e gentios em Cristo permite que tenham acesso ao Pai. Como? Vemos a Trindade em ação quando o Pai promove a unidade: o Filho a executa e o Espírito Santo a mantém.
O Filho é o mediador da nova aliança. E aquele que padeceu uma vez pelos pecados, isto é, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus (1 Pe 3.18). O Espírito Santo opera a obra regeneradora: Ele convence o homem dos seus pecados e aplica a obra redentora no homem. O Pai recebe o pecador remido. O mesmo Espírito que nos santifica é o que unifica todos os crentes para terem acesso a Deus, o Pai. Assim como o espírito humano vivifica o homem, assim "o novo homem" em Cristo, a Igreja, é vivificado pelo Espírito Santo.
"Ambos temos acesso". Ambos os povos, judeus e gentios. Em Cristo Jesus se inter-relacionam, isto é, se ligam e se unem. Têm as mesmas vantagens e privilégios, e passam a ter a mesma posição comum no corpo de Cristo (1 Co 12.12). Ambos são um nele. O Espírito Santo é quem nos introduz no corpo de Cristo, e assim temos acesso ao Pai através do corpo de seu Filho. Jesus declarou certa feita: "Ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6). Essa declaração fortalece o fato de que por Jesus chega¬mos ao Pai.
No verso 19 o apóstolo apresenta o fruto da obra de Cristo: a unidade conquistada pela sua cruz. As diferenças são desfeitas. O poder unificador do Espírito opera através do sangue de Cristo e faz com que todos os crentes de todas as raças, línguas e povos formem um só povo, uma só família, e os torna "concidadãos dos santos". Somos agora a família da fé. Antes éramos estrangeiros, agora, em Cristo, formamos uma nova raça, uma nova família.
A grande lição do apóstolo baseia-se na obra expiatória de Cristo que uniu judeus e gentios, formando um só povo, com uma só fé, um só Senhor e uma só comunidade — a Igreja. Esse ensino é fortalecido na sua carta aos Gálatas quando escreveu que "em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura" (Gl 6.15).
A verdadeira circuncisão que marca e distingue o povo de Deus hoje não é feita na carne, mas no coração (Dt 10.16). Paulo não menospreza o rito da circuncisão entre os judeus, mas o que importa agora é a circuncisão espiritual, que implica abandono do pecado e obediência a Cristo (Rm 2.25-29; Fp 3.2; Cl 2.11). Não há diferença agora de raça ou língua, porque em Cristo todos fomos feitos um só povo. Antes os privilégios eram restritos a Israel; hoje abrangem judeus e gentios, através da nova aliança feita no sangue de Jesus Cristo (1 Co 1.23,24; Hb 8.6).
2. UNIDADE NO CORPO DE CRISTO — 2.13-18
2:13 νυνι δε εν χριστω ιησου υμεις οι ποτε οντες μακραν εγγυς εγενηθητε εν τω αιματι του χριστου 2:14 αυτος γαρ εστιν η ειρηνη ημων ο ποιησας τα αμφοτερα εν και το μεσοτοιχον του φραγμου λυσας 2:15 την εχθραν εν τη σαρκι αυτου τον νομον των εντολων εν δογμασιν καταργησας ινα τους δυο κτιση εν εαυτω εις ενα καινον ανθρωπον ποιων ειρηνην 2:16 και αποκαταλλαξη τους αμφοτερους εν ενι σωματι τω θεω δια του σταυρου αποκτεινας την εχθραν εν αυτω 2:17 και ελθων ευηγγελισατο ειρηνην υμιν τοις μακραν και τοις εγγυς 2:18 οτι δι αυτου εχομεν την προσαγωγην οι αμφοτεροι εν ενι πνευματι προς τον πατερα 2:19 αρα ουν ουκετι εστε ξενοι και παροικοι αλλα συμπολιται των αγιων και οικειοι του θεου
Com a expressão "mas agora", o versículo 13 inicia mostrando o contraste da vida nova com a velha. Essas palavras indicam a posição presente dos crentes e, quando a continuação do verso diz "em Cristo Jesus", temos uma visão de nosso estado de perdição antes de conhecer a Cristo. É um paralelo que o apóstolo faz entre a velha vida (vv. 11,12) e a nova vida conquistada pela obra da redenção (v. 13).
Notemos os contrastes: antes, "sem Cristo" e agora "em Cristo"; antes, separados e excluídos, mas agora "chegastes perto" (v. 13); antes, separados "na carne", agora unidos "em um mesmo Espírito" (v. 18).
O poder da unidade nesse novo pacto de Deus com o homem está no "sangue de Cristo", expresso no verso 13: "... vós que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto". Antes estávamos "longe", agora, "em Cristo", estamos "perto". A expressão "estáveis longe" refere-se aos gentios que puderam aproximar-se de Deus pelo poder do sangue de Cristo. Não há mais barreira que impeça nossa aproximação.
Antes, por causa de nossos pecados, estávamos afastados, sem possibilidade de remissão pelo sistema sacrificial comum em Israel, mas Cristo se fez "Cordeiro de Deus" e, sendo sacrificado espontaneamente, vertendo seu sangue precioso no Calvário, desfez as barreiras, removeu o pecado e nos uniu em si mesmo.
"Porque ele é a nossa paz" (v. 14), ou seja, Ele foi o meio de reconciliação entre Deus e o homem. Ele cumpriu toda a lei, que não podíamos cumprir, para nos justificar da condenação. A lei era um pacto de obras e exigia uma obediência perfeita da parte do homem. A justificação perante Deus estava implícita na obediência à lei, mas o homem não podia cumpri-la. Jesus, então, subjugou-se à exigência da lei e cumpriu-a por nós. Pelo seu sangue, nossa expiação foi feita. A justiça divina não foi adiada, mas cumprida integralmente. Nossa paz com Deus foi restituída por Jesus (Rm 5.1).
"Na sua carne desfez a inimizade" (v. 15). Que entendemos por "inimizade"? Essa inimizade tinha sentido social e religioso. Religiosamente, os judeus eram inimigos dos gentios porque estes eram pagãos, isto é, serviam a outros deuses. Socialmente, eram inimigos dos gentios porque não eram circuncidados. Entretanto, Paulo destacou a necessidade de quebrar essa inimizade, esse sentimento hostil e de animosidade, por um sentimento fraternal. O termo "inimizade" diz respeito também ao muro de separação existente entre ambos os povos, mas Jesus veio para destruir esse muro através da sua obra na cruz.
"... a lei dos mandamentos que consistia em ordenanças" (v. 15) indica que a legislação mosaica foi abolida; não só a cerimonial, mas toda a lei, com todas as suas ordenanças. Cristo, pela "sua carne", desfez toda a condenação da lei, criando a "lei do espírito de vida" (Rm 8.2), que desfaria toda a inimizade e diferenças para unir todos quantos cressem em Cristo, formando um só povo, "em um corpo" (v. 16).
"Fazendo a paz" (v. 15), isto é, promoveu a verdadeira unidade, no seu corpo, de ambos os povos — judeus e gentios. Não foi uma unidade exterior e mecânica, mas interior e espiritual. Fomos reconciliados com Deus "em um corpo" (v. 16). Cristo nos libertou da lei como pacto de obras pelo fato de Ele mesmo ter-se sujeitado a ela (Gl 4.5). Ele recebeu a pena da lei (Gl 3.13) em seu corpo (Rm 7.4; Cl 1.22) na cruz do Calvário (Gl 2.14).
"... para criar em si mesmo dos dois um novo homem". A unidade espiritual dos dois povos (judeus e gentios) foi feita por Cristo "em si mesmo", isto é, no seu corpo, criando uma nova humanidade. Deus trata a ambos os povos como um só indivíduo. É uma nova criação que só acontece com a obra regeneradora do Espírito Santo (Tt 3.5). A nova criação, ou seja, "o novo homem", aqui representado pelo povo de Deus (a Igreja), não pode ser tratado separadamente do seu contexto. O termo "novo homem" não pode ser interpretado isoladamente porque ele está devidamente preso pelo seu contexto espiritual, que fala da nova criação em Cristo, formando dos dois povos um só.
No verso 16, a cruz de Cristo serviu de elo de reconciliação e também de destruição. A cruz foi o ímã para a reconciliação dos homens com Deus (Rm 5.10; 2 Co 5.18-20; Cl 1.20), mas foi também o símbolo de morte e destruição das inimizades existentes entre Deus e o homem.
No versículo 17 Paulo afirma que "ele [Jesus] evangelizou a paz" aos que estavam longe (os gentios), e aos que estavam perto (os judeus).
"Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito". A unidade espiritual de judeus e gentios em Cristo permite que tenham acesso ao Pai. Como? Vemos a Trindade em ação quando o Pai promove a unidade: o Filho a executa e o Espírito Santo a mantém.
O Filho é o mediador da nova aliança. E aquele que padeceu uma vez pelos pecados, isto é, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus (1 Pe 3.18). O Espírito Santo opera a obra regeneradora: Ele convence o homem dos seus pecados e aplica a obra redentora no homem. O Pai recebe o pecador remido. O mesmo Espírito que nos santifica é o que unifica todos os crentes para terem acesso a Deus, o Pai. Assim como o espírito humano vivifica o homem, assim "o novo homem" em Cristo, a Igreja, é vivificado pelo Espírito Santo.
"Ambos temos acesso". Ambos os povos, judeus e gentios. Em Cristo Jesus se inter-relacionam, isto é, se ligam e se unem. Têm as mesmas vantagens e privilégios, e passam a ter a mesma posição comum no corpo de Cristo (1 Co 12.12). Ambos são um nele. O Espírito Santo é quem nos introduz no corpo de Cristo, e assim temos acesso ao Pai através do corpo de seu Filho. Jesus declarou certa feita: "Ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6). Essa declaração fortalece o fato de que por Jesus chega¬mos ao Pai.
No verso 19 o apóstolo apresenta o fruto da obra de Cristo: a unidade conquistada pela sua cruz. As diferenças são desfeitas. O poder unificador do Espírito opera através do sangue de Cristo e faz com que todos os crentes de todas as raças, línguas e povos formem um só povo, uma só família, e os torna "concidadãos dos santos". Somos agora a família da fé. Antes éramos estrangeiros, agora, em Cristo, formamos uma nova raça, uma nova família.