Panorama do Evangelho de Lucas
PANORAMA DO EVANGELHO DE LUCAS
A introdução de Lucas (1:1-4). Lucas registra que pesquisou todas as coisas com exatidão, desde o início, e que resolveu escrevê-las em ordem lógica para que o ‘excelentíssimo Teófilo saiba plenamente a certeza’ dessas coisas. — 1:3, 4.
Anos iniciais da vida de Jesus (1:5-2:52). Aparece um anjo ao idoso sacerdote Zacarias com a alegre notícia de que terá um filho a quem deverá dar o nome de João. Mas até que o menino nasça Zacarias não poderá falar. Segundo prometido, sua esposa Elisabete fica grávida, embora também seja ‘bem avançada em anos’. Cerca de seis meses mais tarde, o anjo Gabriel aparece a Maria e lhe diz que ela conceberá pelo “poder do Altíssimo” e dará à luz um filho que será chamado Jesus. Maria visita Elisabete, e, depois de um cumprimento alegre, declara exultantemente: “Minha alma magnifica a Yehowah e meu espírito não pode deixar de estar cheio de alegria por Deus, meu Salvador.” Ela fala do Santo Nome e de sua grande misericórdia para com os que o temem. Por ocasião do nascimento de João, a língua de Zacarias é solta para que também declare a misericórdia de Deus e que João será o profeta que preparará o caminho de Yehowah. — 1:7, 35, 46, 47.
No tempo devido, Jesus nasce em Belém, e um anjo anuncia estas “boas novas duma grande alegria” aos pastores que vigiam os seus rebanhos de noite. Faz-se a circuncisão de acordo com a Lei, e então quando os pais de Jesus ‘o apresentam a Deus’ no templo, o idoso Simeão e a profetisa Ana falam a respeito do menino. De volta a Nazaré, ele ‘continua a crescer e a ficar forte, estando cheio de sabedoria, e o favor de Deus continua com ele’. (2:10, 22, 40) À idade de 12 anos, numa visita a Jerusalém, vindo de Nazaré, Jesus surpreende os instrutores com o seu entendimento e suas respostas.
Preparação para o ministério (3:1-4:13). No 15.° ano do reinado de Tibério César, vem a declaração de Deus a João, filho de Zacarias, e ele sai “pregando o batismo em símbolo de arrependimento para o perdão de pecados”, para que toda carne ‘veja o meio salvador de Deus’. (3:3, 6) Quando todo o povo é batizado no Jordão, Jesus também é batizado, e, enquanto ora, desce sobre ele o espírito santo e seu Pai expressa do céu a sua aprovação. Jesus Cristo tem então cerca de 30 anos de idade. (Lucas fornece a sua genealogia.) Após o batismo, o espírito conduz Jesus pelo ermo por 40 dias. Ali o Diabo o tenta sem êxito e então se retira “até outra ocasião conveniente”. — 4:13.
O ministério inicial de Jesus, mormente na Galiléia (4:14-9:62). Na sinagoga de Nazaré, sua cidade, Jesus esclarece a sua comissão, lendo e aplicando a si mesmo a profecia de Isaías 61:1, 2: “O Espírito de Yehowah está sobre mim, porque me ungiu para declarar boas novas aos pobres, enviou-me para pregar livramento aos cativos e recuperação da vista aos cegos, para mandar embora os esmagados, com livramento, para pregar o ano aceitável de Yehowah.” (4:18, 19) O prazer inicial do povo com as suas palavras se transforma em ira ao passo que ele prossegue seu discurso, e procuram dar cabo dele. De modo que se transfere para Cafarnaum, onde cura muitas pessoas. Multidões seguem-no e procuram detê-lo, mas ele lhes diz: “Tenho de declarar as boas novas do reino de Deus também a outras cidades, porque fui enviado para isso.” (4:43) Ele passa a pregar nas sinagogas da Judéia.
Na Galiléia, Jesus provê Simão (também chamado Pedro), Tiago e João duma pescaria miraculosa. Ele diz a Simão: “Doravante apanharás vivos a homens.” De modo que abandonam tudo e o seguem. Jesus continua a orar e a ensinar, e ‘o poder de Jeová está presente para ele fazer curas’. (5:10, 17) Ele convida Levi (Mateus), um desprezado cobrador de impostos, que honra a Jesus com uma grande festa, assistida também por “uma grande multidão de cobradores de impostos.” (5:29) Isto resulta no primeiro de diversos confrontos com os fariseus que os deixam furiosos e eles tramam causar-lhe dano.
Depois de passar a noite inteira orando a Deus, Jesus escolhe os 12 apóstolos de entre seus discípulos. Seguem-se mais obras de cura. Daí, ele profere o sermão registrado em Lucas 6:20-49, que corresponde, em forma abreviada, ao Sermão do Monte, em Mateus capítulos 5 a 7. Jesus traça o contraste: “Felizes sois vós, pobres, porque vosso é o reino de Deus. Mas, ai de vós ricos, porque já tendes plenamente a vossa consolação.” (6:20, 24) Ele admoesta seus ouvintes a amar seus inimigos, a serem misericordiosos, a praticar o dar, e a trazer para fora o que é bom do bom tesouro do coração.
Ao retornar a Cafarnaum, Jesus recebe um pedido de certo oficial do exército para curar um escravo doente. Ele se sente indigno de ter Jesus sob o seu teto, e pede a Jesus que ‘diga a palavra’ de onde ele está. Conseqüentemente, o escravo é curado, e Jesus se sente impelido a comentar: “Eu vos digo: Nem mesmo em Israel tenho encontrado tamanha fé.” (7:7, 9) Pela primeira vez, Jesus ressuscita um morto, o filho único de uma viúva em Naim, de quem “teve pena”. (7:13) Ao passo que a notícia a respeito de Jesus se espalha pela Judéia, João, o Batizador, da prisão, manda perguntar-lhe: “És tu Aquele Que Vem?” Em resposta Jesus diz aos mensageiros: “Ide e relatai a João o que vistes e ouvistes: os cegos estão recebendo visão, os coxos estão andando, os leprosos estão sendo purificados e os surdos estão ouvindo, os mortos estão sendo levantados, os pobres são informados das boas novas. E feliz é aquele que não tropeçou por causa de mim.” — 7:19, 22, 23.
Acompanhado dos 12, Jesus vai “de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e declarando as boas novas do reino de Deus”. Ele profere a ilustração do semeador, e conclui a palestra dizendo: “Portanto, prestai atenção a como escutais; pois a quem tiver, mais será dado, mas quem não tiver, até mesmo o que imagina ter lhe será tirado.” (8:1, 18) Jesus continua a realizar obras maravilhosas e milagres. Dá também aos 12 autoridade sobre os demônios e o poder de curar doenças e os envia “a pregar o reino de Deus e a curar”. Cinco mil pessoas são miraculosamente alimentadas. Jesus é transfigurado no monte e, no dia seguinte, sara um menino possesso de demônio a quem os discípulos não conseguiram curar. Ele acautela os que o querem seguir: “As raposas têm covis e as aves do céu têm poleiros, mas o Filho do homem não tem onde deitar a cabeça.” Para a pessoa ser apta para o Reino de Deus, ela deve colocar as mãos no arado e não olhar para trás. — 9:2, 58.
O ministério posterior de Jesus na Judéia (10:1-13:21). Jesus envia mais 70 à “colheita”, e eles ficam cheios de alegria com o êxito de seu ministério. Enquanto Jesus prega, um homem, querendo mostrar-se justo, pergunta-lhe: “Quem é realmente o meu próximo?” Em resposta, Jesus profere a ilustração do samaritano prestativo. Certo homem, que jazia semimorto à beira da estrada por ter sido espancado por salteadores, é ignorado por um sacerdote e por um levita que passam por ali. Um desprezado samaritano é quem pára, trata ternamente de seus ferimentos, carrega-o no seu próprio animal, leva-o a uma hospedaria e paga para que se tome conta dele. Sim, é “aquele que agiu misericordiosamente para com ele” que se fez o próximo. — 10:2, 29, 37.
Na casa de Marta, Jesus a repreende brandamente por estar ansiosa demais pelas tarefas domésticas, e elogia Maria por escolher a melhor parte, sentando-se e ouvindo a sua palavra. Ensina a seus discípulos a oração-modelo e também a necessidade de persistência em oração, dizendo: “Persisti em pedir, e dar-se-vos-á; persisti em buscar, e achareis.” Mais tarde expulsa demônios e declara felizes “os que ouvem a palavra de Deus e a guardam”. Durante uma refeição, ele entra em conflito com os fariseus por causa da Lei, e profere ais sobre eles por terem tirado “a chave do conhecimento”. — 11:9, 28, 52.
Estando novamente com as multidões, alguém insta com Jesus: “Dize a meu irmão que divida comigo a herança.” Jesus vai ao âmago do problema, replicando: “Mantende os olhos abertos e guardai-vos de toda sorte de cobiça, porque mesmo quando alguém tem abundância, sua vida não vem das coisas que possui.” Daí, ele profere a ilustração do homem rico que derrubou seus celeiros para construir maiores, só para morrer naquela mesma noite e deixar a sua riqueza para outros. Jesus destaca concisamente o ponto: “Assim é com o homem que acumula para si tesouro, mas não é rico para com Deus.” Após instar seus discípulos a buscar primeiro o Reino de Deus, Jesus lhes diz: “Não temas, pequeno rebanho, porque aprouve a vosso Pai dar-vos o reino.” Curar ele no sábado uma mulher que estivera doente por 18 anos, resulta em mais conflitos com seus opositores, que são envergonhados. — 12:13, 15, 21, 32.
O ministério posterior de Jesus, mormente na Peréia (13:22-19:27). Jesus emprega ilustrações vívidas ao chamar a atenção de seus ouvintes ao Reino de Deus. Mostra que os que buscam preeminência e honra serão rebaixados. Que aquele que oferece uma refeição convide os pobres, que não têm como retribuir; será feliz e se lhe “pagará de volta na ressurreição dos justos”. A seguir, há a ilustração do homem que oferece uma lauta refeição noturna. Um após o outro, os convidados apresentam desculpas: um comprou um campo, outro comprou algumas cabeças de gado e ainda outro acaba de tomar uma esposa. Irado, o dono da casa manda trazer “os pobres, e os aleijados, e os cegos, e os coxos”, e declara que nenhum dos primeiramente convidados nem sequer “provará” a sua refeição. (14:14, 21, 24) Ele profere a ilustração da ovelha perdida que é encontrada, dizendo: “Eu vos digo que assim haverá mais alegria no céu por causa de um pecador que se arrepende, do que por causa de noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.” (15:7) A ilustração da mulher que varre a casa para recuperar uma moeda de dracma destaca um ponto similar.
Jesus fala então sobre o filho pródigo que pediu ao pai a sua parte dos bens e daí esbanjou-a “por levar um vida devassa”. Vindo a estar em grande necessidade, o filho caiu em si e voltou à casa para apelar para a misericórdia de seu pai. Seu pai, penalizado, “correu e lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou ternamente”. Providenciou-se roupa boa, preparou-se uma lauta refeição, e “principiaram a regalar-se”. Mas o irmão mais velho objetou. Com benignidade, seu pai o corrigiu: “Filho, tu sempre estiveste comigo e todas as minhas coisas são tuas; mas nós simplesmente tivemos de nos regalar e alegrar, porque este teu irmão estava morto, e voltou a viver, e estava perdido, mas foi achado.” — 15:13, 20, 24, 31, 32.
Ao ouvir a ilustração do mordomo injusto, os fariseus, amantes do dinheiro, escarnecem do ensino de Jesus, mas ele lhes diz: “Vós sois os que vos declarais justos perante os homens, mas Deus conhece os vossos corações; porque aquilo que é altivo entre os homens é uma coisa repugnante à vista de Deus.” (16:15) Mediante a ilustração do rico e Lázaro, mostra quão grande é o precipício estabelecido entre os favorecidos e os desaprovados por Deus. Jesus adverte os discípulos de que haverá causas para tropeço, mas “ai daquele por meio de quem vêm!” Fala das dificuldades que sobrevirão ‘quando o Filho do homem for revelado’. “Lembrai-vos da mulher de Ló”, diz-lhes ele. (17:1, 30, 32) Por meio de uma ilustração, assegura que Deus certamente agirá em favor dos que “clamam a ele dia e noite”. (18:7) Daí, mediante outra ilustração, ele censura os autojustos: um fariseu, orando no templo, agradece a Deus que ele não é como os outros homens. Um cobrador de impostos, de pé à distância, nem sequer disposto a levantar os olhos para o céu, ora: “Ó Deus, sê clemente para comigo pecador.” Como Jesus avalia isso? Ele declara o cobrador de impostos mais justo do que o fariseu, “porque todo o que se enaltecer será humilhado, mas quem se humilhar será enaltecido”. (18:13, 14) Jesus é recebido como hóspede, em Jericó, pelo cobrador de impostos Zaqueu, e profere a ilustração das dez minas, contrastando o resultado de a pessoa fielmente usar os interesses que lhe são confiados com o de a pessoa escondê-los.
Ministério público final em Jerusalém e nas imediações (19:28-23:25). Quando Jesus entra em Jerusalém montado num jumentinho e é aclamado pela multidão de discípulos como sendo “Aquele que vem como Rei em nome de Jeová”, os fariseus pedem-lhe que os repreenda. Jesus replica: “Se estes permanecessem calados, as pedras clamariam.” (19:38, 40) Profere a sua memorável profecia sobre a destruição de Jerusalém, dizendo que ela será cercada com estacas pontiagudas, afligida, e, junto com seus filhos, despedaçada contra o chão, e que não se deixará pedra sobre pedra. Jesus ensina o povo no templo, declarando as boas novas e respondendo às perguntas sutis dos principais sacerdotes, dos escribas e dos saduceus, por meio de ilustrações e argumentos hábeis. Jesus fornece uma descrição vigorosa do grande sinal do fim, mencionando novamente o cerco de Jerusalém por exércitos acampados. Os homens ficarão desalentados de temor das coisas que sobrevirão, mas quando essas coisas ocorrerem, seus seguidores deverão ‘erguer-se e levantar a cabeça, porque o seu livramento estar-se-á aproximando’. Devem manter-se despertos para serem bem sucedidos em escapar do que está destinado a ocorrer. — 21:28.
Chegamos a 14 de nisã de 33 EC. Jesus celebra a Páscoa e daí anuncia “o novo pacto” a seus apóstolos fiéis, relacionando isto com a refeição simbólica que lhes ordena observar em memória dele. Ele lhes diz também: “Eu faço convosco um pacto, assim como meu Pai fez comigo um pacto, para um reino.” (22:20, 29) Naquela mesma noite, enquanto Jesus ora no monte das Oliveiras, ‘aparece-lhe um anjo do céu e o fortalece. Mas, ficando em agonia, continua a orar mais seriamente; e seu suor torna-se como gotas de sangue caindo ao chão’. A situação fica mais tensa à medida que Judas, o traidor, conduz a turba para prender Jesus. Os discípulos clamam: “Senhor, devemos golpeá-los com a espada?” Um deles decepa a orelha do escravo do sumo sacerdote, mas Jesus os censura e cura o homem ferido. — 22:43, 44, 49.
Jesus é levado às pressas à casa do sumo sacerdote para interrogatório, e no frio da noite Pedro se mistura com a multidão ao redor do fogo. Em três ocasiões ele é acusado de ser seguidor de Jesus, e três vezes ele o nega. Daí, o galo canta. O Senhor volta-se e olha para Pedro, e Pedro, lembrando-se de como Jesus havia predito precisamente isso, sai e chora amargamente. Após ser arrastado ao Sinédrio, Jesus é então conduzido perante Pilatos e acusado de subverter a nação, proibir o pagamento de impostos, e ‘dizer que ele mesmo é Cristo, um rei’. Pilatos, ao saber que Jesus é galileu, envia-o a Herodes, que por acaso está em Jerusalém na ocasião. Herodes e seus guardas se divertem às custas de Jesus e o mandam de volta para um julgamento diante de uma turba exaltada. Pilatos ‘entrega Jesus à vontade deles’. — 23:2, 25.
Morte, ressurreição e ascensão de Jesus (23:26-24:53). Jesus é pregado na estaca entre dois malfeitores. Um deles escarnece de Jesus, mas o outro demonstra fé e pede para ser lembrado no Reino dele. Jesus promete: “Deveras, eu te digo hoje: Estarás comigo no Paraíso.” (23:43) Daí, se abate uma escuridão incomum, a cortina do santuário rasga-se pelo meio, e Jesus clama: “Pai, às tuas mãos confio o meu espírito.” Com isto, expira, e seu corpo é retirado e deitado num túmulo escavado na rocha. No primeiro dia da semana, as mulheres que vieram com ele da Galiléia vão ao túmulo, mas não encontram o corpo de Jesus. Assim como ele próprio predissera, ressuscitou ao terceiro dia! — 23:46.
Aparecendo sem se identificar a dois de seus discípulos na estrada para Emaús, Jesus fala sobre os seus sofrimentos e interpreta-lhes as Escrituras. Subitamente eles o reconhecem, mas ele desaparece. Comentam então: “Não se nos abrasavam os corações quando nos falava na estrada, ao nos abrir plenamente as Escrituras?” Voltam depressa a Jerusalém para contar isto aos outros discípulos. Enquanto ainda estão falando sobre essas coisas, Jesus aparece no seu meio. Eles não conseguem acreditar de tanta alegria e admiração. Então, ‘abre-lhes plenamente a mente para que compreendam’ pelas Escrituras o significado de tudo que acontecera. Lucas conclui o seu Evangelho com a descrição da ascensão de Jesus ao céu. — 24:32, 45.
A introdução de Lucas (1:1-4). Lucas registra que pesquisou todas as coisas com exatidão, desde o início, e que resolveu escrevê-las em ordem lógica para que o ‘excelentíssimo Teófilo saiba plenamente a certeza’ dessas coisas. — 1:3, 4.
Anos iniciais da vida de Jesus (1:5-2:52). Aparece um anjo ao idoso sacerdote Zacarias com a alegre notícia de que terá um filho a quem deverá dar o nome de João. Mas até que o menino nasça Zacarias não poderá falar. Segundo prometido, sua esposa Elisabete fica grávida, embora também seja ‘bem avançada em anos’. Cerca de seis meses mais tarde, o anjo Gabriel aparece a Maria e lhe diz que ela conceberá pelo “poder do Altíssimo” e dará à luz um filho que será chamado Jesus. Maria visita Elisabete, e, depois de um cumprimento alegre, declara exultantemente: “Minha alma magnifica a Yehowah e meu espírito não pode deixar de estar cheio de alegria por Deus, meu Salvador.” Ela fala do Santo Nome e de sua grande misericórdia para com os que o temem. Por ocasião do nascimento de João, a língua de Zacarias é solta para que também declare a misericórdia de Deus e que João será o profeta que preparará o caminho de Yehowah. — 1:7, 35, 46, 47.
No tempo devido, Jesus nasce em Belém, e um anjo anuncia estas “boas novas duma grande alegria” aos pastores que vigiam os seus rebanhos de noite. Faz-se a circuncisão de acordo com a Lei, e então quando os pais de Jesus ‘o apresentam a Deus’ no templo, o idoso Simeão e a profetisa Ana falam a respeito do menino. De volta a Nazaré, ele ‘continua a crescer e a ficar forte, estando cheio de sabedoria, e o favor de Deus continua com ele’. (2:10, 22, 40) À idade de 12 anos, numa visita a Jerusalém, vindo de Nazaré, Jesus surpreende os instrutores com o seu entendimento e suas respostas.
Preparação para o ministério (3:1-4:13). No 15.° ano do reinado de Tibério César, vem a declaração de Deus a João, filho de Zacarias, e ele sai “pregando o batismo em símbolo de arrependimento para o perdão de pecados”, para que toda carne ‘veja o meio salvador de Deus’. (3:3, 6) Quando todo o povo é batizado no Jordão, Jesus também é batizado, e, enquanto ora, desce sobre ele o espírito santo e seu Pai expressa do céu a sua aprovação. Jesus Cristo tem então cerca de 30 anos de idade. (Lucas fornece a sua genealogia.) Após o batismo, o espírito conduz Jesus pelo ermo por 40 dias. Ali o Diabo o tenta sem êxito e então se retira “até outra ocasião conveniente”. — 4:13.
O ministério inicial de Jesus, mormente na Galiléia (4:14-9:62). Na sinagoga de Nazaré, sua cidade, Jesus esclarece a sua comissão, lendo e aplicando a si mesmo a profecia de Isaías 61:1, 2: “O Espírito de Yehowah está sobre mim, porque me ungiu para declarar boas novas aos pobres, enviou-me para pregar livramento aos cativos e recuperação da vista aos cegos, para mandar embora os esmagados, com livramento, para pregar o ano aceitável de Yehowah.” (4:18, 19) O prazer inicial do povo com as suas palavras se transforma em ira ao passo que ele prossegue seu discurso, e procuram dar cabo dele. De modo que se transfere para Cafarnaum, onde cura muitas pessoas. Multidões seguem-no e procuram detê-lo, mas ele lhes diz: “Tenho de declarar as boas novas do reino de Deus também a outras cidades, porque fui enviado para isso.” (4:43) Ele passa a pregar nas sinagogas da Judéia.
Na Galiléia, Jesus provê Simão (também chamado Pedro), Tiago e João duma pescaria miraculosa. Ele diz a Simão: “Doravante apanharás vivos a homens.” De modo que abandonam tudo e o seguem. Jesus continua a orar e a ensinar, e ‘o poder de Jeová está presente para ele fazer curas’. (5:10, 17) Ele convida Levi (Mateus), um desprezado cobrador de impostos, que honra a Jesus com uma grande festa, assistida também por “uma grande multidão de cobradores de impostos.” (5:29) Isto resulta no primeiro de diversos confrontos com os fariseus que os deixam furiosos e eles tramam causar-lhe dano.
Depois de passar a noite inteira orando a Deus, Jesus escolhe os 12 apóstolos de entre seus discípulos. Seguem-se mais obras de cura. Daí, ele profere o sermão registrado em Lucas 6:20-49, que corresponde, em forma abreviada, ao Sermão do Monte, em Mateus capítulos 5 a 7. Jesus traça o contraste: “Felizes sois vós, pobres, porque vosso é o reino de Deus. Mas, ai de vós ricos, porque já tendes plenamente a vossa consolação.” (6:20, 24) Ele admoesta seus ouvintes a amar seus inimigos, a serem misericordiosos, a praticar o dar, e a trazer para fora o que é bom do bom tesouro do coração.
Ao retornar a Cafarnaum, Jesus recebe um pedido de certo oficial do exército para curar um escravo doente. Ele se sente indigno de ter Jesus sob o seu teto, e pede a Jesus que ‘diga a palavra’ de onde ele está. Conseqüentemente, o escravo é curado, e Jesus se sente impelido a comentar: “Eu vos digo: Nem mesmo em Israel tenho encontrado tamanha fé.” (7:7, 9) Pela primeira vez, Jesus ressuscita um morto, o filho único de uma viúva em Naim, de quem “teve pena”. (7:13) Ao passo que a notícia a respeito de Jesus se espalha pela Judéia, João, o Batizador, da prisão, manda perguntar-lhe: “És tu Aquele Que Vem?” Em resposta Jesus diz aos mensageiros: “Ide e relatai a João o que vistes e ouvistes: os cegos estão recebendo visão, os coxos estão andando, os leprosos estão sendo purificados e os surdos estão ouvindo, os mortos estão sendo levantados, os pobres são informados das boas novas. E feliz é aquele que não tropeçou por causa de mim.” — 7:19, 22, 23.
Acompanhado dos 12, Jesus vai “de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e declarando as boas novas do reino de Deus”. Ele profere a ilustração do semeador, e conclui a palestra dizendo: “Portanto, prestai atenção a como escutais; pois a quem tiver, mais será dado, mas quem não tiver, até mesmo o que imagina ter lhe será tirado.” (8:1, 18) Jesus continua a realizar obras maravilhosas e milagres. Dá também aos 12 autoridade sobre os demônios e o poder de curar doenças e os envia “a pregar o reino de Deus e a curar”. Cinco mil pessoas são miraculosamente alimentadas. Jesus é transfigurado no monte e, no dia seguinte, sara um menino possesso de demônio a quem os discípulos não conseguiram curar. Ele acautela os que o querem seguir: “As raposas têm covis e as aves do céu têm poleiros, mas o Filho do homem não tem onde deitar a cabeça.” Para a pessoa ser apta para o Reino de Deus, ela deve colocar as mãos no arado e não olhar para trás. — 9:2, 58.
O ministério posterior de Jesus na Judéia (10:1-13:21). Jesus envia mais 70 à “colheita”, e eles ficam cheios de alegria com o êxito de seu ministério. Enquanto Jesus prega, um homem, querendo mostrar-se justo, pergunta-lhe: “Quem é realmente o meu próximo?” Em resposta, Jesus profere a ilustração do samaritano prestativo. Certo homem, que jazia semimorto à beira da estrada por ter sido espancado por salteadores, é ignorado por um sacerdote e por um levita que passam por ali. Um desprezado samaritano é quem pára, trata ternamente de seus ferimentos, carrega-o no seu próprio animal, leva-o a uma hospedaria e paga para que se tome conta dele. Sim, é “aquele que agiu misericordiosamente para com ele” que se fez o próximo. — 10:2, 29, 37.
Na casa de Marta, Jesus a repreende brandamente por estar ansiosa demais pelas tarefas domésticas, e elogia Maria por escolher a melhor parte, sentando-se e ouvindo a sua palavra. Ensina a seus discípulos a oração-modelo e também a necessidade de persistência em oração, dizendo: “Persisti em pedir, e dar-se-vos-á; persisti em buscar, e achareis.” Mais tarde expulsa demônios e declara felizes “os que ouvem a palavra de Deus e a guardam”. Durante uma refeição, ele entra em conflito com os fariseus por causa da Lei, e profere ais sobre eles por terem tirado “a chave do conhecimento”. — 11:9, 28, 52.
Estando novamente com as multidões, alguém insta com Jesus: “Dize a meu irmão que divida comigo a herança.” Jesus vai ao âmago do problema, replicando: “Mantende os olhos abertos e guardai-vos de toda sorte de cobiça, porque mesmo quando alguém tem abundância, sua vida não vem das coisas que possui.” Daí, ele profere a ilustração do homem rico que derrubou seus celeiros para construir maiores, só para morrer naquela mesma noite e deixar a sua riqueza para outros. Jesus destaca concisamente o ponto: “Assim é com o homem que acumula para si tesouro, mas não é rico para com Deus.” Após instar seus discípulos a buscar primeiro o Reino de Deus, Jesus lhes diz: “Não temas, pequeno rebanho, porque aprouve a vosso Pai dar-vos o reino.” Curar ele no sábado uma mulher que estivera doente por 18 anos, resulta em mais conflitos com seus opositores, que são envergonhados. — 12:13, 15, 21, 32.
O ministério posterior de Jesus, mormente na Peréia (13:22-19:27). Jesus emprega ilustrações vívidas ao chamar a atenção de seus ouvintes ao Reino de Deus. Mostra que os que buscam preeminência e honra serão rebaixados. Que aquele que oferece uma refeição convide os pobres, que não têm como retribuir; será feliz e se lhe “pagará de volta na ressurreição dos justos”. A seguir, há a ilustração do homem que oferece uma lauta refeição noturna. Um após o outro, os convidados apresentam desculpas: um comprou um campo, outro comprou algumas cabeças de gado e ainda outro acaba de tomar uma esposa. Irado, o dono da casa manda trazer “os pobres, e os aleijados, e os cegos, e os coxos”, e declara que nenhum dos primeiramente convidados nem sequer “provará” a sua refeição. (14:14, 21, 24) Ele profere a ilustração da ovelha perdida que é encontrada, dizendo: “Eu vos digo que assim haverá mais alegria no céu por causa de um pecador que se arrepende, do que por causa de noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.” (15:7) A ilustração da mulher que varre a casa para recuperar uma moeda de dracma destaca um ponto similar.
Jesus fala então sobre o filho pródigo que pediu ao pai a sua parte dos bens e daí esbanjou-a “por levar um vida devassa”. Vindo a estar em grande necessidade, o filho caiu em si e voltou à casa para apelar para a misericórdia de seu pai. Seu pai, penalizado, “correu e lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou ternamente”. Providenciou-se roupa boa, preparou-se uma lauta refeição, e “principiaram a regalar-se”. Mas o irmão mais velho objetou. Com benignidade, seu pai o corrigiu: “Filho, tu sempre estiveste comigo e todas as minhas coisas são tuas; mas nós simplesmente tivemos de nos regalar e alegrar, porque este teu irmão estava morto, e voltou a viver, e estava perdido, mas foi achado.” — 15:13, 20, 24, 31, 32.
Ao ouvir a ilustração do mordomo injusto, os fariseus, amantes do dinheiro, escarnecem do ensino de Jesus, mas ele lhes diz: “Vós sois os que vos declarais justos perante os homens, mas Deus conhece os vossos corações; porque aquilo que é altivo entre os homens é uma coisa repugnante à vista de Deus.” (16:15) Mediante a ilustração do rico e Lázaro, mostra quão grande é o precipício estabelecido entre os favorecidos e os desaprovados por Deus. Jesus adverte os discípulos de que haverá causas para tropeço, mas “ai daquele por meio de quem vêm!” Fala das dificuldades que sobrevirão ‘quando o Filho do homem for revelado’. “Lembrai-vos da mulher de Ló”, diz-lhes ele. (17:1, 30, 32) Por meio de uma ilustração, assegura que Deus certamente agirá em favor dos que “clamam a ele dia e noite”. (18:7) Daí, mediante outra ilustração, ele censura os autojustos: um fariseu, orando no templo, agradece a Deus que ele não é como os outros homens. Um cobrador de impostos, de pé à distância, nem sequer disposto a levantar os olhos para o céu, ora: “Ó Deus, sê clemente para comigo pecador.” Como Jesus avalia isso? Ele declara o cobrador de impostos mais justo do que o fariseu, “porque todo o que se enaltecer será humilhado, mas quem se humilhar será enaltecido”. (18:13, 14) Jesus é recebido como hóspede, em Jericó, pelo cobrador de impostos Zaqueu, e profere a ilustração das dez minas, contrastando o resultado de a pessoa fielmente usar os interesses que lhe são confiados com o de a pessoa escondê-los.
Ministério público final em Jerusalém e nas imediações (19:28-23:25). Quando Jesus entra em Jerusalém montado num jumentinho e é aclamado pela multidão de discípulos como sendo “Aquele que vem como Rei em nome de Jeová”, os fariseus pedem-lhe que os repreenda. Jesus replica: “Se estes permanecessem calados, as pedras clamariam.” (19:38, 40) Profere a sua memorável profecia sobre a destruição de Jerusalém, dizendo que ela será cercada com estacas pontiagudas, afligida, e, junto com seus filhos, despedaçada contra o chão, e que não se deixará pedra sobre pedra. Jesus ensina o povo no templo, declarando as boas novas e respondendo às perguntas sutis dos principais sacerdotes, dos escribas e dos saduceus, por meio de ilustrações e argumentos hábeis. Jesus fornece uma descrição vigorosa do grande sinal do fim, mencionando novamente o cerco de Jerusalém por exércitos acampados. Os homens ficarão desalentados de temor das coisas que sobrevirão, mas quando essas coisas ocorrerem, seus seguidores deverão ‘erguer-se e levantar a cabeça, porque o seu livramento estar-se-á aproximando’. Devem manter-se despertos para serem bem sucedidos em escapar do que está destinado a ocorrer. — 21:28.
Chegamos a 14 de nisã de 33 EC. Jesus celebra a Páscoa e daí anuncia “o novo pacto” a seus apóstolos fiéis, relacionando isto com a refeição simbólica que lhes ordena observar em memória dele. Ele lhes diz também: “Eu faço convosco um pacto, assim como meu Pai fez comigo um pacto, para um reino.” (22:20, 29) Naquela mesma noite, enquanto Jesus ora no monte das Oliveiras, ‘aparece-lhe um anjo do céu e o fortalece. Mas, ficando em agonia, continua a orar mais seriamente; e seu suor torna-se como gotas de sangue caindo ao chão’. A situação fica mais tensa à medida que Judas, o traidor, conduz a turba para prender Jesus. Os discípulos clamam: “Senhor, devemos golpeá-los com a espada?” Um deles decepa a orelha do escravo do sumo sacerdote, mas Jesus os censura e cura o homem ferido. — 22:43, 44, 49.
Jesus é levado às pressas à casa do sumo sacerdote para interrogatório, e no frio da noite Pedro se mistura com a multidão ao redor do fogo. Em três ocasiões ele é acusado de ser seguidor de Jesus, e três vezes ele o nega. Daí, o galo canta. O Senhor volta-se e olha para Pedro, e Pedro, lembrando-se de como Jesus havia predito precisamente isso, sai e chora amargamente. Após ser arrastado ao Sinédrio, Jesus é então conduzido perante Pilatos e acusado de subverter a nação, proibir o pagamento de impostos, e ‘dizer que ele mesmo é Cristo, um rei’. Pilatos, ao saber que Jesus é galileu, envia-o a Herodes, que por acaso está em Jerusalém na ocasião. Herodes e seus guardas se divertem às custas de Jesus e o mandam de volta para um julgamento diante de uma turba exaltada. Pilatos ‘entrega Jesus à vontade deles’. — 23:2, 25.
Morte, ressurreição e ascensão de Jesus (23:26-24:53). Jesus é pregado na estaca entre dois malfeitores. Um deles escarnece de Jesus, mas o outro demonstra fé e pede para ser lembrado no Reino dele. Jesus promete: “Deveras, eu te digo hoje: Estarás comigo no Paraíso.” (23:43) Daí, se abate uma escuridão incomum, a cortina do santuário rasga-se pelo meio, e Jesus clama: “Pai, às tuas mãos confio o meu espírito.” Com isto, expira, e seu corpo é retirado e deitado num túmulo escavado na rocha. No primeiro dia da semana, as mulheres que vieram com ele da Galiléia vão ao túmulo, mas não encontram o corpo de Jesus. Assim como ele próprio predissera, ressuscitou ao terceiro dia! — 23:46.
Aparecendo sem se identificar a dois de seus discípulos na estrada para Emaús, Jesus fala sobre os seus sofrimentos e interpreta-lhes as Escrituras. Subitamente eles o reconhecem, mas ele desaparece. Comentam então: “Não se nos abrasavam os corações quando nos falava na estrada, ao nos abrir plenamente as Escrituras?” Voltam depressa a Jerusalém para contar isto aos outros discípulos. Enquanto ainda estão falando sobre essas coisas, Jesus aparece no seu meio. Eles não conseguem acreditar de tanta alegria e admiração. Então, ‘abre-lhes plenamente a mente para que compreendam’ pelas Escrituras o significado de tudo que acontecera. Lucas conclui o seu Evangelho com a descrição da ascensão de Jesus ao céu. — 24:32, 45.