Panorama do Evangelho de Mateus
PANORAMA DO EVANGELHO DE MATEUS
Apresentação de Jesus e das novas do “reino dos céus” (1:1-4:25). Logicamente, Mateus inicia com a genealogia de Jesus, provando o direito legal de Jesus qual herdeiro de Abraão e de Davi. A atenção do leitor judeu é assim atraída. Daí, lemos o relato da concepção milagrosa de Jesus, seu nascimento em Belém, a visita dos astrólogos, a fúria de Herodes ao matar todos os meninos em Belém com menos de dois anos, a fuga de José e Maria para o Egito com a criancinha, e seu subseqüente retorno para residir em Nazaré. Mateus tem o cuidado de trazer à atenção o cumprimento de profecias para provar que Jesus é o predito Messias. — Mat. 1:23—Isa. 7:14; Mat. 2:1-6—Miq. 5:2; Mat. 2:13-18—Osé. 11:1 e Jer. 31:15; Mat. 2:23—Isa. 11:1, nota.
O relato de Mateus dá então um salto no tempo de quase 30 anos. João, o Batizador, prega no ermo da Judéia: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.” (Mat. 3:2) Ele batiza os judeus arrependidos no rio Jordão e adverte os fariseus e os saduceus sobre o vindouro furor. Jesus vem da Galiléia e é batizado. Imediatamente, o espírito de Deus desce sobre ele, e uma voz dos céus diz: “Este é meu Filho, o amado, a quem tenho aprovado.” (3:17) Jesus é então conduzido ao ermo, onde, depois de jejuar por 40 dias, é tentado por Satanás, o Diabo. Repele a Satanás três vezes por citar a Palavra de Deus, dizendo por fim: “Vai-te, Satanás! Pois está escrito: ‘É a YHWH, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.’” — 4:10.
“Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.” Estas palavras eletrizantes são agora proclamadas na Galiléia pelo ungido Jesus. Ele convida quatro pescadores a deixar suas redes para segui-lo e tornar-se “pescadores de homens”, e viaja com eles por “toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas deles e pregando as boas novas do reino, e curando toda sorte de moléstias e toda sorte de enfermidades entre o povo”. — 4:17, 19, 23.
O Sermão do Monte (5:1-7:29). À medida que multidões começam a segui-lo, Jesus sobe num monte, senta-se e começa a ensinar seus discípulos. Inicia este emocionante discurso com nove ‘felicidades’: felizes os cônscios de sua necessidade espiritual, aqueles que pranteiam, os de temperamento brando, os famintos e os sedentos da justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacíficos, os perseguidos por causa da justiça e os que são vítimas de vitupérios e mentiras. “Alegrai-vos e pulai de alegria, porque sua recompensa é grande nos céus.” Chama seus discípulos de “sal da terra” e de “luz do mundo”, e explica a justiça, tão diferente do formalismo dos escribas e dos fariseus, que é requerida para se entrar no Reino dos céus. “Tendes de ser perfeitos, assim como o vosso Pai celestial é perfeito.” — 5:12-14, 48.
Jesus adverte contra dádivas e orações hipócritas. Ensina seus discípulos a orar pela santificação do nome do Pai, pela vinda do Seu Reino e pelo sustento diário. No transcorrer do inteiro sermão, Jesus mantém em foco o Reino. Acautela os que o seguem para que não se preocupem e nem trabalhem apenas pelas riquezas materiais, pois o Pai conhece suas necessidades reais. “Persisti, pois”, diz ele, “em buscar primeiro o reino e Sua justiça, e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas”. — 6:33.
O Amo dá conselhos sobre relações com outros, dizendo: “Todas as coisas, portanto, que quereis que os homens vos façam, vós também tendes de fazer do mesmo modo a eles.” Os poucos que encontram a estrada da vida serão os que fazem a vontade de seu Pai. Os obreiros do que é contra a lei serão conhecidos pelos seus frutos e serão rejeitados. Jesus compara aquele que obedece às suas palavras ao “homem discreto, que construiu a sua casa sobre a rocha”. Que efeito tem este discurso sobre as multidões que o ouvem? Ficam “assombradas com o seu modo de ensinar”, pois ele ensina ‘como quem tem autoridade, e não como seus escribas’. — 7:12, 24-29.
Expansão da pregação do Reino (8:1-11:30). Jesus realiza muitos milagres — cura leprosos, paralíticos e possessos de demônios. Demonstra até mesmo autoridade sobre o vento e as ondas por acalmar uma tempestade, e ressuscita uma menina. Quanta compaixão sente Jesus pelas multidões, ao ver como são esfoladas e lançadas de um lado para outro, “como ovelhas sem pastor”! Por isso ele diz aos seus discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, rogai ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita.” — 9:36-38.
Jesus escolhe e comissiona os 12 apóstolos. Dá-lhes instruções definidas sobre como efetuar seu trabalho e enfatiza a doutrina central do seu ensinamento: “Ao irdes, pregai, dizendo: ‘O reino dos céus se tem aproximado.’” Dá-lhes admoestação sábia e amorosa: “De graça recebestes, de graça dai.” “Mostrai-vos cautelosos como as serpentes, contudo, inocentes como as pombas.” Eles serão odiados e perseguidos, até mesmo por parentes chegados, mas Jesus lembra-lhes: “Quem achar a sua alma, perdê-la-á, e quem perder a sua alma por minha causa, achá-la-á.” (10:7, 8, 16, 39) Eles seguem seu caminho, para ensinar e pregar em suas cidades designadas! Jesus identifica João, o Batizador, como mensageiro enviado adiante dele, o prometido “Elias”, mas “esta geração” não aceita nem João nem ele, o Filho do homem. (11:14, 16) Assim, ai desta geração e das cidades que não se arrependeram ao ver suas obras poderosas! Mas aqueles que se tornam seus discípulos acharão refrigério para suas almas.
Refutados e denunciados os fariseus (12:1-50). Os fariseus tentam achar falta em Jesus na questão do sábado, mas ele refuta suas acusações e lança sobre eles forte condenação pela sua hipocrisia. Ele lhes diz: “Descendência de víboras, como podeis falar coisas boas quando sois iníquos? Pois é da abundância do coração que a boca fala.” (12:34) Nenhum sinal lhes será dado exceto o de Jonas, o profeta: o Filho do homem ficará três dias e três noites no coração da terra.
Sete ilustrações do Reino (13:1-58). Por que fala Jesus por meio de ilustrações? Ele explica aos discípulos: “A vós é concedido entender os segredos sagrados do reino dos céus, mas a esses não é concedido.” Declara seus discípulos felizes porque vêem e ouvem. De que instrução reanimadora ele os provê então! Depois de explicar a ilustração do semeador, Jesus conta as ilustrações do joio no campo, do grão de mostarda, do fermento, do tesouro escondido, da pérola de grande valor e da rede de arrasto — todas retratando algo relacionado com “o reino dos céus”. Contudo, o povo tropeça por causa dele, e Jesus lhes diz: “Um profeta não passa sem honra a não ser em seu próprio território e em sua própria casa.” — 13:11, 57.
Ministério e milagres adicionais do “Cristo” (14:1-17:27). Jesus está profundamente comovido com a notícia de que João, o Batizador, fora decapitado por ordem do fraco Herodes Ântipas. Alimenta milagrosamente uma multidão de mais de 5.000; caminha sobre o mar; refuta crítica adicional dos fariseus, sobre quem ele diz que estão ‘infringindo o mandamento de Deus por causa de sua tradição’; cura possessos de demônios, “coxos, aleijados, cegos, mudos e muitos outros”; e novamente alimenta mais de 4.000, com sete pães e alguns peixinhos. (15:3, 30) Respondendo a uma pergunta de Jesus, Pedro identifica-o, dizendo: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente.” Jesus elogia a Pedro e declara: “Sobre esta rocha construirei a minha congregação.” (16:16, 18) Jesus começa então a falar de sua iminente morte e de sua ressurreição no terceiro dia. Mas também promete que alguns de seus discípulos “não provarão absolutamente a morte, até que primeiro vejam o Filho do homem vir no seu reino”. (16:28) Seis dias mais tarde, Jesus leva Pedro, Tiago e João a um alto monte, a fim de o verem transfigurado em glória. Em visão, vêem Moisés e Elias conversando com ele, e ouvem uma voz do céu dizendo: “Este é meu Filho, o amado, a quem tenho aprovado; escutai-o.” Depois de descerem do monte, Jesus lhes diz que o prometido “Elias” já veio, e eles percebem que fala a respeito de João, o Batizador. — 17:5, 12.
Jesus aconselha seus discípulos (18:1-35). Enquanto se acham em Cafarnaum, Jesus fala aos discípulos a respeito da humildade, da grande alegria de se recuperar uma ovelha perdida e de resolver ofensas entre irmãos. Pedro pergunta: ‘Quantas vezes devo perdoar meu irmão?’, e Jesus responde: “Eu não te digo: Até sete vezes, mas: Até setenta e sete vezes.” Para dar mais força a isto, Jesus conta a ilustração do escravo cujo amo lhe perdoou uma dívida de 60 milhões de denários. Mais tarde, este escravo mandou prender um co-escravo seu por causa de uma dívida de apenas 100 denários, e, em resultado disso, o escravo que não mostrou misericórdia foi da mesma forma entregue aos carcereiros. Jesus enfatiza o seguinte: “Do mesmo modo lidará também convosco o meu Pai celestial, se não perdoardes de coração cada um ao seu irmão.” — 18:21, 22, 35.
Os dias finais do ministério de Jesus (19:1- 22:46). O ritmo dos eventos acelera, e aumenta a tensão ao passo que os escribas e os fariseus ficam mais furiosos com o ministério de Jesus. Vêm para enlaçá-lo numa questão sobre divórcio, mas fracassam; Jesus mostra que a única base bíblica para o divórcio é a fornicação. Um jovem rico vem a Jesus, perguntando qual é o caminho da vida eterna, mas vai embora contristado quando descobre que precisa vender tudo o que tem e ser seguidor de Jesus. Depois de contar a ilustração dos trabalhadores e o denário, Jesus fala novamente sobre sua morte e ressurreição, e diz: “O Filho do homem não veio para que se lhe ministrasse, mas para ministrar e dar a sua alma como resgate em troca de muitos.” — 20:28.
Jesus entra agora na última semana de sua vida humana. Faz sua entrada triunfal em Jerusalém como ‘Rei montado num jumentinho’. (21:4, 5) Limpa o templo dos cambistas e de outros especuladores, e o ódio de seus inimigos aumenta quando lhes diz: “Os cobradores de impostos e as meretrizes entrarão na frente de vós no reino de Deus.” (21:31) Suas ilustrações oportunas do vinhedo e da festa de casamento vão diretamente ao ponto. Ele responde habilmente à pergunta dos fariseus sobre o imposto, por dizer-lhes para pagar de volta a “César as coisas de César, mas a Deus as coisas de Deus”. (22:21) De modo similar, refuta uma pergunta capciosa dos saduceus e defende a esperança da ressurreição. Os fariseus se dirigem novamente a ele com uma pergunta sobre a Lei, e Jesus lhes diz que o maior mandamento é amar a Deus de forma plena, e que o segundo é amar ao próximo como a si mesmo. Jesus pergunta-lhes então: ‘Como pode o Cristo ser tanto filho de Davi como seu Senhor?’ Ninguém sabe responder, e depois disso ninguém se atreve a interrogá-lo mais. — 22:45, 46.
‘Ai de vós, hipócritas’ (23:1-24:2). Falando às multidões no templo, Jesus faz outra denúncia mordaz contra os escribas e os fariseus. Eles não só se desqualificaram para entrar no Reino, mas utilizam-se de todas as artimanhas para impedir que outros entrem. Como sepulcros caiados, parecem belos por fora, mas por dentro estão cheios de corrupção e podridão. Jesus conclui com o seguinte julgamento contra Jerusalém: “Vossa casa vos fica abandonada.” (23:38) Ao sair do templo, Jesus profetiza sua destruição.
Jesus fornece o ‘sinal de sua presença’ (24:3-25:46). No monte das Oliveiras, os discípulos lhe perguntam sobre ‘o sinal de sua presença e da terminação do sistema de coisas’. Em resposta, Jesus indica um período futuro de guerras, ‘nação contra nação e reino contra reino’, escassez de alimentos, terremotos, aumento do que é contra a lei, a pregação mundial destas “boas novas do reino”, a designação do “escravo fiel e discreto . . . sobre todos os seus bens”, e muitos outros aspectos do sinal composto que há de marcar ‘a chegada do Filho do homem na sua glória para assentar-se no seu trono glorioso’. (24:3, 7, 14, 45-47; 25:31) Jesus conclui esta importante profecia com as ilustrações das dez virgens e dos talentos, que reservam alegres recompensas para os alertas e fiéis, e a ilustração das ovelhas e dos cabritos, que mostra que os semelhantes a cabritos partirão “para o decepamento eterno, mas os justos, para a vida eterna”. — 25:46.
Eventos do último dia de Jesus (26:1-27:66). Depois de celebrar a Páscoa, Jesus institui algo novo com seus apóstolos fiéis, convidando-os a partilhar um pão não-fermentado e vinho quais símbolos de seu corpo e de seu sangue. Daí, vão a Getsêmani, onde Jesus ora. Ali, Judas chega com uma multidão armada e trai a Jesus com um beijo hipócrita. Jesus é levado perante o sumo sacerdote, e os principais sacerdotes e o inteiro Sinédrio buscam falsas testemunhas contra Jesus. Fiel à profecia de Jesus, Pedro nega-o quando posto à prova. Judas, sentindo remorso, lança seu dinheiro da traição dentro do templo, sai e se enforca. Pela manhã, Jesus é levado perante o governador romano Pilatos, que o entrega para ser pregado na estaca, sob a pressão da turba, incitada pelos sacerdotes, que grita: “O sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos.” Os soldados do governador zombam da sua realeza e depois o conduzem para Gólgota, onde é pregado na estaca entre dois ladrões, com uma inscrição sobre sua cabeça, que reza: “Este é Jesus, o Rei dos judeus.” (27:25, 37) Depois de horas de agonia, Jesus finalmente morre por volta das três horas da tarde e é colocado num túmulo memorial novo, pertencente a José de Arimatéia. Este foi o dia mais momentoso de toda a história!
A ressurreição de Jesus e suas instruções finais (28:1-20). Mateus culmina então seu relato com as melhores notícias. O morto Jesus é ressuscitado — está vivo novamente! Bem cedo, no primeiro dia da semana, Maria Madalena e “a outra Maria” vão até o túmulo e ouvem o anjo anunciar este fato alegre. (28:1) Para confirmar isso, o próprio Jesus lhes aparece. Os inimigos tentam até mesmo lutar contra o fato de sua ressurreição, subornando os soldados que estavam de guarda junto ao túmulo para dizerem: “Seus discípulos vieram de noite e o furtaram, enquanto estávamos dormindo.” Mais tarde, na Galiléia, Jesus se reúne outra vez com seus discípulos. Qual é sua instrução de despedida? A seguinte: “Ide . . . fazei discípulos de pessoas de todas as nações, batizando-as em o nome do Pai, e do Filho e do espírito santo.” Teriam eles orientação nesta obra de pregação? As últimas palavras de Jesus registradas por Mateus fornecem a seguinte garantia: “Eis que estou convosco todos os dias, até à terminação do sistema de coisas.” — 28:13, 19, 20.
Apresentação de Jesus e das novas do “reino dos céus” (1:1-4:25). Logicamente, Mateus inicia com a genealogia de Jesus, provando o direito legal de Jesus qual herdeiro de Abraão e de Davi. A atenção do leitor judeu é assim atraída. Daí, lemos o relato da concepção milagrosa de Jesus, seu nascimento em Belém, a visita dos astrólogos, a fúria de Herodes ao matar todos os meninos em Belém com menos de dois anos, a fuga de José e Maria para o Egito com a criancinha, e seu subseqüente retorno para residir em Nazaré. Mateus tem o cuidado de trazer à atenção o cumprimento de profecias para provar que Jesus é o predito Messias. — Mat. 1:23—Isa. 7:14; Mat. 2:1-6—Miq. 5:2; Mat. 2:13-18—Osé. 11:1 e Jer. 31:15; Mat. 2:23—Isa. 11:1, nota.
O relato de Mateus dá então um salto no tempo de quase 30 anos. João, o Batizador, prega no ermo da Judéia: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.” (Mat. 3:2) Ele batiza os judeus arrependidos no rio Jordão e adverte os fariseus e os saduceus sobre o vindouro furor. Jesus vem da Galiléia e é batizado. Imediatamente, o espírito de Deus desce sobre ele, e uma voz dos céus diz: “Este é meu Filho, o amado, a quem tenho aprovado.” (3:17) Jesus é então conduzido ao ermo, onde, depois de jejuar por 40 dias, é tentado por Satanás, o Diabo. Repele a Satanás três vezes por citar a Palavra de Deus, dizendo por fim: “Vai-te, Satanás! Pois está escrito: ‘É a YHWH, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.’” — 4:10.
“Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.” Estas palavras eletrizantes são agora proclamadas na Galiléia pelo ungido Jesus. Ele convida quatro pescadores a deixar suas redes para segui-lo e tornar-se “pescadores de homens”, e viaja com eles por “toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas deles e pregando as boas novas do reino, e curando toda sorte de moléstias e toda sorte de enfermidades entre o povo”. — 4:17, 19, 23.
O Sermão do Monte (5:1-7:29). À medida que multidões começam a segui-lo, Jesus sobe num monte, senta-se e começa a ensinar seus discípulos. Inicia este emocionante discurso com nove ‘felicidades’: felizes os cônscios de sua necessidade espiritual, aqueles que pranteiam, os de temperamento brando, os famintos e os sedentos da justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacíficos, os perseguidos por causa da justiça e os que são vítimas de vitupérios e mentiras. “Alegrai-vos e pulai de alegria, porque sua recompensa é grande nos céus.” Chama seus discípulos de “sal da terra” e de “luz do mundo”, e explica a justiça, tão diferente do formalismo dos escribas e dos fariseus, que é requerida para se entrar no Reino dos céus. “Tendes de ser perfeitos, assim como o vosso Pai celestial é perfeito.” — 5:12-14, 48.
Jesus adverte contra dádivas e orações hipócritas. Ensina seus discípulos a orar pela santificação do nome do Pai, pela vinda do Seu Reino e pelo sustento diário. No transcorrer do inteiro sermão, Jesus mantém em foco o Reino. Acautela os que o seguem para que não se preocupem e nem trabalhem apenas pelas riquezas materiais, pois o Pai conhece suas necessidades reais. “Persisti, pois”, diz ele, “em buscar primeiro o reino e Sua justiça, e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas”. — 6:33.
O Amo dá conselhos sobre relações com outros, dizendo: “Todas as coisas, portanto, que quereis que os homens vos façam, vós também tendes de fazer do mesmo modo a eles.” Os poucos que encontram a estrada da vida serão os que fazem a vontade de seu Pai. Os obreiros do que é contra a lei serão conhecidos pelos seus frutos e serão rejeitados. Jesus compara aquele que obedece às suas palavras ao “homem discreto, que construiu a sua casa sobre a rocha”. Que efeito tem este discurso sobre as multidões que o ouvem? Ficam “assombradas com o seu modo de ensinar”, pois ele ensina ‘como quem tem autoridade, e não como seus escribas’. — 7:12, 24-29.
Expansão da pregação do Reino (8:1-11:30). Jesus realiza muitos milagres — cura leprosos, paralíticos e possessos de demônios. Demonstra até mesmo autoridade sobre o vento e as ondas por acalmar uma tempestade, e ressuscita uma menina. Quanta compaixão sente Jesus pelas multidões, ao ver como são esfoladas e lançadas de um lado para outro, “como ovelhas sem pastor”! Por isso ele diz aos seus discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, rogai ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita.” — 9:36-38.
Jesus escolhe e comissiona os 12 apóstolos. Dá-lhes instruções definidas sobre como efetuar seu trabalho e enfatiza a doutrina central do seu ensinamento: “Ao irdes, pregai, dizendo: ‘O reino dos céus se tem aproximado.’” Dá-lhes admoestação sábia e amorosa: “De graça recebestes, de graça dai.” “Mostrai-vos cautelosos como as serpentes, contudo, inocentes como as pombas.” Eles serão odiados e perseguidos, até mesmo por parentes chegados, mas Jesus lembra-lhes: “Quem achar a sua alma, perdê-la-á, e quem perder a sua alma por minha causa, achá-la-á.” (10:7, 8, 16, 39) Eles seguem seu caminho, para ensinar e pregar em suas cidades designadas! Jesus identifica João, o Batizador, como mensageiro enviado adiante dele, o prometido “Elias”, mas “esta geração” não aceita nem João nem ele, o Filho do homem. (11:14, 16) Assim, ai desta geração e das cidades que não se arrependeram ao ver suas obras poderosas! Mas aqueles que se tornam seus discípulos acharão refrigério para suas almas.
Refutados e denunciados os fariseus (12:1-50). Os fariseus tentam achar falta em Jesus na questão do sábado, mas ele refuta suas acusações e lança sobre eles forte condenação pela sua hipocrisia. Ele lhes diz: “Descendência de víboras, como podeis falar coisas boas quando sois iníquos? Pois é da abundância do coração que a boca fala.” (12:34) Nenhum sinal lhes será dado exceto o de Jonas, o profeta: o Filho do homem ficará três dias e três noites no coração da terra.
Sete ilustrações do Reino (13:1-58). Por que fala Jesus por meio de ilustrações? Ele explica aos discípulos: “A vós é concedido entender os segredos sagrados do reino dos céus, mas a esses não é concedido.” Declara seus discípulos felizes porque vêem e ouvem. De que instrução reanimadora ele os provê então! Depois de explicar a ilustração do semeador, Jesus conta as ilustrações do joio no campo, do grão de mostarda, do fermento, do tesouro escondido, da pérola de grande valor e da rede de arrasto — todas retratando algo relacionado com “o reino dos céus”. Contudo, o povo tropeça por causa dele, e Jesus lhes diz: “Um profeta não passa sem honra a não ser em seu próprio território e em sua própria casa.” — 13:11, 57.
Ministério e milagres adicionais do “Cristo” (14:1-17:27). Jesus está profundamente comovido com a notícia de que João, o Batizador, fora decapitado por ordem do fraco Herodes Ântipas. Alimenta milagrosamente uma multidão de mais de 5.000; caminha sobre o mar; refuta crítica adicional dos fariseus, sobre quem ele diz que estão ‘infringindo o mandamento de Deus por causa de sua tradição’; cura possessos de demônios, “coxos, aleijados, cegos, mudos e muitos outros”; e novamente alimenta mais de 4.000, com sete pães e alguns peixinhos. (15:3, 30) Respondendo a uma pergunta de Jesus, Pedro identifica-o, dizendo: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente.” Jesus elogia a Pedro e declara: “Sobre esta rocha construirei a minha congregação.” (16:16, 18) Jesus começa então a falar de sua iminente morte e de sua ressurreição no terceiro dia. Mas também promete que alguns de seus discípulos “não provarão absolutamente a morte, até que primeiro vejam o Filho do homem vir no seu reino”. (16:28) Seis dias mais tarde, Jesus leva Pedro, Tiago e João a um alto monte, a fim de o verem transfigurado em glória. Em visão, vêem Moisés e Elias conversando com ele, e ouvem uma voz do céu dizendo: “Este é meu Filho, o amado, a quem tenho aprovado; escutai-o.” Depois de descerem do monte, Jesus lhes diz que o prometido “Elias” já veio, e eles percebem que fala a respeito de João, o Batizador. — 17:5, 12.
Jesus aconselha seus discípulos (18:1-35). Enquanto se acham em Cafarnaum, Jesus fala aos discípulos a respeito da humildade, da grande alegria de se recuperar uma ovelha perdida e de resolver ofensas entre irmãos. Pedro pergunta: ‘Quantas vezes devo perdoar meu irmão?’, e Jesus responde: “Eu não te digo: Até sete vezes, mas: Até setenta e sete vezes.” Para dar mais força a isto, Jesus conta a ilustração do escravo cujo amo lhe perdoou uma dívida de 60 milhões de denários. Mais tarde, este escravo mandou prender um co-escravo seu por causa de uma dívida de apenas 100 denários, e, em resultado disso, o escravo que não mostrou misericórdia foi da mesma forma entregue aos carcereiros. Jesus enfatiza o seguinte: “Do mesmo modo lidará também convosco o meu Pai celestial, se não perdoardes de coração cada um ao seu irmão.” — 18:21, 22, 35.
Os dias finais do ministério de Jesus (19:1- 22:46). O ritmo dos eventos acelera, e aumenta a tensão ao passo que os escribas e os fariseus ficam mais furiosos com o ministério de Jesus. Vêm para enlaçá-lo numa questão sobre divórcio, mas fracassam; Jesus mostra que a única base bíblica para o divórcio é a fornicação. Um jovem rico vem a Jesus, perguntando qual é o caminho da vida eterna, mas vai embora contristado quando descobre que precisa vender tudo o que tem e ser seguidor de Jesus. Depois de contar a ilustração dos trabalhadores e o denário, Jesus fala novamente sobre sua morte e ressurreição, e diz: “O Filho do homem não veio para que se lhe ministrasse, mas para ministrar e dar a sua alma como resgate em troca de muitos.” — 20:28.
Jesus entra agora na última semana de sua vida humana. Faz sua entrada triunfal em Jerusalém como ‘Rei montado num jumentinho’. (21:4, 5) Limpa o templo dos cambistas e de outros especuladores, e o ódio de seus inimigos aumenta quando lhes diz: “Os cobradores de impostos e as meretrizes entrarão na frente de vós no reino de Deus.” (21:31) Suas ilustrações oportunas do vinhedo e da festa de casamento vão diretamente ao ponto. Ele responde habilmente à pergunta dos fariseus sobre o imposto, por dizer-lhes para pagar de volta a “César as coisas de César, mas a Deus as coisas de Deus”. (22:21) De modo similar, refuta uma pergunta capciosa dos saduceus e defende a esperança da ressurreição. Os fariseus se dirigem novamente a ele com uma pergunta sobre a Lei, e Jesus lhes diz que o maior mandamento é amar a Deus de forma plena, e que o segundo é amar ao próximo como a si mesmo. Jesus pergunta-lhes então: ‘Como pode o Cristo ser tanto filho de Davi como seu Senhor?’ Ninguém sabe responder, e depois disso ninguém se atreve a interrogá-lo mais. — 22:45, 46.
‘Ai de vós, hipócritas’ (23:1-24:2). Falando às multidões no templo, Jesus faz outra denúncia mordaz contra os escribas e os fariseus. Eles não só se desqualificaram para entrar no Reino, mas utilizam-se de todas as artimanhas para impedir que outros entrem. Como sepulcros caiados, parecem belos por fora, mas por dentro estão cheios de corrupção e podridão. Jesus conclui com o seguinte julgamento contra Jerusalém: “Vossa casa vos fica abandonada.” (23:38) Ao sair do templo, Jesus profetiza sua destruição.
Jesus fornece o ‘sinal de sua presença’ (24:3-25:46). No monte das Oliveiras, os discípulos lhe perguntam sobre ‘o sinal de sua presença e da terminação do sistema de coisas’. Em resposta, Jesus indica um período futuro de guerras, ‘nação contra nação e reino contra reino’, escassez de alimentos, terremotos, aumento do que é contra a lei, a pregação mundial destas “boas novas do reino”, a designação do “escravo fiel e discreto . . . sobre todos os seus bens”, e muitos outros aspectos do sinal composto que há de marcar ‘a chegada do Filho do homem na sua glória para assentar-se no seu trono glorioso’. (24:3, 7, 14, 45-47; 25:31) Jesus conclui esta importante profecia com as ilustrações das dez virgens e dos talentos, que reservam alegres recompensas para os alertas e fiéis, e a ilustração das ovelhas e dos cabritos, que mostra que os semelhantes a cabritos partirão “para o decepamento eterno, mas os justos, para a vida eterna”. — 25:46.
Eventos do último dia de Jesus (26:1-27:66). Depois de celebrar a Páscoa, Jesus institui algo novo com seus apóstolos fiéis, convidando-os a partilhar um pão não-fermentado e vinho quais símbolos de seu corpo e de seu sangue. Daí, vão a Getsêmani, onde Jesus ora. Ali, Judas chega com uma multidão armada e trai a Jesus com um beijo hipócrita. Jesus é levado perante o sumo sacerdote, e os principais sacerdotes e o inteiro Sinédrio buscam falsas testemunhas contra Jesus. Fiel à profecia de Jesus, Pedro nega-o quando posto à prova. Judas, sentindo remorso, lança seu dinheiro da traição dentro do templo, sai e se enforca. Pela manhã, Jesus é levado perante o governador romano Pilatos, que o entrega para ser pregado na estaca, sob a pressão da turba, incitada pelos sacerdotes, que grita: “O sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos.” Os soldados do governador zombam da sua realeza e depois o conduzem para Gólgota, onde é pregado na estaca entre dois ladrões, com uma inscrição sobre sua cabeça, que reza: “Este é Jesus, o Rei dos judeus.” (27:25, 37) Depois de horas de agonia, Jesus finalmente morre por volta das três horas da tarde e é colocado num túmulo memorial novo, pertencente a José de Arimatéia. Este foi o dia mais momentoso de toda a história!
A ressurreição de Jesus e suas instruções finais (28:1-20). Mateus culmina então seu relato com as melhores notícias. O morto Jesus é ressuscitado — está vivo novamente! Bem cedo, no primeiro dia da semana, Maria Madalena e “a outra Maria” vão até o túmulo e ouvem o anjo anunciar este fato alegre. (28:1) Para confirmar isso, o próprio Jesus lhes aparece. Os inimigos tentam até mesmo lutar contra o fato de sua ressurreição, subornando os soldados que estavam de guarda junto ao túmulo para dizerem: “Seus discípulos vieram de noite e o furtaram, enquanto estávamos dormindo.” Mais tarde, na Galiléia, Jesus se reúne outra vez com seus discípulos. Qual é sua instrução de despedida? A seguinte: “Ide . . . fazei discípulos de pessoas de todas as nações, batizando-as em o nome do Pai, e do Filho e do espírito santo.” Teriam eles orientação nesta obra de pregação? As últimas palavras de Jesus registradas por Mateus fornecem a seguinte garantia: “Eis que estou convosco todos os dias, até à terminação do sistema de coisas.” — 28:13, 19, 20.