Panorama do Livro de Atos dos Apóstolos
Panorama do Livro de Atos dos Apóstolos:
Eventos ocorridos até o Pentecostes (1:1-26). No início deste segundo relato de Lucas, o ressuscitado Jesus diz a seus ansiosos discípulos que eles serão batizados em espírito santo. Será o Reino restaurado neste tempo? Não. Mas receberão poder e tornar-se-ão testemunhas “até à parte mais distante da terra”. Ao Jesus ascender, desaparecendo da vista deles, dois homens vestidos de branco lhes dizem: “Este Jesus, que dentre vós foi acolhido em cima, no céu, virá assim da mesma maneira.” — 1:8, 11.
O memorável dia de Pentecostes (2:1-42). Todos os discípulos estão reunidos em Jerusalém. Subitamente, um ruído semelhante ao dum vento impetuoso enche a casa. Línguas como que de fogo se assentam sobre os que estão presentes. Eles ficam cheios de espírito santo e começam a falar em línguas diferentes sobre “as coisas magníficas de Deus”. (2:11) Os espectadores ficam perplexos. Então Pedro se levanta para falar. Ele explica que este derramamento do espírito é o cumprimento da profecia de Joel (2:28-32) e que Jesus Cristo, agora ressuscitado e enaltecido à destra de Deus, ‘derramou isto que vêem e ouvem’. Estando compungidos, cerca de 3.000 aceitam a palavra e são batizados. — 2:33.
Expansão do testemunho (2:43-5:42). Deus continua a ajuntar-lhes diariamente os que estão sendo salvos. Junto ao templo, Pedro e João encontram um homem aleijado que jamais andou na vida. “Em nome de Jesus Cristo, o nazareno, anda!”, ordena Pedro. Imediatamente, o homem começa ‘a andar, e a pular, e a louvar a Deus’. Pedro admoesta então as pessoas a se arrepender e dar meia-volta, “para que venham épocas de refrigério da parte da pessoa de Yehowah”. Contrariados por Pedro e João ensinarem a ressurreição de Jesus, os líderes religiosos os prendem, mas as fileiras dos crentes aumentam para cerca de 5.000 homens. — 3:6, 8, 19.
No dia seguinte, Pedro e João são levados perante os governantes judeus para interrogatório. Pedro testifica intrepidamente que a salvação só vem por meio de Jesus Cristo, e, quando se lhes ordena que cessem sua obra de pregação, tanto Pedro como João replicam: “Se é justo, à vista de Deus, escutar antes a vós do que a Deus, julgai-o vós mesmos. Mas, quanto a nós, não podemos parar de falar das coisas que vimos e ouvimos.” (4:19, 20) Eles são postos em liberdade, e todos os discípulos continuam a falar a palavra de Deus com denodo. Em virtude das circunstâncias, reúnem os seus bens materiais e fazem distribuições segundo a necessidade. Todavia, um homem chamado Ananias e sua esposa Safira vendem uma propriedade e, ao passo que dão a aparência de terem dado a soma inteira, eles retêm secretamente parte do preço. Pedro os expõe, e eles caem mortos por terem trapaceado a Deus e ao espírito santo.
Os líderes religiosos, enfurecidos, tornam a lançar os apóstolos na prisão, mas, desta vez, o anjo de Deus os liberta. No dia seguinte, são levados outra vez perante o Sinédrio, sendo acusados de ‘encher Jerusalém com o seu ensino’. Eles replicam: “Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens.” Embora chibateados e ameaçados, ainda assim se recusam a parar, e ‘cada dia, no templo e de casa em casa, continuam sem cessar a ensinar e a declarar as boas novas a respeito do Cristo, Jesus’. — 5:28, 29, 42.
O martírio de Estêvão (6:1-8:1a). Estêvão é um dos sete designados pelo espírito santo para distribuir alimento às mesas. Ele dá também poderoso testemunho a respeito da verdade, e tão zeloso é o seu apoio da fé que seus oponentes, enfurecidos, o fazem comparecer perante o Sinédrio sob a acusação de blasfêmia. Na sua defesa, Estêvão fala primeiro da longanimidade de Deus para com Israel. Daí, com eloquência destemida, chega ao ponto: ‘Homens obstinados, sempre resistis ao Espírito Santo, vós, os que recebestes a Lei, conforme transmitida por anjos, mas não a guardastes.’ (7:51-53) Isto é demais para eles! Lançam-se sobre ele, jogam-no fora da cidade e o apedrejam até morrer. Saulo observa com aprovação.
As perseguições, a conversão de Saulo (8:1b-9:30). A perseguição que começa naquele dia contra a congregação em Jerusalém dispersa pelo país inteiro a todos, exceto aos apóstolos. Filipe vai para Samaria, onde muitos aceitam a palavra de Deus. Pedro e João são enviados de Jerusalém para lá a fim de tais crentes receberem espírito santo “pela imposição das mãos dos apóstolos”. (8:18) Um anjo manda então Filipe para o sul, para a estrada Jerusalém-Gaza, onde encontra um eunuco da corte real da Etiópia, que, no seu carro, está lendo o livro de Isaías. Filipe lhe esclarece o significado da profecia e o batiza.
No ínterim, Saulo, “respirando ainda ameaça e assassínio contra os discípulos do Senhor”, empreende viagem para ir prender os que ‘pertencem ao Caminho’, em Damasco. Repentinamente, reluz em volta dele uma luz vinda do céu, e ele cai por terra, cego. Uma voz do céu lhe diz: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues.” Depois de três dias em Damasco, um discípulo de nome Ananias vem prestar-lhe ajuda. Saulo recupera a vista, é batizado e fica cheio de espírito santo, de modo que se torna um zeloso e habilitado pregador das boas novas. (9:1, 2, 5) Nessa surpreendente reviravolta de acontecimentos, o perseguidor passa a ser o perseguido e tem de fugir para salvar sua vida, primeiro, de Damasco, depois, de Jerusalém.
As boas novas chegam aos gentios incircuncisos (9:31-12:25). A congregação então ‘entra num período de paz, sendo edificada; e, como anda no temor de Deus e no consolo do espírito santo, continua a multiplicar-se’. (9:31) Em Jope, Pedro ressuscita a querida Tabita (Dorcas), e é ali que recebe a chamada para ir a Cesaréia, onde um oficial do exército, chamado Cornélio, o aguarda. Ele prega a Cornélio e aos de sua casa, e eles crêem, sendo derramado sobre eles o espírito santo. Discernindo que “Deus não é parcial, mas, em cada nação, o homem que o teme e que faz a justiça lhe é aceitável”, Pedro os batiza — são os primeiros gentios incircuncisos a se converter. Pedro explica mais tarde este novo acontecimento aos irmãos em Jerusalém, em vista do que eles glorificam a Deus. — 10:34, 35.
Ao passo que as boas novas continuam a espalhar-se rapidamente, Barnabé e Saulo ensinam um grande número de pessoas em Antioquia, ‘e é primeiro em Antioquia que os discípulos, por providência divina, são chamados cristãos’. (11:26) Torna a irromper a perseguição. Herodes Agripa I manda matar à espada a Tiago, irmão de João. Lança também a Pedro na prisão, mas de novo o anjo de Deus o liberta. Que fim lamentável do iníquo Herodes! Por não dar glória a Deus, comido de vermes, morre. Em contrapartida, ‘a palavra do Senhor continua a crescer e a se espalhar’. — 12:24.
Primeira viagem missionária de Paulo, com Barnabé (13:1-14:28). Barnabé e “Saulo, que é também Paulo”, são escolhidos e enviados de Antioquia pelo espírito santo. (13:9) Na ilha de Chipre, muitos, também o procônsul Sérgio Paulo, se tornam crentes. Na Ásia Menor continental, visitam seis ou mais cidades, e em toda a parte acontece a mesma coisa: vê-se uma distinção entre os que aceitam alegremente as boas novas e os oponentes obstinados que incitam as turbas a atirar pedras nos mensageiros de Deus. Depois de fazerem designações de anciãos nas recém-formadas congregações, Paulo e Barnabé retornam à Antioquia da Síria.
Solução dada à questão da circuncisão (15:1-35). Com a grande afluência de não-judeus, surge a questão quanto a se estes devem ou não ser circuncidados. Paulo e Barnabé levam a questão aos apóstolos e aos anciãos em Jerusalém, onde o discípulo Tiago preside à reunião e providencia enviar a decisão unânime mediante carta formal: “Pareceu bem ao espírito santo e a nós mesmos não vos acrescentar nenhum fardo adicional, exceto as seguintes coisas necessárias: de persistirdes em abster-vos de coisas sacrificadas a ídolos, e de sangue, e de coisas estranguladas, e de fornicação.” (15:28, 29) O encorajamento desta carta faz com que os irmãos em Antioquia se regozijem.
Expansão do ministério em resultado da segunda viagem de Paulo (15:36-18:22). “Depois de alguns dias”, Barnabé e Marcos embarcam rumo a Chipre, ao passo que Paulo e Silas passam pela Síria e Ásia Menor. (15:36) O jovem Timóteo se junta a Paulo em Listra, e prosseguem para Trôade, na costa do mar Egeu. Ali, Paulo vê numa visão um homem que lhe suplica: “Passa à Macedônia e ajuda-nos.” (16:9) Lucas se junta a Paulo e eles tomam um navio para Filipos, a cidade principal da Macedônia, onde Paulo e Silas são lançados na prisão. Isto resulta em o carcereiro tornar-se crente e ser batizado. Ao serem soltos, vão a Tessalônica, e ali os judeus, ficando com ciúmes, incitam a turba contra eles. De modo que os irmãos enviam Paulo e Silas de noite a Beréia. Ali, os judeus mostram ter mentalidade nobre, recebendo a palavra “com o maior anelo mental, examinando cuidadosamente as Escrituras, cada dia”, em busca de confirmação das coisas aprendidas. (17:11) Paulo, deixando Silas e Timóteo nesta nova congregação, assim como havia deixado Lucas em Filipos, continua rumo ao sul, para Atenas.
Nesta cidade de ídolos, altivos filósofos epicureus e estóicos chamam, com escárnio, a Paulo de “paroleiro” e “publicador de deidades estrangeiras”, e o levam ao Areópago, ou colina de Marte. Com hábil oratória, Paulo argumenta em favor de se buscar o verdadeiro Deus, o “Senhor do céu e da terra”, que garante um julgamento justo por intermédio daquele a quem ressuscitou dentre os mortos. A menção da ressurreição divide a sua assistência, mas alguns se tornam crentes. — 17:18, 24.
A seguir, em Corinto, Paulo fica com Áquila e Priscila, trabalhando com eles na profissão de fazer tendas. A oposição à sua pregação o obriga a sair da sinagoga e a realizar as suas reuniões numa casa contígua, no lar de Tício Justo. Crispo, o presidente da sinagoga, torna-se crente. Depois de uma estada de 18 meses em Corinto, Paulo parte com Áquila e Priscila para Éfeso, onde os deixa, e continua a viagem à Antioquia da Síria, completando assim a sua segunda viagem missionária.
Paulo revisita as congregações, terceira viagem (18:23-21:26). Certo judeu de nome Apolo, procedente de Alexandria, Egito, chega a Éfeso e fala intrepidamente na sinagoga a respeito de Jesus, mas Áquila e Priscila notam a necessidade de corrigir o seu ensino antes de ele ir a Corinto. Paulo está agora na sua terceira viagem, e no devido tempo chega a Éfeso. Ao saber que os crentes ali foram batizados com o batismo de João, Paulo lhes explica o batismo em nome de Jesus. Daí, batiza cerca de 12 homens, impõe as mãos sobre eles e estes recebem o espírito santo.
Nos três anos em que Paulo fica em Éfeso, ‘a palavra do Senhor continua a crescer e a prevalecer de modo poderoso’, e muitos abandonam a adoração da deusa padroeira da cidade, Ártemis. (19:20) Os fabricantes de santuários de prata, enfurecidos com a idéia de seu negócio correr perigo, criam tal alvoroço na cidade que leva horas para dispersar a turba. Logo depois, Paulo parte para a Macedônia e para a Grécia, visitando a caminho os crentes.
Paulo fica três meses na Grécia antes de retornar pela Macedônia, onde Lucas se junta outra vez a ele. Fazem a travessia até Trôade, e ali, enquanto Paulo discursa noite adentro, um rapaz adormece e cai duma janela do terceiro pavimento. É apanhado morto, mas Paulo lhe restaura a vida. No dia seguinte, Paulo e os que o acompanham partem para Mileto, onde, a caminho de Jerusalém, Paulo faz uma parada para se reunir com os anciãos de Éfeso. Ele lhes informa que não mais verão a sua face. Quão urgente é, pois, que assumam a liderança e pastoreiem o rebanho de Deus, ‘entre o qual o espírito santo os designou superintendentes’! Relembra-lhes o exemplo que ele lhes deu, e admoesta-os a permanecer despertos, não se poupando em dar de si mesmos a favor dos irmãos. (20:28) Embora advertido para não pôr os pés em Jerusalém, Paulo não volta atrás. Seus companheiros aquiescem, dizendo: “Realize-se a vontade de Yehowah.” (21:14) Há grande regozijo quando Paulo relata a Tiago e aos anciãos a respeito da bênção de Deus sobre seu ministério entre as nações.
Paulo detido e julgado (21:27-26:32). Quando Paulo aparece no templo em Jerusalém, é recebido com hostilidade. Judeus da Ásia incitam a cidade inteira contra ele, e os soldados romanos o socorrem no momento preciso.
Qual a razão de todo o tumulto? Quem é este Paulo? Qual é o seu crime? O comandante militar, perplexo, quer respostas. Por causa de sua cidadania romana, Paulo escapa de ser açoitado e é levado perante o Sinédrio. Hum! Um tribunal dividido de fariseus e saduceus! Paulo, por conseguinte, levanta a questão da ressurreição, lançando uns contra os outros. Como a dissensão se torna violenta, os soldados romanos têm de arrancar Paulo do meio do Sinédrio antes que o dilacerem. Acompanhado de uma grande escolta de soldados, ele é enviado secretamente de noite ao Governador Félix, em Cesaréia.
Acusado de sedição, Paulo apresenta a Félix a sua defesa com habilidade. Mas Félix retém Paulo, na esperança de receber dinheiro de suborno para o soltar. Passam-se dois anos. Pórcio Festo sucede a Félix como governador, e ordena-se novo julgamento. Outra vez, sérias acusações são feitas, e Paulo torna a declarar a sua inocência. Entretanto, Festo, a fim de ganhar o favor dos judeus, sugere que seja feito mais um julgamento perante ele, em Jerusalém. Contudo, Paulo declara: “Apelo para César!” (25:11) Passa-se mais algum tempo. Por fim, o Rei Herodes Agripa II faz uma visita de cortesia a Festo, e Paulo é levado mais uma vez à sala de audiência. Tão poderoso e convincente é o seu testemunho que Agripa é movido a lhe dizer: “Em pouco tempo me persuadirias a tornar-me cristão.” (26:28) Agripa reconhece igualmente a inocência de Paulo e que poderia ser solto se não tivesse apelado para César.
Paulo vai a Roma (27:1-28:31). O prisioneiro Paulo e outros são levados de barco para a primeira etapa da viagem a Roma. Os ventos sendo contrários, o progresso é lento. No porto de Mirra, mudam de navio. Ao chegarem a Bons Portos, em Creta, Paulo recomenda que passem o inverno ali, mas a maioria aconselha que viajem. Mal começam a navegar, quando um vento tempestuoso se apodera deles e implacavelmente os põe à deriva. Depois de duas semanas, o barco é por fim despedaçado num banco de areia perto da costa de Malta. Conforme Paulo assegurara, nenhum dos 276 a bordo perde a vida! Os habitantes de Malta mostram extraordinário humanitarismo, e, durante aquele inverno, Paulo cura a muitos dentre eles pelo poder miraculoso do espírito de Deus.
Na primavera seguinte, Paulo chega a Roma, e os irmãos vão à estrada para o acolher. Ao avistá-los, Paulo ‘agradece a Deus e toma coragem’. Embora ainda prisioneiro, permite-se que Paulo permaneça na sua própria casa alugada com um soldado de guarda. Lucas termina a sua narrativa descrevendo a bondosa acolhida de Paulo a todos os que vão ter com ele, “pregando-lhes o reino de Deus e ensinando com a maior franqueza no falar as coisas concernentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento”. — 28:15, 31.
Eventos ocorridos até o Pentecostes (1:1-26). No início deste segundo relato de Lucas, o ressuscitado Jesus diz a seus ansiosos discípulos que eles serão batizados em espírito santo. Será o Reino restaurado neste tempo? Não. Mas receberão poder e tornar-se-ão testemunhas “até à parte mais distante da terra”. Ao Jesus ascender, desaparecendo da vista deles, dois homens vestidos de branco lhes dizem: “Este Jesus, que dentre vós foi acolhido em cima, no céu, virá assim da mesma maneira.” — 1:8, 11.
O memorável dia de Pentecostes (2:1-42). Todos os discípulos estão reunidos em Jerusalém. Subitamente, um ruído semelhante ao dum vento impetuoso enche a casa. Línguas como que de fogo se assentam sobre os que estão presentes. Eles ficam cheios de espírito santo e começam a falar em línguas diferentes sobre “as coisas magníficas de Deus”. (2:11) Os espectadores ficam perplexos. Então Pedro se levanta para falar. Ele explica que este derramamento do espírito é o cumprimento da profecia de Joel (2:28-32) e que Jesus Cristo, agora ressuscitado e enaltecido à destra de Deus, ‘derramou isto que vêem e ouvem’. Estando compungidos, cerca de 3.000 aceitam a palavra e são batizados. — 2:33.
Expansão do testemunho (2:43-5:42). Deus continua a ajuntar-lhes diariamente os que estão sendo salvos. Junto ao templo, Pedro e João encontram um homem aleijado que jamais andou na vida. “Em nome de Jesus Cristo, o nazareno, anda!”, ordena Pedro. Imediatamente, o homem começa ‘a andar, e a pular, e a louvar a Deus’. Pedro admoesta então as pessoas a se arrepender e dar meia-volta, “para que venham épocas de refrigério da parte da pessoa de Yehowah”. Contrariados por Pedro e João ensinarem a ressurreição de Jesus, os líderes religiosos os prendem, mas as fileiras dos crentes aumentam para cerca de 5.000 homens. — 3:6, 8, 19.
No dia seguinte, Pedro e João são levados perante os governantes judeus para interrogatório. Pedro testifica intrepidamente que a salvação só vem por meio de Jesus Cristo, e, quando se lhes ordena que cessem sua obra de pregação, tanto Pedro como João replicam: “Se é justo, à vista de Deus, escutar antes a vós do que a Deus, julgai-o vós mesmos. Mas, quanto a nós, não podemos parar de falar das coisas que vimos e ouvimos.” (4:19, 20) Eles são postos em liberdade, e todos os discípulos continuam a falar a palavra de Deus com denodo. Em virtude das circunstâncias, reúnem os seus bens materiais e fazem distribuições segundo a necessidade. Todavia, um homem chamado Ananias e sua esposa Safira vendem uma propriedade e, ao passo que dão a aparência de terem dado a soma inteira, eles retêm secretamente parte do preço. Pedro os expõe, e eles caem mortos por terem trapaceado a Deus e ao espírito santo.
Os líderes religiosos, enfurecidos, tornam a lançar os apóstolos na prisão, mas, desta vez, o anjo de Deus os liberta. No dia seguinte, são levados outra vez perante o Sinédrio, sendo acusados de ‘encher Jerusalém com o seu ensino’. Eles replicam: “Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens.” Embora chibateados e ameaçados, ainda assim se recusam a parar, e ‘cada dia, no templo e de casa em casa, continuam sem cessar a ensinar e a declarar as boas novas a respeito do Cristo, Jesus’. — 5:28, 29, 42.
O martírio de Estêvão (6:1-8:1a). Estêvão é um dos sete designados pelo espírito santo para distribuir alimento às mesas. Ele dá também poderoso testemunho a respeito da verdade, e tão zeloso é o seu apoio da fé que seus oponentes, enfurecidos, o fazem comparecer perante o Sinédrio sob a acusação de blasfêmia. Na sua defesa, Estêvão fala primeiro da longanimidade de Deus para com Israel. Daí, com eloquência destemida, chega ao ponto: ‘Homens obstinados, sempre resistis ao Espírito Santo, vós, os que recebestes a Lei, conforme transmitida por anjos, mas não a guardastes.’ (7:51-53) Isto é demais para eles! Lançam-se sobre ele, jogam-no fora da cidade e o apedrejam até morrer. Saulo observa com aprovação.
As perseguições, a conversão de Saulo (8:1b-9:30). A perseguição que começa naquele dia contra a congregação em Jerusalém dispersa pelo país inteiro a todos, exceto aos apóstolos. Filipe vai para Samaria, onde muitos aceitam a palavra de Deus. Pedro e João são enviados de Jerusalém para lá a fim de tais crentes receberem espírito santo “pela imposição das mãos dos apóstolos”. (8:18) Um anjo manda então Filipe para o sul, para a estrada Jerusalém-Gaza, onde encontra um eunuco da corte real da Etiópia, que, no seu carro, está lendo o livro de Isaías. Filipe lhe esclarece o significado da profecia e o batiza.
No ínterim, Saulo, “respirando ainda ameaça e assassínio contra os discípulos do Senhor”, empreende viagem para ir prender os que ‘pertencem ao Caminho’, em Damasco. Repentinamente, reluz em volta dele uma luz vinda do céu, e ele cai por terra, cego. Uma voz do céu lhe diz: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues.” Depois de três dias em Damasco, um discípulo de nome Ananias vem prestar-lhe ajuda. Saulo recupera a vista, é batizado e fica cheio de espírito santo, de modo que se torna um zeloso e habilitado pregador das boas novas. (9:1, 2, 5) Nessa surpreendente reviravolta de acontecimentos, o perseguidor passa a ser o perseguido e tem de fugir para salvar sua vida, primeiro, de Damasco, depois, de Jerusalém.
As boas novas chegam aos gentios incircuncisos (9:31-12:25). A congregação então ‘entra num período de paz, sendo edificada; e, como anda no temor de Deus e no consolo do espírito santo, continua a multiplicar-se’. (9:31) Em Jope, Pedro ressuscita a querida Tabita (Dorcas), e é ali que recebe a chamada para ir a Cesaréia, onde um oficial do exército, chamado Cornélio, o aguarda. Ele prega a Cornélio e aos de sua casa, e eles crêem, sendo derramado sobre eles o espírito santo. Discernindo que “Deus não é parcial, mas, em cada nação, o homem que o teme e que faz a justiça lhe é aceitável”, Pedro os batiza — são os primeiros gentios incircuncisos a se converter. Pedro explica mais tarde este novo acontecimento aos irmãos em Jerusalém, em vista do que eles glorificam a Deus. — 10:34, 35.
Ao passo que as boas novas continuam a espalhar-se rapidamente, Barnabé e Saulo ensinam um grande número de pessoas em Antioquia, ‘e é primeiro em Antioquia que os discípulos, por providência divina, são chamados cristãos’. (11:26) Torna a irromper a perseguição. Herodes Agripa I manda matar à espada a Tiago, irmão de João. Lança também a Pedro na prisão, mas de novo o anjo de Deus o liberta. Que fim lamentável do iníquo Herodes! Por não dar glória a Deus, comido de vermes, morre. Em contrapartida, ‘a palavra do Senhor continua a crescer e a se espalhar’. — 12:24.
Primeira viagem missionária de Paulo, com Barnabé (13:1-14:28). Barnabé e “Saulo, que é também Paulo”, são escolhidos e enviados de Antioquia pelo espírito santo. (13:9) Na ilha de Chipre, muitos, também o procônsul Sérgio Paulo, se tornam crentes. Na Ásia Menor continental, visitam seis ou mais cidades, e em toda a parte acontece a mesma coisa: vê-se uma distinção entre os que aceitam alegremente as boas novas e os oponentes obstinados que incitam as turbas a atirar pedras nos mensageiros de Deus. Depois de fazerem designações de anciãos nas recém-formadas congregações, Paulo e Barnabé retornam à Antioquia da Síria.
Solução dada à questão da circuncisão (15:1-35). Com a grande afluência de não-judeus, surge a questão quanto a se estes devem ou não ser circuncidados. Paulo e Barnabé levam a questão aos apóstolos e aos anciãos em Jerusalém, onde o discípulo Tiago preside à reunião e providencia enviar a decisão unânime mediante carta formal: “Pareceu bem ao espírito santo e a nós mesmos não vos acrescentar nenhum fardo adicional, exceto as seguintes coisas necessárias: de persistirdes em abster-vos de coisas sacrificadas a ídolos, e de sangue, e de coisas estranguladas, e de fornicação.” (15:28, 29) O encorajamento desta carta faz com que os irmãos em Antioquia se regozijem.
Expansão do ministério em resultado da segunda viagem de Paulo (15:36-18:22). “Depois de alguns dias”, Barnabé e Marcos embarcam rumo a Chipre, ao passo que Paulo e Silas passam pela Síria e Ásia Menor. (15:36) O jovem Timóteo se junta a Paulo em Listra, e prosseguem para Trôade, na costa do mar Egeu. Ali, Paulo vê numa visão um homem que lhe suplica: “Passa à Macedônia e ajuda-nos.” (16:9) Lucas se junta a Paulo e eles tomam um navio para Filipos, a cidade principal da Macedônia, onde Paulo e Silas são lançados na prisão. Isto resulta em o carcereiro tornar-se crente e ser batizado. Ao serem soltos, vão a Tessalônica, e ali os judeus, ficando com ciúmes, incitam a turba contra eles. De modo que os irmãos enviam Paulo e Silas de noite a Beréia. Ali, os judeus mostram ter mentalidade nobre, recebendo a palavra “com o maior anelo mental, examinando cuidadosamente as Escrituras, cada dia”, em busca de confirmação das coisas aprendidas. (17:11) Paulo, deixando Silas e Timóteo nesta nova congregação, assim como havia deixado Lucas em Filipos, continua rumo ao sul, para Atenas.
Nesta cidade de ídolos, altivos filósofos epicureus e estóicos chamam, com escárnio, a Paulo de “paroleiro” e “publicador de deidades estrangeiras”, e o levam ao Areópago, ou colina de Marte. Com hábil oratória, Paulo argumenta em favor de se buscar o verdadeiro Deus, o “Senhor do céu e da terra”, que garante um julgamento justo por intermédio daquele a quem ressuscitou dentre os mortos. A menção da ressurreição divide a sua assistência, mas alguns se tornam crentes. — 17:18, 24.
A seguir, em Corinto, Paulo fica com Áquila e Priscila, trabalhando com eles na profissão de fazer tendas. A oposição à sua pregação o obriga a sair da sinagoga e a realizar as suas reuniões numa casa contígua, no lar de Tício Justo. Crispo, o presidente da sinagoga, torna-se crente. Depois de uma estada de 18 meses em Corinto, Paulo parte com Áquila e Priscila para Éfeso, onde os deixa, e continua a viagem à Antioquia da Síria, completando assim a sua segunda viagem missionária.
Paulo revisita as congregações, terceira viagem (18:23-21:26). Certo judeu de nome Apolo, procedente de Alexandria, Egito, chega a Éfeso e fala intrepidamente na sinagoga a respeito de Jesus, mas Áquila e Priscila notam a necessidade de corrigir o seu ensino antes de ele ir a Corinto. Paulo está agora na sua terceira viagem, e no devido tempo chega a Éfeso. Ao saber que os crentes ali foram batizados com o batismo de João, Paulo lhes explica o batismo em nome de Jesus. Daí, batiza cerca de 12 homens, impõe as mãos sobre eles e estes recebem o espírito santo.
Nos três anos em que Paulo fica em Éfeso, ‘a palavra do Senhor continua a crescer e a prevalecer de modo poderoso’, e muitos abandonam a adoração da deusa padroeira da cidade, Ártemis. (19:20) Os fabricantes de santuários de prata, enfurecidos com a idéia de seu negócio correr perigo, criam tal alvoroço na cidade que leva horas para dispersar a turba. Logo depois, Paulo parte para a Macedônia e para a Grécia, visitando a caminho os crentes.
Paulo fica três meses na Grécia antes de retornar pela Macedônia, onde Lucas se junta outra vez a ele. Fazem a travessia até Trôade, e ali, enquanto Paulo discursa noite adentro, um rapaz adormece e cai duma janela do terceiro pavimento. É apanhado morto, mas Paulo lhe restaura a vida. No dia seguinte, Paulo e os que o acompanham partem para Mileto, onde, a caminho de Jerusalém, Paulo faz uma parada para se reunir com os anciãos de Éfeso. Ele lhes informa que não mais verão a sua face. Quão urgente é, pois, que assumam a liderança e pastoreiem o rebanho de Deus, ‘entre o qual o espírito santo os designou superintendentes’! Relembra-lhes o exemplo que ele lhes deu, e admoesta-os a permanecer despertos, não se poupando em dar de si mesmos a favor dos irmãos. (20:28) Embora advertido para não pôr os pés em Jerusalém, Paulo não volta atrás. Seus companheiros aquiescem, dizendo: “Realize-se a vontade de Yehowah.” (21:14) Há grande regozijo quando Paulo relata a Tiago e aos anciãos a respeito da bênção de Deus sobre seu ministério entre as nações.
Paulo detido e julgado (21:27-26:32). Quando Paulo aparece no templo em Jerusalém, é recebido com hostilidade. Judeus da Ásia incitam a cidade inteira contra ele, e os soldados romanos o socorrem no momento preciso.
Qual a razão de todo o tumulto? Quem é este Paulo? Qual é o seu crime? O comandante militar, perplexo, quer respostas. Por causa de sua cidadania romana, Paulo escapa de ser açoitado e é levado perante o Sinédrio. Hum! Um tribunal dividido de fariseus e saduceus! Paulo, por conseguinte, levanta a questão da ressurreição, lançando uns contra os outros. Como a dissensão se torna violenta, os soldados romanos têm de arrancar Paulo do meio do Sinédrio antes que o dilacerem. Acompanhado de uma grande escolta de soldados, ele é enviado secretamente de noite ao Governador Félix, em Cesaréia.
Acusado de sedição, Paulo apresenta a Félix a sua defesa com habilidade. Mas Félix retém Paulo, na esperança de receber dinheiro de suborno para o soltar. Passam-se dois anos. Pórcio Festo sucede a Félix como governador, e ordena-se novo julgamento. Outra vez, sérias acusações são feitas, e Paulo torna a declarar a sua inocência. Entretanto, Festo, a fim de ganhar o favor dos judeus, sugere que seja feito mais um julgamento perante ele, em Jerusalém. Contudo, Paulo declara: “Apelo para César!” (25:11) Passa-se mais algum tempo. Por fim, o Rei Herodes Agripa II faz uma visita de cortesia a Festo, e Paulo é levado mais uma vez à sala de audiência. Tão poderoso e convincente é o seu testemunho que Agripa é movido a lhe dizer: “Em pouco tempo me persuadirias a tornar-me cristão.” (26:28) Agripa reconhece igualmente a inocência de Paulo e que poderia ser solto se não tivesse apelado para César.
Paulo vai a Roma (27:1-28:31). O prisioneiro Paulo e outros são levados de barco para a primeira etapa da viagem a Roma. Os ventos sendo contrários, o progresso é lento. No porto de Mirra, mudam de navio. Ao chegarem a Bons Portos, em Creta, Paulo recomenda que passem o inverno ali, mas a maioria aconselha que viajem. Mal começam a navegar, quando um vento tempestuoso se apodera deles e implacavelmente os põe à deriva. Depois de duas semanas, o barco é por fim despedaçado num banco de areia perto da costa de Malta. Conforme Paulo assegurara, nenhum dos 276 a bordo perde a vida! Os habitantes de Malta mostram extraordinário humanitarismo, e, durante aquele inverno, Paulo cura a muitos dentre eles pelo poder miraculoso do espírito de Deus.
Na primavera seguinte, Paulo chega a Roma, e os irmãos vão à estrada para o acolher. Ao avistá-los, Paulo ‘agradece a Deus e toma coragem’. Embora ainda prisioneiro, permite-se que Paulo permaneça na sua própria casa alugada com um soldado de guarda. Lucas termina a sua narrativa descrevendo a bondosa acolhida de Paulo a todos os que vão ter com ele, “pregando-lhes o reino de Deus e ensinando com a maior franqueza no falar as coisas concernentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento”. — 28:15, 31.