Teologia da Carta de Tiago
A carta de Tiago, escrita antes de 62 EC, contém tal conselho direto. Seu escritor foi um homem idoso — alguém com uns 30 anos de experiência em lidar com os problemas de seus companheiros de adoração. Sim, o ancião cristão Tiago, meio-irmão de Jesus Cristo, podia escrever com franqueza, por experiência própria. (Marcos 6:3) Em adição ao seu estilo dinâmico, há ilustrações oportunas e perguntas escrutinadoras, que tornam claro que a religião impura e passiva não agrada a Deus.
Segundo a orientação de Deus, Tiago deu instruções salutares que são tão práticas hoje como o foram no primeiro século. Por raciocinarmos no seu conselho inspirado, podemos obter as respostas de algumas perguntas importantes. E as suas palavras devem incentivar-nos à adoração pura e ativa.
I. COMO DEVEMOS ENCARAR AS PROVAÇÕES?
Tiago escreveu às “doze tribos” do Israel espiritual espalhadas por todo o então conhecido mundo. (Gálatas 6:16) Ele exortou seus companheiros de adoração a encarar as provações com alegria, porque nós as suportarmos com fé resultará em duradoura felicidade. Devemos pedir confiantemente a Deus sabedoria para vivermos dum modo que o agrade, especialmente quando nos confrontamos com provações. Os seguidores ungidos de Jesus, que suportam fielmente provações, receberão a “coroa da vida”, a imortalidade no céu. A perseverança fiel da parte da “grande multidão” resultará em vida eterna num Paraíso terrestre. — Tiago 1:1-12; Lucas 23:43.
Quando passamos provações, não devemos concluir que Deus nos está tentando induzir a pecar, pois ele não faz isso. Antes, é o desejo errado dentro de nós que serve de induzimento ao pecado. Yehowah não é a fonte do mal, mas de tudo o que é bom, incluindo a maravilhosa dádiva do nascimento espiritual. — Tiago 1:13-18; Efésios 1:13, 14.
II. O QUE É RELIGIÃO VERDADEIRA?
Para sermos praticantes da religião verdadeira, precisamos ser rápidos em corresponder à palavra de Deus com obediência. Precisamos também ser vagarosos quanto a expressar ira e nos livrar de tudo o que Deus considera imundo. Removermos a maldade do coração e da mente permitirá que a palavra da verdade floresça ali, e não podemos ser meros ouvintes da palavra, mas também cumpridores dela, deixando que as Escrituras sejam realmente o nosso guia. Pondere o seguinte: Um homem, depois de olhar seu rosto no espelho, sai e esquece que sorte de pessoa ele é. Entretanto, para adorarmos a Deus de modo aceitável, não podemos ser ouvintes esquecediços. Antes, precisamos pesquisar a “lei perfeita”, aceitando tudo o que é exigido dos cristãos, e agir concordemente. — Tiago 1:19-25.
Se Deus há de nos encarar como adoradores verdadeiros, precisamos também controlar a língua, refreando-a de caluniar, difamar, e fazer coisas assim. Além disso, do ponto de vista do Criador, a adoração que é “pura” (limpa, santa) e “imaculada” (não manchada pela maldade) inclui preocupação ativa com os necessitados. Requer-se também que ‘nos mantenhamos sem mancha do mundo’ dos humanos que não servem a Deus. Não podemos agradar ao Pai enquanto fazemos as coisas injustas que o mundo pratica. Naturalmente, Tiago não alistou todos os requisitos da adoração verdadeira. Mas, mostrou que o serviço genuíno a Deus é puro e ativo. — Tiago 1:26, 27.
III. HÁ ALGO DE ERRADO COM AS DISTINÇÕES DE CLASSES?
Tiago mostrou que a adoração pura também exige imparcialidade ao se lidar tanto com gente rica como com gente pobre. Alguns professos cristãos estavam fazendo decisões iníquas, por mostrar favoritismo aos ricos, fazendo assim distinções de classes. Que nunca nos tornemos culpados de tal parcialidade impiedosa! — Tiago 2:1-4.
Certamente, os cristãos precisam admitir que, como classe, os ricos têm blasfemado o nome de Cristo por perseguir os seguidores dele. Portanto, em vez de pecarmos, por termos distinções de classes e mostrarmos favoritismo aos ricos, devemos acatar a “lei régia”, por mostrarmos amor a todos os nossos semelhantes. Como podemos esperar usufruir a misericórdia de Deus, se não formos misericordiosos e amorosos para com os pobres? Deveras, as distinções de classes dentro da congregação não se harmonizariam com a adoração pura. — Tiago 2:5-13; Mateus 22:39; Atos 10:34, 35.
IV. COMO PODEMOS PROVAR QUE TEMOS FÉ?
O apóstolo Paulo indicou que as pessoas são declaradas justas por Deus, não por meio de obras da Lei mosaica, mas mediante a fé em Jesus Cristo. (Romanos 3:19-28) Tiago concordava com isso, mas salientou que nossa fé precisa provar que está viva por meio das obras piedosas que ela nos motiva a produzir. A fé que não nos induz a produzir boas obras não é genuína e não produzirá a nossa salvação. Para ilustrar: Se um outro irmão não tiver roupa suficiente e lhe faltar alimento, apenas palavras não o ajudarão; precisa haver uma ajuda tangível. Até os demônios crêem que há um só Deus, mas eles não realizam nenhuma obra boa. De modo que a professa fé sem o apoio de boas obras é inativa, sendo ineficaz para conduzir-nos à salvação.
Abraão, o “pai” de todos os que têm verdadeira fé, demonstrou sua fé por meio de obras, quando ofereceu Isaque. Raabe também tinha fé ativa, pois foi “declarada justa pelas obras”, por proteger os espiões israelitas. Portanto, ao passo que a mera fé professa é tão inanimada quanto um cadáver, por nos empenharmos em obras cristãs corretamente motivadas, provamos que possuímos genuína fé viva. — Tiago 2:14-26.
V. POR QUE CONTROLAR A LÍNGUA?
A adoração pura e ativa também exige ação definida no controle da língua. Em primeiro lugar, todos os cristãos — e especialmente os instrutores na congregação — precisam evitar expressar conceitos errôneos. Tiago indicou que assim como cavalos podem ser controlados por freios, nós podemos controlar o restante do nosso corpo, inclinado para o pecado, se refrearmos a língua. Ora, até mesmo um grande navio pode ser manipulado por um pequeno leme! Mas, se deixarmos de controlar a língua, esta causará grande devastação, assim como um violento incêndio. Por meio de calúnia, falso testemunho, deturpação e coisas assim, a língua desenfreada também “mancha” o corpo todo, maculando o inteiro ser daquele que profere tais coisas. Ademais, a língua incontrolada pode incendiar o inteiro proceder da vida e ser tão destrutivo quanto a Geena. — Tiago 3:1-6.
Naturalmente, o controle da língua exige grande esforço. Embora o homem pecaminoso tenha domado todo o tipo de animais, ele não tem sido capaz de obter o perfeito controle sobre a língua. Mas, precisamos empenhar-nos em refrear a língua. Visto que a língua incontrolada pode fazer observações abusivas e caluniosas, pode desencaminhar por meio de ensino falso, e assim por diante, é uma coisa prejudicial, cheia de veneno mortífero. E imagine só quão impróprio seria fazer mau uso da língua — criada primariamente para louvar a Deus — por invocar o mal sobre os humanos que ele criou! Isso seria tão incoerente quanto tirar tanto água doce como água amarga da mesma fonte, ou azeitonas duma figueira. — Tiago 3:7-12.
VI. QUEM É REALMENTE SÁBIO?
A verdadeira sabedoria é necessária da parte de todos os cristãos, e especialmente dos instrutores de outros que se empenham pela adoração pura. A pessoa realmente sábia mostra o devido temor de Deus e é mansa. De fato, para se servir de modo aceitável qual instrutor, o homem precisa ser meigo, não rude, orgulhoso e opinioso. Além disso, o ciúme e a contenda não são próprios dum instrutor cristão ou de qualquer outro seguidor de Cristo. Antes, a sabedoria daqueles que possuem tais características impiedosas é animalesca, e até mesmo demoníaca. — Tiago 3:13-16.
A sabedoria celestial é casta, pacífica, razoável e “pronta para obedecer”. Por exemplo, o instrutor cristão razoável não faz meras asserções. E, entre outras coisas, a sabedoria celestial é cheia de “bons frutos”, que incluem todas as ações que se harmonizam com a bondade, a justiça e a verdade. Naturalmente, para que a justiça floresça, precisa haver paz. Os instrutores e outros na congregação que promovem a paz mostram que realmente são sábios. — Tiago 3:17, 18.
VII. COMO PODEMOS EVITAR LUTAS?
A paz dos co-adoradores de Tiago estava sendo rompida porque alguns entre eles eram culpados de coisas tais como mostrar favoritismo, julgar impropriamente outros e entregar-se ao ciúme. Isso resultou em lutas na congregação. E qual era a causa dessa luta? Ora, insatisfeitos desejos ardentes de gratificação sensual! Tais desejos errados levaram a extrema cobiça e a um espírito de ódio e assassínio. — Tiago 4:1-3.
Para prevenir lutas na congregação, precisamos evitar a amizade com o mundo, o que constituiria adultério espiritual. Isso exige evitar a atitude, os alvos, os métodos e as ações do mundo das pessoas apartadas de Deus. Embora a tendência de invejar promova lutas e exerça grande pressão sobre os humanos pecaminosos, pode ser neutralizada por meio do espírito de Deus, certamente uma expressão de Sua benignidade imerecida. Essa ajuda está à disposição dos servos humildes de Deus que oram persistentemente em busca de Sua ajuda e lhe obedecem. Conseguem ter êxito em se opor ao Diabo. Naturalmente, quaisquer professos cristãos que tiverem manifestado uma atitude errada devem achegar-se a Deus em oração, humilhar-se diante dele e desistir de falar contra os irmãos ou de julgá-los injustamente. Quão impróprio é que humanos pecaminosos julguem seus semelhantes, quando é Deus o Supremo Legislador e Juiz! — Tiago 4:4-12.
Evitar a jactanciosa autoconfiança também contribuirá para a paz na congregação. Visto que a vida no atual sistema é como uma bruma que desaparece, seríamos tolos se concentrássemos nela e nos jactássemos do que planejamos fazer. Antes, devíamos, pelo menos no nosso coração, dizer: “Se Yehowah quiser.” Afinal de contas, não podemos realizar nada duradouro sem o favor e a ajuda dele, e ele realmente exige humildade e que o reconheçamos como a fonte da vida e de todas as boas coisas. Devemos agir em harmonia com esse conhecimento, pois fazer diferente significa pecar. — Tiago 4:13-17.
VIII. POR QUE EXERCER PACIÊNCIA?
Entre outras coisas, Tiago enfatizou a seguir a necessidade de se exercer paciência. Provavelmente, havia nas congregações algumas pessoas ricas que se davam conta, assim como ele, de que a riqueza material não tem nenhum valor quando comparada com as riquezas espirituais que os cristãos possuem. Entretanto, como classe, os ricos oprimiam os pobres e se opunham aos justos. Tiago indicou que precisamos suportar essas e outras dificuldades com paciência, até que o julgamento sobrevenha aos opressores durante a “presença do Senhor” Jesus Cristo. Precisamos ser como o lavrador que aguarda pacientemente a colheita. Se ficássemos impacientes e deixássemos de perseverar fielmente, perderíamos o alívio e as bênçãos produzidos durante a presença do Senhor. — Tiago 5:1-8.
Quais adoradores verdadeiros, precisamos ser também pacientes com nossos companheiros de crença, não ficando aborrecidos com eles, murmurando impropriamente ou suspirando profundamente contra eles, num espírito de grande dessatisfação. Tiago salientou a seguir que os profetas de Yehowah fornecem um exemplo em sofrer o mal e exercer paciência. Como o antigo Jó, podemos derivar consolo do fato de que sentiremos a grande compaixão e misericórdia de Deus se perseverarmos pacientemente, com o coração puro firmemente fixado em Deus. — Tiago 5:9-11.
IX. QUÃO EFICAZ É A ORAÇÃO?
Depois de admoestar os companheiros cristãos a não fazerem juramentos indiscriminada e frivolamente, Tiago os exortou a fazer uso da oração. A oração é especialmente importante se alguém padece de fraqueza ou doença espiritual. Nesse caso, seria apropriado chamar os anciãos da congregação, que poderão transmitir consoladores lembretes bíblicos que são como óleo calmante. Esses anciãos orarão a favor da pessoa que necessita de ajuda, e tal “oração de fé” será eficaz. Deus perdoará os pecados que a pessoa humilde e arrependida pode ter cometido, e a restabelecerá à saúde espiritual. O fato de que as orações de Elias foram respondidas prova que “a súplica do justo . . . tem muita força”. — Tiago 5:12-18.
Que dizer se um cristão se desviar da vereda da verdade? As pessoas espiritualmente habilitadas devem procurar ajudá-lo por meio de oração sincera e diligente aplicação da Palavra de Deus. Se assim o errante “voltar do erro do seu caminho”, sua alma — o próprio pecador — será salva da condenação e da morte eterna. A pessoa que o repreendeu empenhou-se assim para que os pecados do errante fossem cobertos, ou perdoados. — Tiago 5:19, 20.
X. PROSSIGA AVANÇANDO NA ADORAÇÃO PURA
Como observamos, a carta de Tiago responde oportunamente diversas perguntas vitais. Mas, como encararemos pessoalmente esse conselho divinamente inspirado, da parte dum experiente homem idoso? É franco e espiritualmente sadio. Portanto, será que o seguiremos?
Se aplicarmos sinceramente o conselho de Tiago, isso nos ajudará a suportar provações, a praticar a verdadeira religião, a evitar mostrar favoritismo, e a provar por meio de boas obras que temos genuína fé viva. Além disso, nos ajudará a controlar a língua, a agir com sabedoria celestial, a evitar lutas na congregação e a exercer paciência como servos de Deus humildes e que fazem uso da oração. Em suma, por seguirmos o conselho de Tiago, estaremos melhor habilitados a honrar o nosso amoroso Pai celestial, por prosseguirmos avançando na adoração pura e ativa.
Segundo a orientação de Deus, Tiago deu instruções salutares que são tão práticas hoje como o foram no primeiro século. Por raciocinarmos no seu conselho inspirado, podemos obter as respostas de algumas perguntas importantes. E as suas palavras devem incentivar-nos à adoração pura e ativa.
I. COMO DEVEMOS ENCARAR AS PROVAÇÕES?
Tiago escreveu às “doze tribos” do Israel espiritual espalhadas por todo o então conhecido mundo. (Gálatas 6:16) Ele exortou seus companheiros de adoração a encarar as provações com alegria, porque nós as suportarmos com fé resultará em duradoura felicidade. Devemos pedir confiantemente a Deus sabedoria para vivermos dum modo que o agrade, especialmente quando nos confrontamos com provações. Os seguidores ungidos de Jesus, que suportam fielmente provações, receberão a “coroa da vida”, a imortalidade no céu. A perseverança fiel da parte da “grande multidão” resultará em vida eterna num Paraíso terrestre. — Tiago 1:1-12; Lucas 23:43.
Quando passamos provações, não devemos concluir que Deus nos está tentando induzir a pecar, pois ele não faz isso. Antes, é o desejo errado dentro de nós que serve de induzimento ao pecado. Yehowah não é a fonte do mal, mas de tudo o que é bom, incluindo a maravilhosa dádiva do nascimento espiritual. — Tiago 1:13-18; Efésios 1:13, 14.
II. O QUE É RELIGIÃO VERDADEIRA?
Para sermos praticantes da religião verdadeira, precisamos ser rápidos em corresponder à palavra de Deus com obediência. Precisamos também ser vagarosos quanto a expressar ira e nos livrar de tudo o que Deus considera imundo. Removermos a maldade do coração e da mente permitirá que a palavra da verdade floresça ali, e não podemos ser meros ouvintes da palavra, mas também cumpridores dela, deixando que as Escrituras sejam realmente o nosso guia. Pondere o seguinte: Um homem, depois de olhar seu rosto no espelho, sai e esquece que sorte de pessoa ele é. Entretanto, para adorarmos a Deus de modo aceitável, não podemos ser ouvintes esquecediços. Antes, precisamos pesquisar a “lei perfeita”, aceitando tudo o que é exigido dos cristãos, e agir concordemente. — Tiago 1:19-25.
Se Deus há de nos encarar como adoradores verdadeiros, precisamos também controlar a língua, refreando-a de caluniar, difamar, e fazer coisas assim. Além disso, do ponto de vista do Criador, a adoração que é “pura” (limpa, santa) e “imaculada” (não manchada pela maldade) inclui preocupação ativa com os necessitados. Requer-se também que ‘nos mantenhamos sem mancha do mundo’ dos humanos que não servem a Deus. Não podemos agradar ao Pai enquanto fazemos as coisas injustas que o mundo pratica. Naturalmente, Tiago não alistou todos os requisitos da adoração verdadeira. Mas, mostrou que o serviço genuíno a Deus é puro e ativo. — Tiago 1:26, 27.
III. HÁ ALGO DE ERRADO COM AS DISTINÇÕES DE CLASSES?
Tiago mostrou que a adoração pura também exige imparcialidade ao se lidar tanto com gente rica como com gente pobre. Alguns professos cristãos estavam fazendo decisões iníquas, por mostrar favoritismo aos ricos, fazendo assim distinções de classes. Que nunca nos tornemos culpados de tal parcialidade impiedosa! — Tiago 2:1-4.
Certamente, os cristãos precisam admitir que, como classe, os ricos têm blasfemado o nome de Cristo por perseguir os seguidores dele. Portanto, em vez de pecarmos, por termos distinções de classes e mostrarmos favoritismo aos ricos, devemos acatar a “lei régia”, por mostrarmos amor a todos os nossos semelhantes. Como podemos esperar usufruir a misericórdia de Deus, se não formos misericordiosos e amorosos para com os pobres? Deveras, as distinções de classes dentro da congregação não se harmonizariam com a adoração pura. — Tiago 2:5-13; Mateus 22:39; Atos 10:34, 35.
IV. COMO PODEMOS PROVAR QUE TEMOS FÉ?
O apóstolo Paulo indicou que as pessoas são declaradas justas por Deus, não por meio de obras da Lei mosaica, mas mediante a fé em Jesus Cristo. (Romanos 3:19-28) Tiago concordava com isso, mas salientou que nossa fé precisa provar que está viva por meio das obras piedosas que ela nos motiva a produzir. A fé que não nos induz a produzir boas obras não é genuína e não produzirá a nossa salvação. Para ilustrar: Se um outro irmão não tiver roupa suficiente e lhe faltar alimento, apenas palavras não o ajudarão; precisa haver uma ajuda tangível. Até os demônios crêem que há um só Deus, mas eles não realizam nenhuma obra boa. De modo que a professa fé sem o apoio de boas obras é inativa, sendo ineficaz para conduzir-nos à salvação.
Abraão, o “pai” de todos os que têm verdadeira fé, demonstrou sua fé por meio de obras, quando ofereceu Isaque. Raabe também tinha fé ativa, pois foi “declarada justa pelas obras”, por proteger os espiões israelitas. Portanto, ao passo que a mera fé professa é tão inanimada quanto um cadáver, por nos empenharmos em obras cristãs corretamente motivadas, provamos que possuímos genuína fé viva. — Tiago 2:14-26.
V. POR QUE CONTROLAR A LÍNGUA?
A adoração pura e ativa também exige ação definida no controle da língua. Em primeiro lugar, todos os cristãos — e especialmente os instrutores na congregação — precisam evitar expressar conceitos errôneos. Tiago indicou que assim como cavalos podem ser controlados por freios, nós podemos controlar o restante do nosso corpo, inclinado para o pecado, se refrearmos a língua. Ora, até mesmo um grande navio pode ser manipulado por um pequeno leme! Mas, se deixarmos de controlar a língua, esta causará grande devastação, assim como um violento incêndio. Por meio de calúnia, falso testemunho, deturpação e coisas assim, a língua desenfreada também “mancha” o corpo todo, maculando o inteiro ser daquele que profere tais coisas. Ademais, a língua incontrolada pode incendiar o inteiro proceder da vida e ser tão destrutivo quanto a Geena. — Tiago 3:1-6.
Naturalmente, o controle da língua exige grande esforço. Embora o homem pecaminoso tenha domado todo o tipo de animais, ele não tem sido capaz de obter o perfeito controle sobre a língua. Mas, precisamos empenhar-nos em refrear a língua. Visto que a língua incontrolada pode fazer observações abusivas e caluniosas, pode desencaminhar por meio de ensino falso, e assim por diante, é uma coisa prejudicial, cheia de veneno mortífero. E imagine só quão impróprio seria fazer mau uso da língua — criada primariamente para louvar a Deus — por invocar o mal sobre os humanos que ele criou! Isso seria tão incoerente quanto tirar tanto água doce como água amarga da mesma fonte, ou azeitonas duma figueira. — Tiago 3:7-12.
VI. QUEM É REALMENTE SÁBIO?
A verdadeira sabedoria é necessária da parte de todos os cristãos, e especialmente dos instrutores de outros que se empenham pela adoração pura. A pessoa realmente sábia mostra o devido temor de Deus e é mansa. De fato, para se servir de modo aceitável qual instrutor, o homem precisa ser meigo, não rude, orgulhoso e opinioso. Além disso, o ciúme e a contenda não são próprios dum instrutor cristão ou de qualquer outro seguidor de Cristo. Antes, a sabedoria daqueles que possuem tais características impiedosas é animalesca, e até mesmo demoníaca. — Tiago 3:13-16.
A sabedoria celestial é casta, pacífica, razoável e “pronta para obedecer”. Por exemplo, o instrutor cristão razoável não faz meras asserções. E, entre outras coisas, a sabedoria celestial é cheia de “bons frutos”, que incluem todas as ações que se harmonizam com a bondade, a justiça e a verdade. Naturalmente, para que a justiça floresça, precisa haver paz. Os instrutores e outros na congregação que promovem a paz mostram que realmente são sábios. — Tiago 3:17, 18.
VII. COMO PODEMOS EVITAR LUTAS?
A paz dos co-adoradores de Tiago estava sendo rompida porque alguns entre eles eram culpados de coisas tais como mostrar favoritismo, julgar impropriamente outros e entregar-se ao ciúme. Isso resultou em lutas na congregação. E qual era a causa dessa luta? Ora, insatisfeitos desejos ardentes de gratificação sensual! Tais desejos errados levaram a extrema cobiça e a um espírito de ódio e assassínio. — Tiago 4:1-3.
Para prevenir lutas na congregação, precisamos evitar a amizade com o mundo, o que constituiria adultério espiritual. Isso exige evitar a atitude, os alvos, os métodos e as ações do mundo das pessoas apartadas de Deus. Embora a tendência de invejar promova lutas e exerça grande pressão sobre os humanos pecaminosos, pode ser neutralizada por meio do espírito de Deus, certamente uma expressão de Sua benignidade imerecida. Essa ajuda está à disposição dos servos humildes de Deus que oram persistentemente em busca de Sua ajuda e lhe obedecem. Conseguem ter êxito em se opor ao Diabo. Naturalmente, quaisquer professos cristãos que tiverem manifestado uma atitude errada devem achegar-se a Deus em oração, humilhar-se diante dele e desistir de falar contra os irmãos ou de julgá-los injustamente. Quão impróprio é que humanos pecaminosos julguem seus semelhantes, quando é Deus o Supremo Legislador e Juiz! — Tiago 4:4-12.
Evitar a jactanciosa autoconfiança também contribuirá para a paz na congregação. Visto que a vida no atual sistema é como uma bruma que desaparece, seríamos tolos se concentrássemos nela e nos jactássemos do que planejamos fazer. Antes, devíamos, pelo menos no nosso coração, dizer: “Se Yehowah quiser.” Afinal de contas, não podemos realizar nada duradouro sem o favor e a ajuda dele, e ele realmente exige humildade e que o reconheçamos como a fonte da vida e de todas as boas coisas. Devemos agir em harmonia com esse conhecimento, pois fazer diferente significa pecar. — Tiago 4:13-17.
VIII. POR QUE EXERCER PACIÊNCIA?
Entre outras coisas, Tiago enfatizou a seguir a necessidade de se exercer paciência. Provavelmente, havia nas congregações algumas pessoas ricas que se davam conta, assim como ele, de que a riqueza material não tem nenhum valor quando comparada com as riquezas espirituais que os cristãos possuem. Entretanto, como classe, os ricos oprimiam os pobres e se opunham aos justos. Tiago indicou que precisamos suportar essas e outras dificuldades com paciência, até que o julgamento sobrevenha aos opressores durante a “presença do Senhor” Jesus Cristo. Precisamos ser como o lavrador que aguarda pacientemente a colheita. Se ficássemos impacientes e deixássemos de perseverar fielmente, perderíamos o alívio e as bênçãos produzidos durante a presença do Senhor. — Tiago 5:1-8.
Quais adoradores verdadeiros, precisamos ser também pacientes com nossos companheiros de crença, não ficando aborrecidos com eles, murmurando impropriamente ou suspirando profundamente contra eles, num espírito de grande dessatisfação. Tiago salientou a seguir que os profetas de Yehowah fornecem um exemplo em sofrer o mal e exercer paciência. Como o antigo Jó, podemos derivar consolo do fato de que sentiremos a grande compaixão e misericórdia de Deus se perseverarmos pacientemente, com o coração puro firmemente fixado em Deus. — Tiago 5:9-11.
IX. QUÃO EFICAZ É A ORAÇÃO?
Depois de admoestar os companheiros cristãos a não fazerem juramentos indiscriminada e frivolamente, Tiago os exortou a fazer uso da oração. A oração é especialmente importante se alguém padece de fraqueza ou doença espiritual. Nesse caso, seria apropriado chamar os anciãos da congregação, que poderão transmitir consoladores lembretes bíblicos que são como óleo calmante. Esses anciãos orarão a favor da pessoa que necessita de ajuda, e tal “oração de fé” será eficaz. Deus perdoará os pecados que a pessoa humilde e arrependida pode ter cometido, e a restabelecerá à saúde espiritual. O fato de que as orações de Elias foram respondidas prova que “a súplica do justo . . . tem muita força”. — Tiago 5:12-18.
Que dizer se um cristão se desviar da vereda da verdade? As pessoas espiritualmente habilitadas devem procurar ajudá-lo por meio de oração sincera e diligente aplicação da Palavra de Deus. Se assim o errante “voltar do erro do seu caminho”, sua alma — o próprio pecador — será salva da condenação e da morte eterna. A pessoa que o repreendeu empenhou-se assim para que os pecados do errante fossem cobertos, ou perdoados. — Tiago 5:19, 20.
X. PROSSIGA AVANÇANDO NA ADORAÇÃO PURA
Como observamos, a carta de Tiago responde oportunamente diversas perguntas vitais. Mas, como encararemos pessoalmente esse conselho divinamente inspirado, da parte dum experiente homem idoso? É franco e espiritualmente sadio. Portanto, será que o seguiremos?
Se aplicarmos sinceramente o conselho de Tiago, isso nos ajudará a suportar provações, a praticar a verdadeira religião, a evitar mostrar favoritismo, e a provar por meio de boas obras que temos genuína fé viva. Além disso, nos ajudará a controlar a língua, a agir com sabedoria celestial, a evitar lutas na congregação e a exercer paciência como servos de Deus humildes e que fazem uso da oração. Em suma, por seguirmos o conselho de Tiago, estaremos melhor habilitados a honrar o nosso amoroso Pai celestial, por prosseguirmos avançando na adoração pura e ativa.