Comentário Bíblico Online: Judas 1:12, 13
Continuando a dar alertas, Judas disse, usando comparações:
“Estes são os rochedos ocultos sob a água, nos vossos ágapes, banqueteando-se convosco, pastores que se apascentam a si mesmos sem temor; nuvens sem água, levadas pelos ventos; árvores no fim do outono, mas infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas; ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias causas para vergonha; estrelas sem rumo fixo, para as quais está reservado para sempre o negrume da escuridão.” (Judas 12, 13)
I. Depois de mencionar os exemplos extraídos das Escrituras Hebraicas, Judas passa a fazer algumas comparações, mostrando qual era o real desejo destes homens ímpios, ao entrarem na congregação. Podemos dividir estas comparações em pelo menos 6 coisas:
1. Rochedos.
a. Ocultos sob a água.
2. Pastores.
a. Que se apascentam a si mesmos.
b. Sem temor.
3. Nuvens.
a. Sem água.
b. Levadas pelos ventos.
4. Árvores.
a. No fim do outono.
b. Infrutíferas.
c. Duas vezes mortas.
d. Desarraigada.
5. Ondas
a. Bravias.
b. Que espumam suas próprias causas para vergonha.
6. Estrelas.
a. Sem rumo fixo.
b. Para as quais está reservado para sempre o negrume da escuridão.
II. “Rochedos ocultos sob a água” (Gr.: spilades TDNT 4694) – Esta expressão ocorre apenas aqui dentro das Escrituras Gregas Cristãs. Thayer’s Greek-English Lexicon of the New Testament a define como algo aplicado “metaforicamente aos homens que pela sua conduta, prejudica outros moralmente, causando-lhes naufrágio, por assim dizer.” O Erudito Albert Barnes diz em seu comentário de Judas:
A palavra usada por Pedro, no entanto, não é exatamente a mesma que a utilizada aqui. Pedro usa a palavra, spiloi (NT: 4696); Judas, spilades (NT: 4694). A palavra usada por Jude significa, propriamente, "uma rocha" perto ou no mar, um precipício, etc. Pode ser uma rocha no mar, contra a qual os navios podem ser destruído, ou uma pedra escondida "dentro" do mar , no qual eles podem ser presos em um momento inesperado. Veja Hesyehius e Pólux, como citado por Wetstein ", em loc." A idéia aqui parece ser, não que eles eram "pintas e manchas" em suas festas sagradas, mas que eles eram como pedras escondidas para o marinheiro. Como essas rochas foram a causa do naufrágio, de forma que estes falsos mestres causavam naufrágio da fé. Eles eram tão perigosos na igreja como pedras escondidas estão no oceano.
A Commentary on the Old and New Testaments de Robert Jamieson, A. R. Fausset and David Brown diz:
Grego ", spiloi", mas aqui o grego é spilades, que em outros lugares, nos escritos seculares, significa rochas, ou seja, em que as festas cristãos do amor estavam em perigo de naufrágio. O mais antigo manuscrito coloca enfaticamente o artigo, "as pedras." A referência a "nuvens ... ventos ... ondas do mar ", concorda com essa imagem de rochas.
Word Pictures in the New Testament comenta:
Uma palavra arcaica para "rochas" no mar (cobertas pelas águas), como em Homer, apenas aqui no NT. 2Pe 2:13 temos spiloi.
III. Esses homens fingiam sentir amor pelos crentes e, portanto, eram semelhantes a pontudos rochedos submarinos que poderiam rasgar a carne de nadadores e matá-los, ou afundar navios. Eles escondiam suas reais motivações, quando seduziam os cristãos a apoiarem suas idéias. Paulo mencionam alguns irmãos que ‘sofreram naufrágio no que diz respeito a sua fé”. Tendo isso em mente, devemos ter cuidado, a fim de resistir a todos os que querem desviar-se dos ensinos de Deus, sabendo que estes não tem nenhum desejo sincero de servir aos irmãos, mas sim, desejam secretamente apenas nos desviar, a fim de seguirmos a eles mesmos. A menos que nós cristãos continuemos a ‘travar uma luta árdua pela fé’, tais instrutores enganosos podem levar indivíduos instáveis a um “naufrágio no que se refere à sua fé”. — 1 Timóteo 1:19.
IV. “Nos vossos ágapes” (Gr.: en tais agapais humôn) – Este homens iníquos, escondendo suas reais motivações iníquas, usavam a oportunidade das festas chamadas de “ágapes”.[1] Comentando sobre estas festas e como aqueles cristãos apóstatas a usavam para disseminar suas idéias erronias, Webster F. Blizzar, nos diz o seguinte:
“Judas advertiu concrentes dos ‘rochedos ocultos sob a água em seus ágapes’. (Judas 12) Simulando amor pelos crentes, tais apóstatas eram como pontiagudos rochedos submersos que poderiam naufragar navios ou rasgar e matar nadadores. Os ágapes (festas de amor) talvez fossem banquetes aos quais cristãos materialmente prósperos convidavam concrentes pobres. Crisóstomo (347?—407 EC.), Pai da Igreja, disse: “Todos eles se reuniam numa festa comum: os ricos levavam as provisões, e os pobres, que não tinham nada, eram convidados, e todos se banqueteavam juntos.” Qualquer que fosse a natureza dos primitivos ágapes, a advertência de Judas ajudou os fiéis a se acautelarem contra os apóstatas ‘rochedos ocultos’ que podiam provocar a morte espiritual. Embora os cristãos não tenham recebido a ordem de realizar ágapes, e eles não sejam realizados hoje, o povo de Deus realmente ajuda uns aos outros em sentido material em tempos de necessidade e deveras desfruta de agradável companheirismo.”
V. “ágapes” – (Gr.: agapais TDNT) Tais “homens ímpios” frequentavam os “ágapes” dos cristãos. Tais ocasiões talvez fossem banquetes aos quais cristãos materialmente prósperos convidavam co-crentes pobres. Os prospectivos aviltadores da carne, porém, compareciam com intuito torpe. (Veja 2 Pedro 2:13.) Similarmente, existem alguns hoje que tentam transformar acontecimentos sociais entre os cristãos em ocasiões para comer e beber em excesso e para canções e danças mundanas. Que os fiéis cristãos jamais permitam que isso ocorra em suas reuniões sociais.
VI. “Pastores que se apascentam a si mesmos sem temor” (Gr.: aphobos heautous poimainontes) – Ou “Eles cuidam apenas de si mesmos” (GNB) “Eles são pastores que se importam apenas consigo mesmos” (GW) Os ímpios falsos instrutores eram também semelhantes a pastores que tosquiavam e sacrificavam o rebanho para vestir e alimentar a si mesmos. Eles tentavam levar os instáveis a um proceder de inconstância e não os nutriam com o correto alimento espiritual. (Veja Ezequiel 34:7-10.) Eles não pensavam nem um pouco no rebanho de Yehowah. Tudo que eles queriam e explorar as ovelhinhas do Senhor para seu próprio benefício! (Sal 78:29-31; Isa 56:10-12; Eze 34:18; Luc 12:19, 20, 12:45, 16:19; 21:34; Fil 3:19; 1Tess 5:6, 1Tess 5:7; Tg 5:5) Quão lamentável é olhar para as Igrejas da Cristandade e ver que isso hoje não mais exceção mas sim regra, visto que todos os seus líderes imundos usam as Escrituras e a fé pura e inocente do povo para seus próprios desejos egoístas! Estes não se dão conta de que quão certo será o julgamento de Deus sobre eles.
VII. Uns dos motivos deles não desempenharem seus papeis como pastores das ovelhas de Yehowah, é que eles não tinham o devido temor para com Deus. Como sabemos, é por temer a Deus que o homem se desvia do mal. (Jó 1:1) Mas, aqueles falsos instrutores não tinha temor nem para com os gloriosos da congregação, nem mesmo para com o Supremo Deus. A partir do ponto de que não há temos, eles passaram a fazer e a falar tudo que suas inclinações iníquas e egoístas lhe ordenassem que fizessem.
Lições Práticas – Isso também serve de exemplo a todos os pastores e instrutores da congregação de Deus. Que nunca haja em nós qualquer desejo impróprio de se destacar, se apascentar, à custa de nossos amados irmãos que merecem tanto nossa atenção e cuidado. Sejamos bons exemplos de pastores leias, que pelo temor divino, estão dispostos até mesmo a entregar a suas vidas em benefícios das ovelhas de Yehowah. Quão vital é que os cristãos leais rejeitem os conceitos de quaisquer desses falsos instrutores hoje!
VIII. “Nuvens sem água levadas pelos ventos” – (Gr.: nefelai anudroi upo anemon) Os falsos instrutores dos dias de Judas eram também semelhantes a nuvens enganosas que prometiam a muito necessitada chuva, mas que realmente eram sem água e levadas pelos ventos. Tais homens eram levados pelos ventos do erro e, em virtude de serem semelhantes a “nuvens sem água”, eram vazios e inaproveitáveis. Que os cristãos hoje se acautelem contra todos esses presunçosos instrutores falsos.
Adam Clarks’ Commentary on the Whole Bible, nos diz nesta questão::
A doutrina de Deus é comparada com a chuva, Deu 32:2, e as nuvens são os instrumentos através dos quais a chuva é destilada sobre a terra. Em países áridos ou ressecados a mesma aparência de uma nuvem é maravilhoso, porque é um símbolo de chuvas refrescantes, mas quando surgem ventos súbitos, e dispersar as nuvens, a esperança do agricultor e pastor é cortada. Estes falsos mestres são representados como nuvens, pois eles têm a forma e o ofício dos professores da justiça nas aparências, como doutrina pura podem ser naturalmente esperado, mas estes são nuvens sem água - eles não destilam chuva refrescante, porque eles não têm nenhuma, pois eles são levados parlá e para cá pelas suas paixões, como as nuvens são levadas pelos ventos.
IX. “Arvores” – (Gr.: dendra) Em muitos lugares das Escrituras Sagradas os seres-humanos são comparados a arvores. – Cf. Sl. 1:3.
X. “No fim do outono” – (Gr.: phthinoporina) Não tendo os frutos do Espírito Santo de Deus, tais homens vis eram também como árvores sem frutos no outono, no fim da estação frutífera. Justamente na época que se espera que as árvores deem seus frutos, por causa das chuvas outonais, tão aguardadas pelos israelitas, não havia nada, pelo contrario, estas árvores tinham três péssimas características (1) Infrutíferas (2) Duas vezes mortas (3) Desarraigadas. Interessante que a Bíblia menciona “a chuva outonal [temporã ou anterior] e a chuva primaveril [serôdia ou posterior]”, prometidas por Deus como bênção para os israelitas fiéis. (De 11:14 n.; Je 5:24; Jl 2:23, 24) O lavrador aguardava pacientemente as chuvas destes períodos entre o verão e o inverno. (Tg 5:7; compare isso com Jó 29:23.) A chuva temporã ou outonal (que começava por volta de meados de outubro) era ansiosamente aguardada para aliviar o calor e a secura do verão. Ela era necessária antes de se poder começar a plantar, porque a chuva amolecia o solo e permitia ao lavrador arar a sua terra. (Ot-1 p. 501) Sendo que no contexto, mencionado por Judas, essa árvores no fim do outono não tinham trazido nenhuma alegria, porque uma das características mencionadas a cima era que eles se assemelhavam a “nuvens sem água, levadas pelos ventos”, trazendo decepção, tristeza e sofrimento para aqueles que aguardavam coisas melhores.
XI. “Infrutíferas” – (Gr.: akarpa) Pelo fato de não se ter caído as tão esperadas chuvas outonais, estas árvores figurativas era “infrutíferas”. Isso causa, normalmente, desapontamento aos que tanto esperavam uma colheita. Da mesma forma, estes líderes iníquos não tinham nada a oferecer de verdade aos homens dentro da congregação de Deus. Eles causavam desapontamento, porque deles se esperava bons frutos, no entanto, não tinham nada de bom a oferecer aos cristãos sinceros.
XII. “Duas vezes mortas” – (Gr.: dis apothanonta) “completamente mortas”. (O Novo Testamento, Interconfessional) Tais homens se “introduziram sorrateiramente” na congregação por fingirem estar espiritualmente vivos depois de serem formalmente batizados em água. Mas, visto que não produziam frutos para a glória de Deus, devia-se dar a eles o mesmo tratamento dado às árvores infrutíferas na antiga Palestina. Elas eram desarraigadas e destruídas, de modo a fugir do imposto sobre árvores frutíferas. Terem sido “desarraigados” indicava claramente que tais instrutores apóstatas não arrependidos confrontavam-se com a destruição.
XIII. “Desarraigadas” – (Gr.: ekrizothenta) Visto que não produziam frutos para a glória de Deus, devia-se dar a eles o mesmo tratamento dado às árvores infrutíferas na antiga Palestina. Elas eram desarraigadas e destruídas, de modo a fugir do imposto sobre árvores frutíferas. Terem sido “desarraigados” indicava claramente que tais instrutores apóstatas não arrependidos confrontavam-se com a destruição.
XIV. “Ondas bravias do mar” – (Gr.: kumata agria thalasses) Judas usa agora uma comparação marítima. Ele diz que aqueles falsos instrutores eram como ondas bravias. Eram tão ‘bravios’ como as ondas turbulentas do mar que revolvem o lodo e as plantas marinhas. Comparativamente, tais homens irrequietos, animalescos, aparentemente eram espalhafatosos em fazer profissões de fé, mas as suas ações e os seus ensinos ímpios os identificavam quais malfeitores sórdidos, com motivos para se envergonharem. — Isaías 57:20, 21.
XV. “Estrelas sem rumo fixo” – (Gr.: asteres planetai) Agora vemos o uso de uma figura de linguagem astronômica. Visto que tais instrutores falsos não mantiveram um curso constante de justiça, eram semelhantes a “estrelas errantes”. (Versão Almeida) Naturalmente, a navegação guiada pelas estrelas seria impossível se estas fossem imprevisivelmente errantes. Concordemente, como estrelas sem “rumo fixo”, não se podia depender desses apóstatas para uma direção espiritual sadia. Para essas falsas luzes, Deus não ‘reservou’ nada a não ser o eterno “negrume da escuridão”, e isso significava a destruição eterna deles. Por muitas razões, sem dúvida, os fiéis cristãos rejeitam completamente os instrutores falsos e suas doutrinas.
O erudito bíblico Albert Barnes comenta neste versículo:
A palavra traduzida "errante" - πλανηται planetai - é que a partir da qual podemos ter derivado da palavra "planeta". Ela corretamente significa aquele que vagueia; um andarilho, e foi dado pelos antigos aos planetas, porque eles pareciam vaguear sobre os céus , agora para a frente e para trás entre as estrelas do éter, sem qualquer lei fixa. - Plínio, Nat. Hist. ii. 6.
O sentido parece ser, que o auxílio que podemos derivar das estrelas, como na navegação, está no fato de que são regulares em seus lugares e movimentos, e, portanto, o marinheiro pode determinar sua posição. Se eles não tinham lugares e movimentos regulares, eles seriam inúteis para o marinheiro.
Gill’s Expository commentary on the Whole Bible diz:
Eles são chamados "estrelas", porque eles tinham tal aparência, e brilhavam por algum tempo, na semelhança de luz, zelo, e calor, e na fama e reputação; e "errantes", não comparáveis aos planetas, que seguem o seu curso regular.
A Commentary on the Old and New Testaments de Robert Jamieson, A. R. Fausset and David Brown, comenta:
Meteoros de fogo, com um brilho estranho, e depois condenado a cair novamente para a escuridão das trevas.
Comentando sobre o sentido da expressão “estrelas sem rumo fixo”, a obra bíblica Vincent Word Studies comenta:
Possivelmente referindo-se a cometas, que brilham por um tempo e depois passam para a escuridão. "Eles não pertencem ao sistema: eles se dispersam de forma aleatória e sem lei, e deve finalmente ser separadas as luzes que governam, enquanto eles são governados" (Lumby).
________________
Notas
[1] Ver artigo: O que eram os ágapes?
“Estes são os rochedos ocultos sob a água, nos vossos ágapes, banqueteando-se convosco, pastores que se apascentam a si mesmos sem temor; nuvens sem água, levadas pelos ventos; árvores no fim do outono, mas infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas; ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias causas para vergonha; estrelas sem rumo fixo, para as quais está reservado para sempre o negrume da escuridão.” (Judas 12, 13)
I. Depois de mencionar os exemplos extraídos das Escrituras Hebraicas, Judas passa a fazer algumas comparações, mostrando qual era o real desejo destes homens ímpios, ao entrarem na congregação. Podemos dividir estas comparações em pelo menos 6 coisas:
1. Rochedos.
a. Ocultos sob a água.
2. Pastores.
a. Que se apascentam a si mesmos.
b. Sem temor.
3. Nuvens.
a. Sem água.
b. Levadas pelos ventos.
4. Árvores.
a. No fim do outono.
b. Infrutíferas.
c. Duas vezes mortas.
d. Desarraigada.
5. Ondas
a. Bravias.
b. Que espumam suas próprias causas para vergonha.
6. Estrelas.
a. Sem rumo fixo.
b. Para as quais está reservado para sempre o negrume da escuridão.
II. “Rochedos ocultos sob a água” (Gr.: spilades TDNT 4694) – Esta expressão ocorre apenas aqui dentro das Escrituras Gregas Cristãs. Thayer’s Greek-English Lexicon of the New Testament a define como algo aplicado “metaforicamente aos homens que pela sua conduta, prejudica outros moralmente, causando-lhes naufrágio, por assim dizer.” O Erudito Albert Barnes diz em seu comentário de Judas:
A palavra usada por Pedro, no entanto, não é exatamente a mesma que a utilizada aqui. Pedro usa a palavra, spiloi (NT: 4696); Judas, spilades (NT: 4694). A palavra usada por Jude significa, propriamente, "uma rocha" perto ou no mar, um precipício, etc. Pode ser uma rocha no mar, contra a qual os navios podem ser destruído, ou uma pedra escondida "dentro" do mar , no qual eles podem ser presos em um momento inesperado. Veja Hesyehius e Pólux, como citado por Wetstein ", em loc." A idéia aqui parece ser, não que eles eram "pintas e manchas" em suas festas sagradas, mas que eles eram como pedras escondidas para o marinheiro. Como essas rochas foram a causa do naufrágio, de forma que estes falsos mestres causavam naufrágio da fé. Eles eram tão perigosos na igreja como pedras escondidas estão no oceano.
A Commentary on the Old and New Testaments de Robert Jamieson, A. R. Fausset and David Brown diz:
Grego ", spiloi", mas aqui o grego é spilades, que em outros lugares, nos escritos seculares, significa rochas, ou seja, em que as festas cristãos do amor estavam em perigo de naufrágio. O mais antigo manuscrito coloca enfaticamente o artigo, "as pedras." A referência a "nuvens ... ventos ... ondas do mar ", concorda com essa imagem de rochas.
Word Pictures in the New Testament comenta:
Uma palavra arcaica para "rochas" no mar (cobertas pelas águas), como em Homer, apenas aqui no NT. 2Pe 2:13 temos spiloi.
III. Esses homens fingiam sentir amor pelos crentes e, portanto, eram semelhantes a pontudos rochedos submarinos que poderiam rasgar a carne de nadadores e matá-los, ou afundar navios. Eles escondiam suas reais motivações, quando seduziam os cristãos a apoiarem suas idéias. Paulo mencionam alguns irmãos que ‘sofreram naufrágio no que diz respeito a sua fé”. Tendo isso em mente, devemos ter cuidado, a fim de resistir a todos os que querem desviar-se dos ensinos de Deus, sabendo que estes não tem nenhum desejo sincero de servir aos irmãos, mas sim, desejam secretamente apenas nos desviar, a fim de seguirmos a eles mesmos. A menos que nós cristãos continuemos a ‘travar uma luta árdua pela fé’, tais instrutores enganosos podem levar indivíduos instáveis a um “naufrágio no que se refere à sua fé”. — 1 Timóteo 1:19.
IV. “Nos vossos ágapes” (Gr.: en tais agapais humôn) – Este homens iníquos, escondendo suas reais motivações iníquas, usavam a oportunidade das festas chamadas de “ágapes”.[1] Comentando sobre estas festas e como aqueles cristãos apóstatas a usavam para disseminar suas idéias erronias, Webster F. Blizzar, nos diz o seguinte:
“Judas advertiu concrentes dos ‘rochedos ocultos sob a água em seus ágapes’. (Judas 12) Simulando amor pelos crentes, tais apóstatas eram como pontiagudos rochedos submersos que poderiam naufragar navios ou rasgar e matar nadadores. Os ágapes (festas de amor) talvez fossem banquetes aos quais cristãos materialmente prósperos convidavam concrentes pobres. Crisóstomo (347?—407 EC.), Pai da Igreja, disse: “Todos eles se reuniam numa festa comum: os ricos levavam as provisões, e os pobres, que não tinham nada, eram convidados, e todos se banqueteavam juntos.” Qualquer que fosse a natureza dos primitivos ágapes, a advertência de Judas ajudou os fiéis a se acautelarem contra os apóstatas ‘rochedos ocultos’ que podiam provocar a morte espiritual. Embora os cristãos não tenham recebido a ordem de realizar ágapes, e eles não sejam realizados hoje, o povo de Deus realmente ajuda uns aos outros em sentido material em tempos de necessidade e deveras desfruta de agradável companheirismo.”
V. “ágapes” – (Gr.: agapais TDNT) Tais “homens ímpios” frequentavam os “ágapes” dos cristãos. Tais ocasiões talvez fossem banquetes aos quais cristãos materialmente prósperos convidavam co-crentes pobres. Os prospectivos aviltadores da carne, porém, compareciam com intuito torpe. (Veja 2 Pedro 2:13.) Similarmente, existem alguns hoje que tentam transformar acontecimentos sociais entre os cristãos em ocasiões para comer e beber em excesso e para canções e danças mundanas. Que os fiéis cristãos jamais permitam que isso ocorra em suas reuniões sociais.
VI. “Pastores que se apascentam a si mesmos sem temor” (Gr.: aphobos heautous poimainontes) – Ou “Eles cuidam apenas de si mesmos” (GNB) “Eles são pastores que se importam apenas consigo mesmos” (GW) Os ímpios falsos instrutores eram também semelhantes a pastores que tosquiavam e sacrificavam o rebanho para vestir e alimentar a si mesmos. Eles tentavam levar os instáveis a um proceder de inconstância e não os nutriam com o correto alimento espiritual. (Veja Ezequiel 34:7-10.) Eles não pensavam nem um pouco no rebanho de Yehowah. Tudo que eles queriam e explorar as ovelhinhas do Senhor para seu próprio benefício! (Sal 78:29-31; Isa 56:10-12; Eze 34:18; Luc 12:19, 20, 12:45, 16:19; 21:34; Fil 3:19; 1Tess 5:6, 1Tess 5:7; Tg 5:5) Quão lamentável é olhar para as Igrejas da Cristandade e ver que isso hoje não mais exceção mas sim regra, visto que todos os seus líderes imundos usam as Escrituras e a fé pura e inocente do povo para seus próprios desejos egoístas! Estes não se dão conta de que quão certo será o julgamento de Deus sobre eles.
VII. Uns dos motivos deles não desempenharem seus papeis como pastores das ovelhas de Yehowah, é que eles não tinham o devido temor para com Deus. Como sabemos, é por temer a Deus que o homem se desvia do mal. (Jó 1:1) Mas, aqueles falsos instrutores não tinha temor nem para com os gloriosos da congregação, nem mesmo para com o Supremo Deus. A partir do ponto de que não há temos, eles passaram a fazer e a falar tudo que suas inclinações iníquas e egoístas lhe ordenassem que fizessem.
Lições Práticas – Isso também serve de exemplo a todos os pastores e instrutores da congregação de Deus. Que nunca haja em nós qualquer desejo impróprio de se destacar, se apascentar, à custa de nossos amados irmãos que merecem tanto nossa atenção e cuidado. Sejamos bons exemplos de pastores leias, que pelo temor divino, estão dispostos até mesmo a entregar a suas vidas em benefícios das ovelhas de Yehowah. Quão vital é que os cristãos leais rejeitem os conceitos de quaisquer desses falsos instrutores hoje!
VIII. “Nuvens sem água levadas pelos ventos” – (Gr.: nefelai anudroi upo anemon) Os falsos instrutores dos dias de Judas eram também semelhantes a nuvens enganosas que prometiam a muito necessitada chuva, mas que realmente eram sem água e levadas pelos ventos. Tais homens eram levados pelos ventos do erro e, em virtude de serem semelhantes a “nuvens sem água”, eram vazios e inaproveitáveis. Que os cristãos hoje se acautelem contra todos esses presunçosos instrutores falsos.
Adam Clarks’ Commentary on the Whole Bible, nos diz nesta questão::
A doutrina de Deus é comparada com a chuva, Deu 32:2, e as nuvens são os instrumentos através dos quais a chuva é destilada sobre a terra. Em países áridos ou ressecados a mesma aparência de uma nuvem é maravilhoso, porque é um símbolo de chuvas refrescantes, mas quando surgem ventos súbitos, e dispersar as nuvens, a esperança do agricultor e pastor é cortada. Estes falsos mestres são representados como nuvens, pois eles têm a forma e o ofício dos professores da justiça nas aparências, como doutrina pura podem ser naturalmente esperado, mas estes são nuvens sem água - eles não destilam chuva refrescante, porque eles não têm nenhuma, pois eles são levados parlá e para cá pelas suas paixões, como as nuvens são levadas pelos ventos.
IX. “Arvores” – (Gr.: dendra) Em muitos lugares das Escrituras Sagradas os seres-humanos são comparados a arvores. – Cf. Sl. 1:3.
X. “No fim do outono” – (Gr.: phthinoporina) Não tendo os frutos do Espírito Santo de Deus, tais homens vis eram também como árvores sem frutos no outono, no fim da estação frutífera. Justamente na época que se espera que as árvores deem seus frutos, por causa das chuvas outonais, tão aguardadas pelos israelitas, não havia nada, pelo contrario, estas árvores tinham três péssimas características (1) Infrutíferas (2) Duas vezes mortas (3) Desarraigadas. Interessante que a Bíblia menciona “a chuva outonal [temporã ou anterior] e a chuva primaveril [serôdia ou posterior]”, prometidas por Deus como bênção para os israelitas fiéis. (De 11:14 n.; Je 5:24; Jl 2:23, 24) O lavrador aguardava pacientemente as chuvas destes períodos entre o verão e o inverno. (Tg 5:7; compare isso com Jó 29:23.) A chuva temporã ou outonal (que começava por volta de meados de outubro) era ansiosamente aguardada para aliviar o calor e a secura do verão. Ela era necessária antes de se poder começar a plantar, porque a chuva amolecia o solo e permitia ao lavrador arar a sua terra. (Ot-1 p. 501) Sendo que no contexto, mencionado por Judas, essa árvores no fim do outono não tinham trazido nenhuma alegria, porque uma das características mencionadas a cima era que eles se assemelhavam a “nuvens sem água, levadas pelos ventos”, trazendo decepção, tristeza e sofrimento para aqueles que aguardavam coisas melhores.
XI. “Infrutíferas” – (Gr.: akarpa) Pelo fato de não se ter caído as tão esperadas chuvas outonais, estas árvores figurativas era “infrutíferas”. Isso causa, normalmente, desapontamento aos que tanto esperavam uma colheita. Da mesma forma, estes líderes iníquos não tinham nada a oferecer de verdade aos homens dentro da congregação de Deus. Eles causavam desapontamento, porque deles se esperava bons frutos, no entanto, não tinham nada de bom a oferecer aos cristãos sinceros.
XII. “Duas vezes mortas” – (Gr.: dis apothanonta) “completamente mortas”. (O Novo Testamento, Interconfessional) Tais homens se “introduziram sorrateiramente” na congregação por fingirem estar espiritualmente vivos depois de serem formalmente batizados em água. Mas, visto que não produziam frutos para a glória de Deus, devia-se dar a eles o mesmo tratamento dado às árvores infrutíferas na antiga Palestina. Elas eram desarraigadas e destruídas, de modo a fugir do imposto sobre árvores frutíferas. Terem sido “desarraigados” indicava claramente que tais instrutores apóstatas não arrependidos confrontavam-se com a destruição.
XIII. “Desarraigadas” – (Gr.: ekrizothenta) Visto que não produziam frutos para a glória de Deus, devia-se dar a eles o mesmo tratamento dado às árvores infrutíferas na antiga Palestina. Elas eram desarraigadas e destruídas, de modo a fugir do imposto sobre árvores frutíferas. Terem sido “desarraigados” indicava claramente que tais instrutores apóstatas não arrependidos confrontavam-se com a destruição.
XIV. “Ondas bravias do mar” – (Gr.: kumata agria thalasses) Judas usa agora uma comparação marítima. Ele diz que aqueles falsos instrutores eram como ondas bravias. Eram tão ‘bravios’ como as ondas turbulentas do mar que revolvem o lodo e as plantas marinhas. Comparativamente, tais homens irrequietos, animalescos, aparentemente eram espalhafatosos em fazer profissões de fé, mas as suas ações e os seus ensinos ímpios os identificavam quais malfeitores sórdidos, com motivos para se envergonharem. — Isaías 57:20, 21.
XV. “Estrelas sem rumo fixo” – (Gr.: asteres planetai) Agora vemos o uso de uma figura de linguagem astronômica. Visto que tais instrutores falsos não mantiveram um curso constante de justiça, eram semelhantes a “estrelas errantes”. (Versão Almeida) Naturalmente, a navegação guiada pelas estrelas seria impossível se estas fossem imprevisivelmente errantes. Concordemente, como estrelas sem “rumo fixo”, não se podia depender desses apóstatas para uma direção espiritual sadia. Para essas falsas luzes, Deus não ‘reservou’ nada a não ser o eterno “negrume da escuridão”, e isso significava a destruição eterna deles. Por muitas razões, sem dúvida, os fiéis cristãos rejeitam completamente os instrutores falsos e suas doutrinas.
O erudito bíblico Albert Barnes comenta neste versículo:
A palavra traduzida "errante" - πλανηται planetai - é que a partir da qual podemos ter derivado da palavra "planeta". Ela corretamente significa aquele que vagueia; um andarilho, e foi dado pelos antigos aos planetas, porque eles pareciam vaguear sobre os céus , agora para a frente e para trás entre as estrelas do éter, sem qualquer lei fixa. - Plínio, Nat. Hist. ii. 6.
O sentido parece ser, que o auxílio que podemos derivar das estrelas, como na navegação, está no fato de que são regulares em seus lugares e movimentos, e, portanto, o marinheiro pode determinar sua posição. Se eles não tinham lugares e movimentos regulares, eles seriam inúteis para o marinheiro.
Gill’s Expository commentary on the Whole Bible diz:
Eles são chamados "estrelas", porque eles tinham tal aparência, e brilhavam por algum tempo, na semelhança de luz, zelo, e calor, e na fama e reputação; e "errantes", não comparáveis aos planetas, que seguem o seu curso regular.
A Commentary on the Old and New Testaments de Robert Jamieson, A. R. Fausset and David Brown, comenta:
Meteoros de fogo, com um brilho estranho, e depois condenado a cair novamente para a escuridão das trevas.
Comentando sobre o sentido da expressão “estrelas sem rumo fixo”, a obra bíblica Vincent Word Studies comenta:
Possivelmente referindo-se a cometas, que brilham por um tempo e depois passam para a escuridão. "Eles não pertencem ao sistema: eles se dispersam de forma aleatória e sem lei, e deve finalmente ser separadas as luzes que governam, enquanto eles são governados" (Lumby).
________________
Notas
[1] Ver artigo: O que eram os ágapes?