Comentário da Carta de Tiago 2:19-22
2.19 Crês tu que há um só Deus? Fazes muito bem...
Tiago escolhe a verdade básica mais óbvia de toda a adoração, a saber, que há apenas um só Deus, o Todo-poderoso. É bem claro que este único Deus em quem os leitores de Tiago criam é o Deus que se identificou nas Escrituras inspiradas. O cristão, tendo tal fé, faria muito bem até esse ponto, porque se trata dum ensino que devia ser adotado por todos. Até esta fé ou crença, mesmo que não fosse mais longe, produziria alguns efeitos. Contudo, a menos que produzisse obras excelentes, não teria valor algum e não levaria à salvação. Tiago prova este ponto ao dizer a seguir:
Contudo, os demônios crêem e estremecem...
Tiago mostra aqui que a mera crença, por si só não é genuína fé, mesmo que tenha alguns efeitos emocionais. Os demônios, criaturas espirituais, anjos desobedientes a Deus, realmente viram a Deus e sabem que ele existe, e que ele é um só Deus. Seu conhecimento deste fato e a crença nele produzem efeitos neles — estremecem, sabendo que foram sentenciados à destruição. (Mar. 1:24; 2 Ped. 2:4; Judas 6) Mas, certamente não serão salvos, pois, não somente não fazem boas obras, mas os seus empenhos são todos obras contra Deus. Portanto, diria alguém aos demônios: Basta a sua crença em Deus, sem boas obras; ela os salvará? É interessante notar que nenhuma das criaturas espirituais, nem mesmo os demônios, são ateus ou agnósticos. O ateísmo e o agnosticismo são doutrinas encontradas apenas na terra, entre os que dizem que teriam de ver a Deus com os próprios olhos para crer ou ter fé nele.
20 Mas, queres saber, ó homem vão...
Tal homem não se encheu do verdadeiro conhecimento de Deus ou de sua Palavra. (Tia. 1:18, 21) Seu coração, onde devia haver fé real, está vazio, vão, porque não há ali tal fé.
Que a fé à parte das obras é inativa?
A “fé”, ou crença, tal como os demônios têm, produz algo, a saber, sobressalto, tremor, nos demônios. Mas, quanto a qualquer eficácia para a salvação, é absolutamente inativa, improdutiva.
21 Não foi Abraão, nosso pai...
Abraão era o antepassado ou progenitor da nação judaica, da qual Tiago era membro natural. Todavia, Tiago não estava escrevendo aos judeus, como nação. Dirigia-se aos cristãos espalhados, tanto de procedência judaica como gentia. Não obstante, Abraão era o “pai de todos os que têm fé”, tanto judeus como gentios. (Rom. 4:11, 12; compare isso com 1 Pedro 3:6, onde as mulheres que têm espírito igual ao da esposa de Abraão, Sara, são chamadas de “filhas dela”.)
Declarado justo por obras, depois de ter oferecido Isaque, seu filho, no altar?
Novamente, Tiago não contesta o ensino de Paulo. Em Romanos 4:2, 3, Paulo escreveu que, se Abraão “tivesse sido declarado justo em resultado de obras, ele teria base para jactância; mas não para com Deus. Pois o que diz a escritura? ‘Abraão exerceu fé em Yahweh, e isso lhe foi contado como justiça.’ “Paulo citou assim o mesmo texto de Gênesis 15:6 que Tiago menciona mais tarde, no versículo 23 do capítulo de sua carta, agora em consideração. As palavras mencionadas foram proferidas a respeito de Abraão provavelmente uns 35 anos antes de seu ato de tentar oferecer seu filho Isaque, a que Tiago se refere. Então, em que sentido se harmonizam os escritos inspirados de Paulo e de Tiago?
Gênesis 15:1-6 mostra que Abraão foi declarado justo pela fé, quando creu na promessa de Deus, de tornar seu descendente como as estrelas do céu em número, numa época em que não havia nenhuma evidência tangível de que Abraão teria um filho, visto que Sara já por muito tempo era estéril. Então, por que pode Tiago dizer que Abraão foi “declarado justo por obras”? Porque Deus, mais tarde, fez a Abraão uma declaração ou um veredicto de justiça, em resultado ou por causa de suas obras, quando ofereceu Isaque. Por meio deste ato, Abraão provou ou demonstrou além de dúvida que sua fé original em Deus e no Seu poder havia sido e ainda era genuína. Provou que sua fé era viva, não morta. Não foram as próprias obras de Abraão que lhe trouxeram a justiça, mas as suas obras eram produto da fé genuína que tinha, e Deus, pelo seu veredicto, confirmou este fato. A disposição de Abraão, de obedecer à ordem de Deus, de sacrificar seu filho, era um ponto saliente para se fazer a declaração de Gênesis 22:12.
22 Observas que a sua fé cooperou com as suas obras e que a sua fé foi aperfeiçoada pelas suas obras...
A fé que Abraão tinha o ajudava e motivava a fazer boas obras. Podemos notar que Tiago não diz que Abraão só tinha obras, mas diz que “a sua fé cooperou com as suas obras”. Abraão nunca teria tentado ofertar seu filho, se não tivesse tido fé. Ao mesmo tempo, se não tivesse obedecido à ordem de Deus, não teria obtido o decreto de aprovação de Deus. Então, Deus nunca teria dado a confirmação da fé que Abraão tinha, nem da sua justificação pela fé. De modo que tanto a fé como as obras contribuíram para o resultado, não a fé sozinha, nem as obras por si sós.
Deus sabia que Abraão cria plenamente na promessa, registrada em Gênesis 12:1-3, quando foi dada pela primeira vez. E Deus podia prever que a fé certamente motivaria Abraão a obras de obediência. As obras de Abraão, realizadas perante Deus e os homens, justificavam a confiança que Deus tinha nele, expressa anos antes, e levaram à confirmação dela por Deus. Considere as palavras de Deus, depois de Abraão ter demonstrado sua fé por obras. Deus disse: “Agora sei [ou: reconheço, admito] deveras que temes a Deus, visto que não me negaste o teu filho, teu único.” (Gên. 22:12) Que Abraão foi encarado por Deus como homem justo foi demonstrado até mesmo já antes do nascimento de Isaque, quando Deus disse: “Abraão seguramente se tornará uma nação grande e forte, e todas as nações da terra terão de abençoar a si mesmas por meio dele. Pois fui familiarizar-me com ele, para que ordenasse aos seus filhos e aos da sua casa depois dele que guardassem o caminho de Yahweh para fazer a justiça e o juízo; a fim de que Yahweh, com certeza, faça vir sobre Abraão aquilo que falou a respeito dele.” (Gên. 18:18, 19) De modo que a fé que Abraão possuía foi “aperfeiçoada” ou “completada”, não no sentido de que lhe faltasse alguma coisa, de que fosse necessitada ou inadequada de começo, porque não era imperfeita em si mesma. (Veja a referência a Jesus ser aperfeiçoado, em Hebreus 2:10.) Antes, Deus, por lidar com Abraão e pela Sua ordem a ele, produziu de Abraão obras a ponto de haver uma prova completa da fé que este possuía. A fé possuída por Abraão, junto com suas obras, levou a se alcançar o objetivo de sua fé.
Tiago escolhe a verdade básica mais óbvia de toda a adoração, a saber, que há apenas um só Deus, o Todo-poderoso. É bem claro que este único Deus em quem os leitores de Tiago criam é o Deus que se identificou nas Escrituras inspiradas. O cristão, tendo tal fé, faria muito bem até esse ponto, porque se trata dum ensino que devia ser adotado por todos. Até esta fé ou crença, mesmo que não fosse mais longe, produziria alguns efeitos. Contudo, a menos que produzisse obras excelentes, não teria valor algum e não levaria à salvação. Tiago prova este ponto ao dizer a seguir:
Contudo, os demônios crêem e estremecem...
Tiago mostra aqui que a mera crença, por si só não é genuína fé, mesmo que tenha alguns efeitos emocionais. Os demônios, criaturas espirituais, anjos desobedientes a Deus, realmente viram a Deus e sabem que ele existe, e que ele é um só Deus. Seu conhecimento deste fato e a crença nele produzem efeitos neles — estremecem, sabendo que foram sentenciados à destruição. (Mar. 1:24; 2 Ped. 2:4; Judas 6) Mas, certamente não serão salvos, pois, não somente não fazem boas obras, mas os seus empenhos são todos obras contra Deus. Portanto, diria alguém aos demônios: Basta a sua crença em Deus, sem boas obras; ela os salvará? É interessante notar que nenhuma das criaturas espirituais, nem mesmo os demônios, são ateus ou agnósticos. O ateísmo e o agnosticismo são doutrinas encontradas apenas na terra, entre os que dizem que teriam de ver a Deus com os próprios olhos para crer ou ter fé nele.
20 Mas, queres saber, ó homem vão...
Tal homem não se encheu do verdadeiro conhecimento de Deus ou de sua Palavra. (Tia. 1:18, 21) Seu coração, onde devia haver fé real, está vazio, vão, porque não há ali tal fé.
Que a fé à parte das obras é inativa?
A “fé”, ou crença, tal como os demônios têm, produz algo, a saber, sobressalto, tremor, nos demônios. Mas, quanto a qualquer eficácia para a salvação, é absolutamente inativa, improdutiva.
21 Não foi Abraão, nosso pai...
Abraão era o antepassado ou progenitor da nação judaica, da qual Tiago era membro natural. Todavia, Tiago não estava escrevendo aos judeus, como nação. Dirigia-se aos cristãos espalhados, tanto de procedência judaica como gentia. Não obstante, Abraão era o “pai de todos os que têm fé”, tanto judeus como gentios. (Rom. 4:11, 12; compare isso com 1 Pedro 3:6, onde as mulheres que têm espírito igual ao da esposa de Abraão, Sara, são chamadas de “filhas dela”.)
Declarado justo por obras, depois de ter oferecido Isaque, seu filho, no altar?
Novamente, Tiago não contesta o ensino de Paulo. Em Romanos 4:2, 3, Paulo escreveu que, se Abraão “tivesse sido declarado justo em resultado de obras, ele teria base para jactância; mas não para com Deus. Pois o que diz a escritura? ‘Abraão exerceu fé em Yahweh, e isso lhe foi contado como justiça.’ “Paulo citou assim o mesmo texto de Gênesis 15:6 que Tiago menciona mais tarde, no versículo 23 do capítulo de sua carta, agora em consideração. As palavras mencionadas foram proferidas a respeito de Abraão provavelmente uns 35 anos antes de seu ato de tentar oferecer seu filho Isaque, a que Tiago se refere. Então, em que sentido se harmonizam os escritos inspirados de Paulo e de Tiago?
Gênesis 15:1-6 mostra que Abraão foi declarado justo pela fé, quando creu na promessa de Deus, de tornar seu descendente como as estrelas do céu em número, numa época em que não havia nenhuma evidência tangível de que Abraão teria um filho, visto que Sara já por muito tempo era estéril. Então, por que pode Tiago dizer que Abraão foi “declarado justo por obras”? Porque Deus, mais tarde, fez a Abraão uma declaração ou um veredicto de justiça, em resultado ou por causa de suas obras, quando ofereceu Isaque. Por meio deste ato, Abraão provou ou demonstrou além de dúvida que sua fé original em Deus e no Seu poder havia sido e ainda era genuína. Provou que sua fé era viva, não morta. Não foram as próprias obras de Abraão que lhe trouxeram a justiça, mas as suas obras eram produto da fé genuína que tinha, e Deus, pelo seu veredicto, confirmou este fato. A disposição de Abraão, de obedecer à ordem de Deus, de sacrificar seu filho, era um ponto saliente para se fazer a declaração de Gênesis 22:12.
22 Observas que a sua fé cooperou com as suas obras e que a sua fé foi aperfeiçoada pelas suas obras...
A fé que Abraão tinha o ajudava e motivava a fazer boas obras. Podemos notar que Tiago não diz que Abraão só tinha obras, mas diz que “a sua fé cooperou com as suas obras”. Abraão nunca teria tentado ofertar seu filho, se não tivesse tido fé. Ao mesmo tempo, se não tivesse obedecido à ordem de Deus, não teria obtido o decreto de aprovação de Deus. Então, Deus nunca teria dado a confirmação da fé que Abraão tinha, nem da sua justificação pela fé. De modo que tanto a fé como as obras contribuíram para o resultado, não a fé sozinha, nem as obras por si sós.
Deus sabia que Abraão cria plenamente na promessa, registrada em Gênesis 12:1-3, quando foi dada pela primeira vez. E Deus podia prever que a fé certamente motivaria Abraão a obras de obediência. As obras de Abraão, realizadas perante Deus e os homens, justificavam a confiança que Deus tinha nele, expressa anos antes, e levaram à confirmação dela por Deus. Considere as palavras de Deus, depois de Abraão ter demonstrado sua fé por obras. Deus disse: “Agora sei [ou: reconheço, admito] deveras que temes a Deus, visto que não me negaste o teu filho, teu único.” (Gên. 22:12) Que Abraão foi encarado por Deus como homem justo foi demonstrado até mesmo já antes do nascimento de Isaque, quando Deus disse: “Abraão seguramente se tornará uma nação grande e forte, e todas as nações da terra terão de abençoar a si mesmas por meio dele. Pois fui familiarizar-me com ele, para que ordenasse aos seus filhos e aos da sua casa depois dele que guardassem o caminho de Yahweh para fazer a justiça e o juízo; a fim de que Yahweh, com certeza, faça vir sobre Abraão aquilo que falou a respeito dele.” (Gên. 18:18, 19) De modo que a fé que Abraão possuía foi “aperfeiçoada” ou “completada”, não no sentido de que lhe faltasse alguma coisa, de que fosse necessitada ou inadequada de começo, porque não era imperfeita em si mesma. (Veja a referência a Jesus ser aperfeiçoado, em Hebreus 2:10.) Antes, Deus, por lidar com Abraão e pela Sua ordem a ele, produziu de Abraão obras a ponto de haver uma prova completa da fé que este possuía. A fé possuída por Abraão, junto com suas obras, levou a se alcançar o objetivo de sua fé.