Comentário da Carta de Tiago 3:4-5

comentario da carta de tiago 3.4 Eis que até mesmo barcos, embora sejam grandes...

Esta ilustração salienta um ponto similar, mas acentua agora ainda mais a diferença no tamanho. Um barco é muitíssimo maior do que seu leme, que Tiago menciona a seguir. Evidentemente, harmonizando-se com o princípio da lei mosaica, de que tudo deve ser confirmado pela boca de pelo menos duas testemunhas, Tiago usa duas ilustrações para confirmar ou esclarecer sua declaração a respeito de se poder controlar todo o corpo, quando se tem controle perfeito sobre a língua. (2 Cor. 13:1; Deu. 17:6)

E sejam impelidos por fortes ventos, são dirigidos por um leme muito pequeno para onde queira a inclinação do timoneiro...

O navio está sujeito à força de fortes ventos e ondas. No entanto, não são essas forças poderosas, mas a posição do leme, manobrado pelo timoneiro, que decidem o rumo do navio. Assim, o pequeno leme, manipulado pela mão firme do timoneiro, controla o navio inteiro. Embora o navio seja afetado pelas forças poderosas do mar e do vento, o comparativamente pequeno leme pode ser usado e controlado para contrabalançar essas forças.

3.5 Assim também a língua é um membro pequeno...

Assim como o freio é pequeno em comparação com o cavalo, e o leme, em comparação com o navio, assim também é a língua. Comparada com o inteiro corpo humano, a língua é um membro muito pequeno. Considerando o que Tiago diz sobre a língua, precisamos lembrar-nos de que o dito se aplica com força dupla àqueles que são ou pretendem ser instrutores, porque Tiago refere-se aqui especialmente a instrutores.

Contudo, faz grandes fanfarrices...

A língua pode realmente conseguir muita coisa boa, quando usada corretamente. “Morte e vida estão no poder da língua, e quem a ama comerá os seus frutos.” (Pro. 18:21; 25:15) Mas, quando seu dono a deixa desenfreada, ela pode causar muito dano, primeiro a ele mesmo, e depois a outros. (Pro. 10:14; 17:4, 20; 21:6) A língua muitas vezes faz a sua presença e influência notórias por grandes fanfarrices, e, deveras, pode “fanfarronar”, dizendo que exerce muito poder a favor do bem ou do mal, embora tal fanfarrice não seja cristã. O salmista escreveu sobre tal ação da língua: “Yahweh decepará . . . a língua que fala grandes coisas, os que disseram: ‘Prevaleceremos com a nossa língua ’” (Sal. 12:3, 4) A língua de tais homens realmente se gabava, tendo sido usada para expressar autoconfiança. Tais homens iníquos, que afligiam os de condição humilde em Israel, não tinham fé em Deus, nem na execução de seu julgamento. Acreditavam que, pelas palavras proferidas pela sua língua, podiam conseguir seus objetivos maus com impunidade.

Vede quão pouco fogo é preciso para incendiar um bosque tão grande...

Basta uma pequeníssima faísca para incendiar toda uma floresta. Depois de ilustrar o poder que uma pequena unidade pode exercer sobre algo muito maior do que ela, Tiago enfoca agora os efeitos prejudiciais de se deixar de controlar uma coisa pequena. Ele usa aqui uma nova ilustração, a dum fogo não controlado, para enfatizar a enorme devastação causada pela língua não controlada.