Comentário da Carta de Tiago 5:12

comentario da carta de tiago 5.12 Acima de tudo, porém, meus irmãos, parai de jurar...

Tiago, sem dúvida, pensava nas palavras de Jesus: “Não jureis absolutamente, nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. Tampouco deves jurar pela tua cabeça, porque não podes tornar nem um só cabelo branco ou preto. Deixai simplesmente que a vossa palavra Sim signifique Sim, e o vosso Não, Não; pois tudo o que for além disso é do iníquo.” (Mat. 5:34-37)

Com a expressão “acima de tudo”, Tiago não quer dizer que a abstenção do juramento fosse a coisa mais importante. Antes, quer dizer que, não importando o que mais eles fizessem, de modo algum deviam entregar-se a tais juramentos, visto que por jurarem assim estariam tropeçando no uso da língua e assim estariam pecando, já que palavras fúteis e inaproveitáveis procedem “do iníquo”. Portanto, Tiago não se refere a juramentos tais como talvez exigidos num tribunal, ou em certas ocasiões de natureza muito grave e séria.

Sim, quer pelo céu, quer pela terra, quer por qualquer outro juramento...


Essas coisas específicas, céu e terra, foram mencionadas por Tiago, do mesmo modo que por Jesus, porque os fariseus permitiam o juramento quase por qualquer coisa, menos por Deus. Jesus salientou que o juramento por coisas que Deus criou ou por aquilo que lhe pertence não é somente inútil, mas também desagrada a Deus. Tal juramento era apenas um artifício ou expediente para alguém não ser propriamente culpado de usar o nome de Deus de maneira frívola ou sem finalidade boa. Tais juramentos eram usados para fazer as palavras de quem jurava parecer mais sérias ou verídicas, mas, na realidade, podiam fazer os ouvintes suspeitar da honestidade e sinceridade de quem jurava. O homem que sempre jura por isso ou por aquilo torna evidente que é pessoa precipitada, instável e indigna de confiança. (Mat. 23:16-22)

Mas, o vosso “sim” signifique sim e o vosso “não”, não...

A resposta franca, direta, clara e definitiva é muito mais convincente e impressionante, comunica mais honestidade e não envolve a pessoa em exageros, conversa fútil e situações que mais tarde poderiam causar muitas dificuldades e embaraço a quem fala. (2 Cor. 1:17) Além disso, quando um cristão se empenha em juramentos irrefletidos e frívolos, as pessoas estarão muito menos inclinadas a crer no que ele diz, quando dá testemunho de Deus e de Seus propósitos por meio de Cristo. Quando alguém usa o nome de Deus indiscriminada e levianamente, ou continuamente apóia as declarações com juramentos, dá a impressão de hipocrisia e repele outros da forma de adoração que advoga. Enfraquece também a credibilidade de seu testemunho, quando se requer que o cristão preste juramento num assunto sério, como num tribunal.

Para que não caiais sob o julgamento...

Jesus disse que os juramentos indiscriminados são do iníquo, e, por isso, Tiago nos diz que nos podem levar ao julgamento por Deus.