Comentário de John Gill: 2 Pedro 1:16

Quando fizemos conhecer a vós o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo;... Não a sua primeira vinda, embora essa, e os benefícios que surgem dela, fossem o assunto do ministério deles; e isso foi assistido com poder divino que apareceu na encarnação do próprio Cristo que foi revestido do poder do Altíssimo; e foi visto na sua doutrina e no seu ministério, que evidenciavam com grande autoridade; e nos milagres que ele operou e que lhe provou ter poder igualdade com Deus o Seu Pai; e no trabalho de redenção que ele iniciou e terminou; fazendo o que fez ele para por fim ao pecado, e salvou o seu povo, os resgatou da maldição da lei, venceu o mundo, destruiu Satanás, e aboliu a morte; e especialmente na sua ressurreição dentre os mortos, quando ele foi declarado ser o Filho de Deus com poder: mas, todavia, a primeira vinda dele foi em grande humildade, no meio de muita maldade e imbecilidade, em que Ele cresceu como uma planta tenra, e foi cercado com fraquezas, e foi crucificado por fraqueza. Então isso deveria ser entendido de uma vinda após esta, a qual o apóstolo tinha escrito, e tornou conhecido na sua epístola anterior, 1Pe 1:7, e o qual ele os relembra, 2Pe 3:1, nem a palavra παρουσια, usada em nenhuma outra vinda de Cristo, e esta será com poder; e projeta a sua vinda mais próxima dela para trazer vingança sob nação judia, e livrar o seu povo das aflições e perseguições debaixo das que eles labutaram, e que estava com grande poder; veja Mat 14:3, ou mais remoto, isto é, ao último dia, quando haverá uma grande exibição do Seu poder elevando os mortos, enquanto ajuntando todas as nações diante dEle, os separando um dos outros, proferindo a sentença final em cada um, e executando o mesmo na destruição absoluta dos maus, e a glorificação completa dos santos.
Mas éramos testemunhas oculares de sua majestade;... Significando não da glória da natureza divina dele por fé, e com os olhos da compreensão deles, enquanto outros só o consideraram como um mero homem; nem dos milagres por ele operados na qual havia uma exibição da Sua glória e majestade de tudo que os apóstolos eram testemunhas oculares; mas daquela glória e grandeza que estavam nele, quando ele foi transfigurado no monte antes deles; então a face dele era como o sol, e tal glória que no seu corpo inteiro fez brilhar como uma forte luz, e tão branca quanto neve, e para a qual nada mais na terra poderia embranquecer de tal forma; a qual também eles observam Moisés e Elias, os quais apareceram em formas gloriosas: e agora estes eram um prelúdio e penhor do poder dEle e vinda, do seu reino com poder, e da sua vinda e a glória do seu Pai, e na glória dos anjos santos. Esta era uma prova que, embora em insignificância no estado encarnado dEle, contudo Ele foi glorificado, e seria glorificado novamente; e isto era uma confirmação para os apóstolos, e poderiam ser também aos outros: veja Mat 16:27.