Comentário de John Gill: João 1:16

comentário do evangelho de joão
1:16 - E de sua plenitude todos nós recebemos,... Estas não são as palavras de João Batista; mas do evangelista que continua o seu relato de Cristo, depois que ele tivesse inserido o testemunho de João batista, com relação a João 1:14, onde é dito que ele está cheio de graça e verdade; e a qual plenitude é aqui planejada; porque a plenitude da Divindade em ornamento é incomunicável; e a plenitude da aptidão dele, e habilidade para o seu ofício, como Mediador, era para ele; mas a sua plenitude de graça e verdade é dispensatório, e está nele, de propósito a ser comunicado até os outros: e “de sua”, diz o evangelista, “todos nós recebemos”; não todo o gênero humano, embora todos eles recebam luz natural e vida dele; nem somente todos os profetas do Antigo Testamento, embora eles tivessem os seus dons e graça dele, que era então, como agora, o cabeça da igreja; nem apenas todos os apóstolos de Cristo, embora estes podem ser pretendidos principalmente; mas todos os crentes que, embora eles não tenham todos a mesma medida de graça, nem os mesmos dons, contudo, todos receberam algo: nem há qualquer razão para desânimo, inveja, ou repreensão. Fé é a mão que recebe o Cristo, e a sua graça; e o ato de receber, sendo expresso no tempo passado, parece considerar conversão primeiro, quando a fé é primeiro operada, e junto com isto é recebida na abundância da graça; pois um crente tem nada mais do que o que é determinado a ele, e o que ele tem, está em forma de recebimento;[1] de forma que não há nenhum lugar para jactância, mas grande a razão para a gratidão, e muito encorajamento para aplicar a Cristo para mais graça que é a coisa recebida, como segue:

E graça por graça: De acordo com os sentidos diferentes da preposição αντι, interpretações diferentes são determinadas desta passagem; como isso significa uma substituição de uma pessoa, ou coisa, no lugar de outra, se pensa que o sentido seja que o Evangelho é dado em vez da Lei; ou a graça da Dispensação presente, em vez da graça da Dispensação anterior; graça, diferente da graça anterior, como expresso por Nonnus. Se projetar a glória original, e causa movente, o significado é que a graça é pela causa de graça; pois não há nenhuma outra causa de eleger alguém, enquanto justificado, perdoado, adotado, e regenerado pela graça, e até mesmo a vida eterna, se não a graça, ou favor livre de Deus; e a pessoa é a razão do por que o outro é recebido: se significa a finalidade, ou causa final, então é explicado deste modo; os discípulos receberam a graça de apostolado, ou presente da graça para pregar o Evangelho da graça de Deus, e para a implantação e aumento nos homens; e também a graça, nesta vida, é recebida, em ordem para a perfeição de graça, ou a gloria, no outro: se denota a medida e proporção de uma coisa, como uma coisa é responsável pela outra, então se pode ser interpretado desta maneira; os santos recebem graça da plenitude de Cristo, enquanto outorgada, ou responsável à graça que está nele; ou de acordo com a medida do presente de Cristo, e em proporção ao lugar, estação, e ofício em que eles desempenham na igreja. Alguns pensam que a frase apenas projeta a liberdade da graça, e a maneira livre e liberal na qual é ela distribuída, e recebida; junto com qual, eu também penso, que a abundância dela, no princípio da conversão, supri tudo depois; e aquela graça para a graça, é o mesmo com graça em graça, montões de graça; e que é a mesma fraseologia usada pela Judeu,[2] טיבו על ההוא טיבו, “bondade sobre bondade”, uma bondade adicional; então aqui, graça em graça, uma abundância dela, uma adição a ela, e um aumento a ela: assim חדו על חדו alegria em alegria,[3] uma abundância de alegria é uma medida grande dela; e “santidade em santidade”,[4] abundância dela:

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Notas

[1] Cf. 1 Coríntios 4:7. N do T.
[2] Zohar em Exod. fol. 45. 1.
[3] lb. em Lev. fol. 28. 1. & em Num. fol. 69. 2. & 71. 2.
[4] lb. fol. 40. 3. & em Num. fol. 61. 1.