Comentário Teológico do Evangelho de Mateus
COMENTÁRIO TEOLOGICO DO EVANGELHO DE MATEUS
O aspecto principal no evangelho de Mateus é o ensino sobre Jesus, ou seja, a cristologia.
O que importa para Mateus é demonstrar que Jesus de Nazaré é o Messias tão esperado pelo povo judeu. O objetivo das citações reflexivas é servir de prova para essa demonstração. Vemos esse aspecto também no título messiânico que só Mateus apresenta dessa forma: Filho de Davi (cf. 12.23; 15.22; 21.9,15).
Salta aos olhos também, o fato de que a árvore genealógica em Mateus começa com Abraão, o homem com quem Deus iniciou a história de Israel (1.1ss). Segundo Mateus, se Jesus é o Messias, isso não significa que ele veio para abolir a lei, mas para cumprí-la (5.17).
Um segundo aspecto muito enfatizado se origina na tensão entre o particularismo e a universalidade (a salvação é para todos). Os dois elementos estão presentes lado a lado na proclamação e na vida de Jesus.
O particularismo se mostra nas palavras de Jesus que reforçam a verdade de que o seu ministério se restringe a Israel. Aos doze discípulos que ele envia, ordena: “Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel” (10.5-6). Ele lhes promete que não conseguirão terminar essa tarefa até que venha o Filho do homem (10.23).
Semelhantemente, Jesus diz à mulher cananéia da região de Tiro e Sidom que lhe pede ajuda: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” E com mais exatidão: “Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (15.24,26). Essa segunda rejeição também Marcos registrou; a primeira só Mateus.
Por outro lado, a universalidade está presente nesse evangelho desde o início. O nascimento de Jesus tem efeito sobre todas as pessoas, até os astrólogos lá do oriente. Eles conseguem perceber o acontecimento pelos seus meios de reconhecimento e vêm adorar o Messias, o Rei de Israel (2.1-12). A árvore genealógica não vai só até Abraão. Ela também inclui nomes de mulheres gentias: Raabe e Rute. Quando Jesus interpreta a parábola do joio no meio do trigo, ele diz que o solo é o mundo (13.38). Na parábola das bodas que um rei fez para o seu filho, depois que os convidados não responderam ao convite do rei, os servos são enviados às ruas para convidarem ao casamento todos os que acharem (22.9). No sermão apocalíptico Jesus anuncia que, antes do fim do mundo, o evangelho do reino precisa ser pregado a todos os povos (24.14). Finalmente, o Senhor ressurreto delega a seus discípulos a grande missão: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, …” (28.19).
A tensão entre o particularismo e a universalidade nos ensina que este evangelho é escrito por uma testemunha de Jesus Cristo, que sabe que o Senhor dedicou a sua vida aqui na terra aos judeus, mas que os discípulos têm a tarefa de levar o evangelho a todas as pessoas. O seu testemunho agiu principalmente sobre a ala helenística dos cristãos de origem judaica.
Um terceiro aspecto de grande ênfase em Mateus diz respeito ao ensino sobre a igreja, a eclesiologia. Somente no evangelho de Mateus encontramos declarações específicas sobre esse tema.
Após a declaração de Simão Pedro em Cesaréia de Filipe, Jesus lhe diz: “tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (16.18). No assim denominado sermão sobre a igreja (capítulo 18), Jesus ensina a igreja como agir com membros que estão em pecado (18.15-17). A autoridade para ligar e desligar não é delegada somente aos apóstolos. Ela vale para toda a igreja. Aqui já é anunciado o que a reforma chamaria de sacerdócio universal dos crentes.
A igreja precisa se posicionar quanto ao ensino ético de Jesus. Ela não pode aprender a crer somente, mas precisa demonstrar a sua fé ao fazer o que Jesus ensinou. Essa é a medida que Jesus vai usar para medir os seus discípulos no final dos tempos: Mateus 7.21-23; 25.31-46. O que é decisivo no final das contas não são palavras bonitas e milagres fantásticos dos discípulos. O que vale para Deus é a prática humilde da sua vontade.
A proximidade entre esse ensino e a carta de Tiago é inconfundível. Um quarto e último aspecto que recebe atenção especial em Mateus, é o ensino sobre as últimas coisas, a escatologia. Em Mateus, os discursos de Jesus sobre o final dos tempos estão em dois capítulos. São significativamente mais abrangentes do que em Marcos e contêm tradições que só se encontram aqui em Mateus (tradição exclusiva).
O aspecto principal no evangelho de Mateus é o ensino sobre Jesus, ou seja, a cristologia.
O que importa para Mateus é demonstrar que Jesus de Nazaré é o Messias tão esperado pelo povo judeu. O objetivo das citações reflexivas é servir de prova para essa demonstração. Vemos esse aspecto também no título messiânico que só Mateus apresenta dessa forma: Filho de Davi (cf. 12.23; 15.22; 21.9,15).
Salta aos olhos também, o fato de que a árvore genealógica em Mateus começa com Abraão, o homem com quem Deus iniciou a história de Israel (1.1ss). Segundo Mateus, se Jesus é o Messias, isso não significa que ele veio para abolir a lei, mas para cumprí-la (5.17).
Um segundo aspecto muito enfatizado se origina na tensão entre o particularismo e a universalidade (a salvação é para todos). Os dois elementos estão presentes lado a lado na proclamação e na vida de Jesus.
O particularismo se mostra nas palavras de Jesus que reforçam a verdade de que o seu ministério se restringe a Israel. Aos doze discípulos que ele envia, ordena: “Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel” (10.5-6). Ele lhes promete que não conseguirão terminar essa tarefa até que venha o Filho do homem (10.23).
Semelhantemente, Jesus diz à mulher cananéia da região de Tiro e Sidom que lhe pede ajuda: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” E com mais exatidão: “Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (15.24,26). Essa segunda rejeição também Marcos registrou; a primeira só Mateus.
Por outro lado, a universalidade está presente nesse evangelho desde o início. O nascimento de Jesus tem efeito sobre todas as pessoas, até os astrólogos lá do oriente. Eles conseguem perceber o acontecimento pelos seus meios de reconhecimento e vêm adorar o Messias, o Rei de Israel (2.1-12). A árvore genealógica não vai só até Abraão. Ela também inclui nomes de mulheres gentias: Raabe e Rute. Quando Jesus interpreta a parábola do joio no meio do trigo, ele diz que o solo é o mundo (13.38). Na parábola das bodas que um rei fez para o seu filho, depois que os convidados não responderam ao convite do rei, os servos são enviados às ruas para convidarem ao casamento todos os que acharem (22.9). No sermão apocalíptico Jesus anuncia que, antes do fim do mundo, o evangelho do reino precisa ser pregado a todos os povos (24.14). Finalmente, o Senhor ressurreto delega a seus discípulos a grande missão: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, …” (28.19).
A tensão entre o particularismo e a universalidade nos ensina que este evangelho é escrito por uma testemunha de Jesus Cristo, que sabe que o Senhor dedicou a sua vida aqui na terra aos judeus, mas que os discípulos têm a tarefa de levar o evangelho a todas as pessoas. O seu testemunho agiu principalmente sobre a ala helenística dos cristãos de origem judaica.
Um terceiro aspecto de grande ênfase em Mateus diz respeito ao ensino sobre a igreja, a eclesiologia. Somente no evangelho de Mateus encontramos declarações específicas sobre esse tema.
Após a declaração de Simão Pedro em Cesaréia de Filipe, Jesus lhe diz: “tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (16.18). No assim denominado sermão sobre a igreja (capítulo 18), Jesus ensina a igreja como agir com membros que estão em pecado (18.15-17). A autoridade para ligar e desligar não é delegada somente aos apóstolos. Ela vale para toda a igreja. Aqui já é anunciado o que a reforma chamaria de sacerdócio universal dos crentes.
A igreja precisa se posicionar quanto ao ensino ético de Jesus. Ela não pode aprender a crer somente, mas precisa demonstrar a sua fé ao fazer o que Jesus ensinou. Essa é a medida que Jesus vai usar para medir os seus discípulos no final dos tempos: Mateus 7.21-23; 25.31-46. O que é decisivo no final das contas não são palavras bonitas e milagres fantásticos dos discípulos. O que vale para Deus é a prática humilde da sua vontade.
A proximidade entre esse ensino e a carta de Tiago é inconfundível. Um quarto e último aspecto que recebe atenção especial em Mateus, é o ensino sobre as últimas coisas, a escatologia. Em Mateus, os discursos de Jesus sobre o final dos tempos estão em dois capítulos. São significativamente mais abrangentes do que em Marcos e contêm tradições que só se encontram aqui em Mateus (tradição exclusiva).
Essas tradições adicionais não têm caráter especulativo. Não apresentam material que permita definir com maior exatidão o desenrolar dos acontecimentos no final dos tempos. Tampouco contêm visões da glória do novo mundo de Deus. São na verdade um auxílio para o ensino equilibrado, o que é característica do evangelho de Mateus. O seu objetivo é prevenir contra o engano da hipocrisia. Exorta os seus leitores a estarem vigilantes e preparados a seguir os ensinos de Jesus. O propósito é preparar a igreja para o retorno de Jesus por meio da vida prática e coerente do discipulado.
Visto que o evangelho de Mateus tem essas quatro ênfases teológicas, não é de se admirar que tenha tido influência tão forte sobre toda a história da igreja de Jesus. Por todos os séculos, pessoas que queriam de fato ser cristãs, se basearam neste evangelho. Sempre de novo foi repetida a sua exortação contra a compreensão superficial da fé e da igreja. Por isso o evangelho de Mateus desencadeou muitos movimentos de avivamento e de renovação da igreja de Jesus Cristo.