Comentário de John Gill: Provérbios 1:8
Prov 1:8 - Meu filho, ouve a instrução de teu pai,.... Isto não deve ser entendido de Deus, o Pai da humanidade, e das leis que Ele nos deu, assim como Jarchi e Gérson interpretam-nas, mas de Salomão e seu filho em um sentido literal, e de alguém que lhe veio para a instrução, de qualquer aluno, ouvinte, leitor seu, e é uma direção para todos os filhos que se dê ouvidos à instrução de seus pais, e obedeça às suas ordens, junto com o temor e adoração a Deus, exortando à obediência aos pais, prosseguindo na mesma ordem e método em que o decálogo, ou dez mandamentos, foram escritos: a primeira diz respeito a Deus e Sua adoração, e o segundo começa com “honra a teu pai e a tua mãe”, &c. Exo 20:12, o qual, o apóstolo diz, é “o primeiro mandamento com promessa”, Ef 6:1;
E não abandones a lei de tua mãe;... O que não deve ser entendido da congregação de Israel, a antiga sinagoga, ou da igreja judaica, como acredita Jarchi, e assim no Talmude (p) é interpretada da congregação de Israel, como é o “teu pai” na cláusula primaria referente ao Ser divino, nem a faculdade da compreensão humana, como Gérson, mas sim da mãe do filho de Salomão, e toda e qualquer mãe de uma criança, que tenha uma sensibilidade igual ou maior pela sua prole, e uma relação verdadeira e saudável para com o seu bem-estar; esta irá instruí-los da melhor maneira que puder, dando a melhor das regras, e prescrevendo as melhores leis que puder para o seu bem, e que deveria ser tão cuidadosamente atendido e obedecido como as de um pai, e ela é particularmente mencionada, porque a lei de Deus também ordena a reverência e a obediência aos pais, o que as leis humanas entre os gentios não faziam, e devido ao fato de que os filhos estão sempre muito aptos a se desviarem das indicações e instruções de suas mães; aqui elas exercem igual autoridade, e têm em si a natureza de uma lei, como as de um pai.
Notas
(p) T. Bab. Sanhedrin, fol. 102. 1.