Os Escritos Sagrados dos Judeus

Os Escritos Sagrados dos JudeusOs Escritos Sagrados dos Judeus

Os escritos sagrados hebraicos começaram com a “Tanakh”.

O nome “Tanakh” vem das três divisões da Bíblia judaica em hebraico: Torah (Lei), Nevi’im (Profetas) e Kethuvim (Escritos), usando-se a primeira letra de cada seção para formar a palavra TaNaKh. Estes livros foram escritos em hebraico e em aramaico a partir do século 16 e até o 5.° século AEC.

Os judeus crêem que foram escritos sob diferentes e decrescentes graus de inspiração. Assim, eles os colocam na seguinte ordem de importância:

Torah (Tora) — os cinco livros de Moisés, ou Pentateuco (do grego para “cinco rolos”), a Lei, consistindo de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Contudo, o termo “Torah” pode também ser usado para referir-se à Bíblia judaica como um todo, bem como à lei oral e ao Talmude.

Nevi’im — Os Profetas, abrangendo de Josué até os profetas maiores, Isaías, Jeremias e Ezequiel, e daí através dos 12 profetas “menores”, de Oséias a Malaquias.

Kethuvim — os Escritos, que abrangem as obras poéticas, os Salmos, Provérbios, Jó, O Cântico dos Cânticos e Lamentações. Inclui também Rute, Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras, Neemias e Primeiro e Segundo Crônicas.

O Talmude

Do ponto de vista gentio, a “Tanakh”, ou Bíblia judaica, é o mais importante dos escritos judaicos. Contudo, o conceito judaico é diferente. Muitos judeus concordariam com o comentário de Adin Steinsaltz, um rabino: “Se a Bíblia é a pedra angular do judaísmo, o Talmude é a coluna central, erguendo-se a partir das fundações e sustentando o inteiro edifício espiritual e intelectual . . . Nenhuma outra obra teve uma influência comparável na teoria e na prática da vida judaica.” (The Essential Talmud) O que, então, é o Talmude?

Os judeus ortodoxos crêem não apenas que Deus deu a lei escrita, ou Tora, a Moisés no monte Sinai, mas também que Deus revelou-lhe explicações específicas sobre como aplicar essa Lei, e que essas deviam ser transmitidas através da palavra oral. Isso foi chamado de lei oral. Assim, o Talmude é o resumo escrito, com posteriores comentários e explicações, dessa lei oral, compilado por rabinos a partir do segundo século EC até a Idade Média.

O Talmude divide-se usualmente em duas seções principais:


Míxena: Uma coletânea de comentários suplementando a Lei escritural, baseada em explicações de rabinos chamados tanaítas (mestres). Foi escrita em fins do segundo e início do terceiro séculos EC.

Guemara (originalmente chamada de Talmude): Uma coletânea de comentários sobre a Míxena feita por rabinos de um período posterior (terceiro ao sexto séculos EC).

Além dessas duas divisões principais, o Talmude talvez inclua comentários sobre a Guemara feitos por rabinos já na Idade Média. Destacam-se os rabinos Rashi (Salomão ben Isaac, 1040-1105), que tornou bem mais compreensível a difícil linguagem do Talmude, e Rambam (Moisés ben Maimon, mais conhecido como Maimônides, 1135-1204), que reorganizou o Talmude e fez uma versão mais concisa dele (“Mishneh Torah”), tornando-o acessível a todos os judeus.