Mil Anos Como um Dia e Um Dia Como Mil Anos (John Gill: 2 Pedro 3:8)

comentário bíblico
2Pe 3:8 - Mas, amados, não sejais ignorantes nisso,... Aqui o apóstolo se dirige aos santos que ele escreve, e para quem ele tinha afeição e consideração, e para quem o bem estar ele se preocupava, para que eles não caíssem nesse período de tempo, visto que a promessa da vinda de Cristo foi dada, e que esses caluniadores objetavam; e, portanto, ele os teria conhecido, observado, e considerado isso, que pode ser de grande uso para eles fazerem suas mentes recordarem, e para manterem a fé e a expectativa da vinda de Cristo:

Que um dia para o Senhor é mil anos, e mil anos como um só dia;… Se referindo ou a Sal 90:4; ou a algum ditado judaico, baseado na mesma passagem, הק בה אלף שנים יומו של, “um dia do santíssimo Deus são mil anos”;[1] sugerindo, que embora entre trinta e quarenta anos tinha decorrido desde que a promessa fora determinada por Cristo de que ele viria novamente, e deveria se igualar a mil, ou dois mil anos mais, antes da vinda de Cristo, contudo, esta não deveria ser nenhuma objeção à realização da promessa; porque embora vários anos sejam muito consideráveis entre homens, ainda assim não é assim “com Deus”, como as versões Árabes e Etíopes leem, com quem mil anos, e eternidade, é apenas como um dia, Isa 43:13. A menos que devesse ser pensado que esta frase se refere, como é por alguns, que o dia de julgamento, é expressivo da duração: é certo que os judeus interpretaram dias como milênios, e consideravam milênios por dias, e usavam esta frase em confirmação disso. Assim eles dizem,[2]

“No tempo por vir, que são os últimos dias, no sexto dia, que é o sexto milênio, quando o Messias aparecer, porque o dia do santo Deus é mil anos.”

E um pouco depois,

““O Senhor tem criado um novo céu e uma nova terra, uma mulher alcançará um homem”. Esse é o tempo do Messias que é o sexto dia.””

E mais ainda,[3]

“O sexto grau é chamado o sexto dia, o dia do santo e abençoado Deus que é mil anos. E naquele dia o rei Messias virá, e será chamado a festividade do ajuntamento, porque o santo Deus juntará o seu povo cativo.”

Assim eles chamam o Sabbath, ou sétimo dia, o sétimo milênio, e interpretam.[4]

“O som do dia de sábado”, Sal 92:1 título para o sétimo milênio, porque um dia para o santo Deus é mil anos.”

O que concorda com a tradição de Elias, que diz;[5]

“É a tradição da casa de Elias, que a mundo será seis milênios, dois mil anos de vazio (sem a lei), dois mil anos da lei, e dois mil anos dos dias do Messias;”

Porque eles supunham que os seis dias da criação seriam expressivos de seis mil anos em que o mundo permanecerá; e que o sétimo dia prefigure o ultimo milênio, em que será o dia do julgamento, e o mundo por vir; porque

"os seis dias da criação (eles dizem)[6] é um sinal ou intimação destas coisas: no sexto dia o homem foi criado; e no sétimo o trabalho dEle fora acabado; assim os reis das nações do mundo (continuam) cinco millenniums, respondendo aos cinco dias em qual foi criado as aves e as coisas rastejando, e das águas, e outras coisas; e o prazer do reino deles é um pouco no sexto dia, correspondente à criação das bestas, e criaturas vivas criaradas neste momento no princípio; e o reino da casa de David será no sexto milênio, correspondente à criação do homem que conheceu o Criador dele e governou sobre deles todos; e no fim daquele milênio estará o dia do julgamento, correspondente ao homem que foi julgado no fim disso; e o sétimo é o sabbath, e é o começo do mundo por vir."

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[1] Bereshit Rabba, sec. 8. fol. 7. 3. Vajikra Rabba, sect. 19. fol. 160. 2. Bemidbar Rabba, sec. 14. fol. 216. 1. Shirhashirim Rabba, fol. 20. 1. Zohar em Exod. fol. 60. 1. Tzeror Hammor, fol. 157. 1. & Nishmet Chayim Orat. 1. c. 5. fol. 12. 1.
[2] Zohar em Gen. fol. 13. 4.
[3] Ib. fol. 16. 1.
[4] Bartenora in Misn. Tamid, c. 7. sec. 4.
[5] T. Bab. Sanhedrin, fol. 97. 1. & Avoda Zara, fol. 9. 1.
[6] Ceseph Misna in Maimon. Hilchot Teshuva, c. 9. sect. 2.