Comentário de J.W Scott: 1 Timóteo 2:8-15



ORIENTAÇÃO SOBRE ORAÇÃO E ENSINO NA CONGREGAÇÃO 1Tm 2.8-15

Em todas as congregações são os homens que devem geralmente dirigir orações e os que o fazem devem ter o cuidado de fazê-lo dignamente. Semelhantemente nas congregações as mulheres devem abster-se de adornos excessivos e procurar recomendar-se por suas boas obras. Precisam apresentar-se com modéstia e discrição estando prontas com calma e submissão para aprender e não com desejo agressivo de ensinar. O lugar próprio da mulher com relação ao homem está indicado pela ordem original da criação; e sua incapacidade para atuar como guia do homem demonstra-se pelo modo como Eva foi enganada e como transgrediu o mandamento de Deus. A vocação especial da mulher é a maternidade; e embora atualmente dê à luz filhos com sofrimento e em perigo de vida (ver Gn 3.16), aquelas que correspondem plenamente às exigências do evangelho passarão indenes por essa experiência.



No vers. 8 Paulo faz uma recomendação com autoridade, que se aplica a todo lugar onde crentes se reúnam para as condições de oração eficaz são pureza no culto. "Levantar as mãos" era uma atitude externa, reconhecida, de oração (ver Êx 17.11-12; 1Rs 8.22; Sl 28.2). As (com relação à pessoa que ora), paz (com relação ao próximo) e fé (com relação a Deus) (8). As mulheres devem dar um testemunho silencioso por seu traje conveniente e maneiras modestas, por suas vidas de atividade em boas obras (9-10). Cf. 1Pe 3.1-6. Timidez, gr. Aidos, significa um sentimento de acanhamento que preserva de conduta inconveniente; sobriedade, gr. sophrosyne, descreve uma circunspeção equilibrada. Nos cultos públicos convêm à mulher estar silenciosa e submissa - isto faz parte de sua verdadeira dignidade –  e não procurar arrebatar as rédeas do controle e dirigir o homem (11-12). Paulo não tolera, ou não permite isto; fazê-lo seria incentivar algo mau para ambos os sexos e violar a ordem da criação. Este apelo à mente e propósito do Criador mostra claro que Paulo não baseia o que diz simplesmente na posição atribuída à mulher na sociedade dos seus dias. Antes apela a um princípio, cuja orientação é de aplicação universal e permanente (ver 1Co 11.2-16). Demais disto, a tragédia da queda estabelece a verdade geral de que a mulher se deixa mais facilmente enganar do que o homem; desta sorte não lhe compete assumir a liderança em decidir qual doutrina ou qual prática convém à comunidade cristã. (Note-se entretanto que é privilégio da mulher ensinar crianças e mulheres mais jovens; veja-se 2Tm 1.5; 2Tm 3.14-15; Tt 2.3-4). No vers. 15 a mudança para o plural - elas - segue a referência a "mulher" nos vers. 11-14, que ali se emprega em sentido genérico e coletivo. A sentença final indica o que toda mulher em particular deve fazer ativamente para experimentar as bênçãos da salvação, no que concerne ao desempenho de sua função materna. Cf. 1Tm 1.5, as palavras em fé, etc. indicam o caminho da obediência cristã.