Livro de Daniel — Inspirado e Proveitoso

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Livro de Daniel— Inspirado e Proveitoso

Todos os que estão decididos a manter a integridade num mundo hostil fazem bem em considerar o excelente exemplo de Daniel e de seus três companheiros. Independente de quão ruim fosse a ameaça, eles continuaram a viver segundo os princípios divinos. Quando a vida deles corria risco, Daniel agia “com conselho e com sensatez” e com respeito pela autoridade superior do rei. (2:14-16) Quando a questão teve de ser decidida, os três hebreus preferiram a fornalha ardente a fazer um ato de idolatria, e Daniel preferiu a caverna dos leões a renunciar ao seu privilégio de orar a Jahweh. Em cada caso, Deus deu-lhes proteção. (3:4-6, 16-18, 27; 6:10, 11, 23) O próprio Daniel fornece esplêndido exemplo de dependência de Jahweh mediante orações. — 2:19-23; 9:3-23; 10:12.

As visões de Daniel são emocionantes e considerá-las fortalece a fé. Primeiro, considere as quatro visões relativas às potências mundiais: (1) Há a visão da temível estátua, cuja cabeça de ouro representa a dinastia de reis babilônios a partir de Nabucodonosor, após o que surgem três outros reinos, segundo prefigurados pelas outras partes da estátua. Estes são os reinos que são esmiuçados pela “pedra”, que, por sua vez, torna-se “um reino que jamais será arruinado”, o Reino de Deus. (2:31-45) (2) Seguem-se as visões pessoais de Daniel, a primeira sendo a dos quatro animais, que representam “quatro reis”. São semelhantes a um leão, a um urso, a um leopardo de quatro cabeças e a um animal de grandes dentes de ferro, dez chifres e, mais tarde, um chifre pequeno. (7:1-8, 17-28) (3) A seguir, há a visão do carneiro (Medo-Pérsia), o bode (Grécia) e o chifre pequeno. (8:1-27) (4) Por fim, temos a visão do rei do sul e do rei do norte. Daniel 11:5-19 descreve com exatidão a rivalidade entre os ramos egípcio e selêucida do Império Grego de Alexandre, após a morte de Alexandre, em 323 AEC. A partir do versículo 20, a profecia continua a traçar o proceder das nações sucessoras do sul e do norte. A referência de Jesus à “coisa repugnante que causa desolação” (11:31), na sua profecia sobre o sinal da sua presença, mostra que esta luta pelo poder dos dois reis continua até a “terminação do sistema de coisas”. (Mat. 24:3) Quão consoladora é a garantia da profecia de que num “tempo de aflição tal como nunca se fez ocorrer, desde que veio a haver nação até esse tempo”, o próprio Miguel pôr-se-á de pé para remover as nações ímpias e trazer paz para a humanidade obediente! — Dan. 11:20-12:1.

Há, então, a profecia de Daniel sobre as “setenta semanas”. Depois de 69 semanas havia de aparecer o “Messias, o Líder”. Notavelmente, 483 anos (69 vezes 7 anos) depois da “saída da palavra” para reconstruir Jerusalém, conforme autorizado por Artaxerxes, no seu 20.° ano, e executado por Neemias, em Jerusalém, Jesus de Nazaré foi batizado no rio Jordão e ungido com espírito santo, tornando-se Cristo, ou Messias, (isto é, Ungido). Isto foi no ano 29 EC. Depois disso, como Daniel também predisse, houve uma “exterminação”, quando Jerusalém foi desolada, em 70 EC. — Dan. 9:24-27; Luc. 3:21-23; 21:20.
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No sonho de Nabucodonosor relativo à árvore que foi derrubada, conforme registrado por Daniel, no capítulo 4, informa-se que o rei, que se jactava de suas próprias consecuções e confiava no seu próprio poder, foi humilhado por Deus. Fez-se que vivesse como animal do campo até reconhecer “que o Altíssimo é Governante no reino da humanidade e que ele o dá a quem quiser”. (Dan. 4:32) Seremos hoje como Nabucodonosor, jactando-nos de nossas consecuções e pondo a nossa confiança no poder dos homens, para que Deus tenha de nos punir, ou reconheceremos sabiamente que Ele é o Governante no reino da humanidade e depositaremos nossa confiança no Seu Reino?

A esperança do Reino é realçada do começo ao fim do livro de Daniel de um modo que inspira fé! Jahweh Deus é descrito como Supremo Soberano que estabelece um Reino que jamais será arruinado e que esmiuçará a todos os demais reinos. (2:19-23, 44; 4:25) Até mesmo os reis pagãos Nabucodonosor e Dario viram-se compelidos a reconhecer a supremacia de Jahweh. (3:28, 29; 4:2, 3, 37; 6:25-27) Deus é exaltado e glorificado como o Antigo de Dias que julga a questão do Reino e dá a “alguém semelhante a um filho de homem” o eterno ‘domínio, dignidade e um reino, para que todos os povos, grupos nacionais e línguas o sirvam’. Os “santos do Supremo” é que participam com Cristo Jesus, “o Filho do homem”, no Reino de Deus. (Dan. 7:13, 14, 18, 22; Mat. 24:30; Ap. 14:14) Ele é Miguel, o grande príncipe, que exerce seu poder do Reino para esmiuçar e acabar com todos os reinos deste velho mundo. (Dan. 12:1; 2:44; Mat. 24:3, 21; Ap. 12:7-10) Entender essas profecias e visões deve incentivar os que amam a justiça a atarefar-se e a vasculhar as páginas da Palavra de Deus para encontrar as verdadeiras “coisas maravilhosas” dos propósitos do Reino de Deus que nos são reveladas por meio do proveitoso e inspirado livro de Daniel. — Dan. 12:2, 3, 6.