Cativeiro no Velho Testamento - Part. 4
Ao se desenvolver entre os judeus o arranjo duma sinagoga local, intensificou-se a necessidade de cópias das Escrituras para as comunidades dos exilados judeus em toda a Média, Pérsia e Babilônia. Esdras era conhecido como “copista destro da lei de Moisés”, indicando que cópias da lei de Jahweh tinham sido trazidas de Judá, fazendo-se reproduções delas. (Esd 7:6) Sem dúvida, estes preciosos rolos de gerações passadas incluíam o livro de Salmos, com a probabilidade de que o Salmo 137, e talvez também o Salmo 126, fossem compostos durante o cativeiro, ou pouco depois. Os seis chamados Salmos Hallel (113 a 118) eram entoados nas grandes festas da Páscoa, depois da volta do restante de Babilônia.
Restauração e a Dispersão. Na política de Babilônia, de não haver retorno, não se encontrava nenhuma esperança de soltura do cativeiro. O Egito, a quem Israel havia certa vez recorrido em busca de ajuda, não estava nem militarmente, nem de outro modo, em condições de ajudar, e as outras nações eram igualmente impotentes, se não francamente hostis aos judeus. Somente nas promessas proféticas de Jahweh havia alguma base para esperança. Moisés e Salomão, séculos antes, haviam falado duma restauração após o cativeiro. (De 30:1-5; 1Rs 8:46-53) Outros profetas também asseguravam o livramento do exílio. (Je 30:10; 46:27; Ez 39:25-27; Am 9:13-15; Sof 2:7; 3:20) Isaías, nos últimos 18 capítulos ( 49-66) da sua profecia, desenvolveu este tema de restauração até um clímax arrebatador. Os falsos profetas, porém, mostraram estar errados ao predizerem um pronto livramento, e todos os que confiaram neles ficaram tristemente desapontados. — Je 28:1-17.
O fiel Jeremias mostrou ser aquele que indicou a duração correta da desolação de Jerusalém e de Judá como 70 anos, após o que viria o tempo de restauração. (Je 25:11, 12; 29:10-14; 30:3, 18) A respeito disso, Daniel, no primeiro ano de Dario, o medo, ‘compreendeu pelos livros o número de anos a respeito dos quais viera a haver a palavra de Jeová para Jeremias, o profeta, para se cumprirem as devastações de Jerusalém, a saber, setenta anos’. — Da 9:1, 2.
Quantos exilados retornaram a Jerusalém de Babilônia em 537 AEC? No começo de 537 AEC, o rei persa Ciro II emitiu um decreto, permitindo aos cativos retornar a Jerusalém e reconstruir o templo. (2Cr 36:20, 21; Esd 1:1-4) Logo houve preparativos em andamento. Sob a direção do governador Zorobabel e do sumo sacerdote Jesua, “os filhos do Exílio” (Esd 4:1), somando 42.360 homens, além de 7.537 escravos e cantores, empreenderam a viagem de cerca de quatro meses. Uma nota de rodapé na sexta edição da tradução da Bíblia por Isaac Leeser sugere que o número total ascendeu a cerca de 200.000, inclusive mulheres e crianças. Por volta do sétimo mês, no outono setentrional, estavam estabelecidos nas suas cidades. (Esd 1:5-3:1) Providencialmente, a linhagem real de Davi, levando a Cristo, havia sido preservada por meio de Joaquim (Jeconias) e de Zorobabel. Também, a linhagem do sumo sacerdote levítico continuou ininterrupta por meio de Jeozadaque, e, por sua vez, pelo seu filho Jesua. — Mt 1:11-16; 1Cr 6:15; Esd 3:2, 8.
Posteriormente, mais cativos retornaram à Palestina. Em 468 AEC, Esdras foi acompanhado por mais de 1.750 pessoas, número que aparentemente inclui apenas varões adultos. (Esd 7:1-8:32) Alguns anos mais tarde, Neemias fez pelo menos duas viagens de Babilônia a Jerusalém, mas não se revela quantos judeus retornaram com ele. — Ne 2:5, 6, 11; 13:6, 7.
O cativeiro pôs fim à separação de Judá e Israel. Os conquistadores não fizeram distinção segundo origens tribais, ao deportarem os exilados. “Os filhos de Israel e os filhos de Judá estão sendo oprimidos juntos”, observou Jahweh. (Je 50:33) Quando o primeiro contingente retornou em 537 AEC, havia entre eles representantes de todas as tribos de Israel. Mais tarde, ao terminar a reconstrução do templo, fez-se um sacrifício de 12 bodes, “segundo o número das tribos de Israel”. (Esd 6:16, 17) Esta reunificação após o cativeiro foi indicada em profecia. Por exemplo, Jahweh prometeu “trazer Israel de volta”. (Je 50:19) Além disso, Jahweh disse: “Vou trazer de volta os cativos de Judá e os cativos de Israel, e vou edificá-los assim como no princípio.” (Je 33:7) A visão de Ezequiel, a respeito das duas varetas que se tornaram uma só ( 37:15-28), indicava que os dois reinos se tornariam novamente uma só nação. Isaías predisse que Jesus Cristo se tornaria uma pedra de tropeço “para ambas as casas de Israel”, o que dificilmente significava que Jesus, ou os 12 que ele enviou durante a sua terceira viagem pela Galiléia, teriam de visitar povoações na longínqua Média, a fim de pregar a descendentes de israelitas do reino setentrional. (Is 8:14; Mt 10:5, 6; 1Pe 2:8) A profetisa Ana, em Jerusalém, na época do nascimento de Jesus, era da tribo de Aser, a qual era antes contada com o reino setentrional. — Lu 2:36.
Nem todos os judeus retornaram a Jerusalém junto com Zorobabel, mas apenas “um mero restante”. (Is 10:21, 22) Entre os que retornaram, havia muito poucos que tinham visto o templo original. A velhice impediu muitos de arriscar as penúrias da viagem. Outros, que dum ponto de vista físico poderiam ter feito a viagem, preferiram permanecer onde estavam. Muitos, sem dúvida, no decorrer dos anos, haviam conseguido certo êxito material e estavam satisfeitos de continuar onde se encontravam. Se a reconstrução do templo de Jahweh não ocupasse o primeiro lugar na sua vida, não estariam inclinados a fazer a viagem perigosa, com um futuro incerto à frente. E, naturalmente, os que se mostravam apóstatas não tinham nenhum incentivo para voltar.
Isto significa que, como povo, parte dos judeus permaneceu espalhada e veio a ser conhecida como a Diasporá, ou “Dispersão”. No quinto século AEC, havia comunidades de judeus em todos os 127 distritos jurisdicionais do Império Persa. (Est 1:1; 3:8) Certos descendentes dos exilados até mesmo obtiveram elevadas posições em cargos governamentais: por exemplo, Mordecai e Ester, sob o rei persa Assuero (Xerxes I), e Neemias, como copeiro real de Artaxerxes Longímano. (Est 9:29-31; 10:2, 3; Ne 1:11) Esdras, ao compilar Crônicas, escreveu que muitos daqueles dispersos em várias cidades no L ‘ficam lá até o dia de hoje’ (c. 460 AEC). (1Cr 5:26) Com a ascensão do Império Grego, alguns judeus foram levados por Alexandre Magno para a sua nova cidade egípcia de Alexandria, onde aprenderam a falar grego. Foi ali que, no terceiro século AEC, começou a tradução das Escrituras Hebraicas (AT) para o grego, para produzir a Septuaginta. A guerras siro-egípcias resultaram na transferência de muitos judeus respectivamente para a Ásia Menor e para o Egito. Pompeu, ao conquistar Jerusalém, em 63 AEC, levou judeus a Roma, como escravos.
A grande dispersão dos judeus através do Império Romano foi fator contribuinte para a rápida difusão do cristianismo. Jesus Cristo limitou sua própria pregação ao solo de Israel, mas ordenou que seus seguidores se espalhassem e estendessem seu ministério “até à parte mais distante da terra”. (At 1:8) Judeus de diferentes partes do Império Romano estavam presentes em Jerusalém na festividade de Pentecostes de 33 EC, e eles ouviram os cristãos gerados pelo espírito pregar sobre Jesus nas línguas de Pártia, Média, Elão, Mesopotâmia, Capadócia, Ponto, o distrito da Ásia, Frígia, Panfília, Egito, Líbia, Creta, Arábia e Roma. Milhares deles, ao voltarem às suas terras, levaram consigo a sua recém-encontrada fé. (At 2:1-11) Na maioria das cidades visitadas por Paulo ele encontrou sinagogas em que podia prontamente falar aos judeus da Dispersão. Em Listra, Paulo conheceu Timóteo, cuja mãe era judia. Áquila e Priscila tinham recentemente chegado de Roma, quando Paulo chegou a Corinto, por volta de 50 EC. (At 13:14; 14:1; 16:1; 17:1, 2; 18:1, 2, 7; 19:8) O grande número de judeus em Babilônia fez com que valesse a pena Pedro fazer empenho de ir para lá a fim de realizar seu ministério entre “os circuncisos”. (Gál 2:8; 1Pe 5:13) Esta comunidade de judeus em Babilônia continuou como o mais importante centro do judaísmo por bastante tempo após a destruição de Jerusalém em 70 EC.
Restauração e a Dispersão. Na política de Babilônia, de não haver retorno, não se encontrava nenhuma esperança de soltura do cativeiro. O Egito, a quem Israel havia certa vez recorrido em busca de ajuda, não estava nem militarmente, nem de outro modo, em condições de ajudar, e as outras nações eram igualmente impotentes, se não francamente hostis aos judeus. Somente nas promessas proféticas de Jahweh havia alguma base para esperança. Moisés e Salomão, séculos antes, haviam falado duma restauração após o cativeiro. (De 30:1-5; 1Rs 8:46-53) Outros profetas também asseguravam o livramento do exílio. (Je 30:10; 46:27; Ez 39:25-27; Am 9:13-15; Sof 2:7; 3:20) Isaías, nos últimos 18 capítulos ( 49-66) da sua profecia, desenvolveu este tema de restauração até um clímax arrebatador. Os falsos profetas, porém, mostraram estar errados ao predizerem um pronto livramento, e todos os que confiaram neles ficaram tristemente desapontados. — Je 28:1-17.
O fiel Jeremias mostrou ser aquele que indicou a duração correta da desolação de Jerusalém e de Judá como 70 anos, após o que viria o tempo de restauração. (Je 25:11, 12; 29:10-14; 30:3, 18) A respeito disso, Daniel, no primeiro ano de Dario, o medo, ‘compreendeu pelos livros o número de anos a respeito dos quais viera a haver a palavra de Jeová para Jeremias, o profeta, para se cumprirem as devastações de Jerusalém, a saber, setenta anos’. — Da 9:1, 2.
Quantos exilados retornaram a Jerusalém de Babilônia em 537 AEC? No começo de 537 AEC, o rei persa Ciro II emitiu um decreto, permitindo aos cativos retornar a Jerusalém e reconstruir o templo. (2Cr 36:20, 21; Esd 1:1-4) Logo houve preparativos em andamento. Sob a direção do governador Zorobabel e do sumo sacerdote Jesua, “os filhos do Exílio” (Esd 4:1), somando 42.360 homens, além de 7.537 escravos e cantores, empreenderam a viagem de cerca de quatro meses. Uma nota de rodapé na sexta edição da tradução da Bíblia por Isaac Leeser sugere que o número total ascendeu a cerca de 200.000, inclusive mulheres e crianças. Por volta do sétimo mês, no outono setentrional, estavam estabelecidos nas suas cidades. (Esd 1:5-3:1) Providencialmente, a linhagem real de Davi, levando a Cristo, havia sido preservada por meio de Joaquim (Jeconias) e de Zorobabel. Também, a linhagem do sumo sacerdote levítico continuou ininterrupta por meio de Jeozadaque, e, por sua vez, pelo seu filho Jesua. — Mt 1:11-16; 1Cr 6:15; Esd 3:2, 8.
Posteriormente, mais cativos retornaram à Palestina. Em 468 AEC, Esdras foi acompanhado por mais de 1.750 pessoas, número que aparentemente inclui apenas varões adultos. (Esd 7:1-8:32) Alguns anos mais tarde, Neemias fez pelo menos duas viagens de Babilônia a Jerusalém, mas não se revela quantos judeus retornaram com ele. — Ne 2:5, 6, 11; 13:6, 7.
O cativeiro pôs fim à separação de Judá e Israel. Os conquistadores não fizeram distinção segundo origens tribais, ao deportarem os exilados. “Os filhos de Israel e os filhos de Judá estão sendo oprimidos juntos”, observou Jahweh. (Je 50:33) Quando o primeiro contingente retornou em 537 AEC, havia entre eles representantes de todas as tribos de Israel. Mais tarde, ao terminar a reconstrução do templo, fez-se um sacrifício de 12 bodes, “segundo o número das tribos de Israel”. (Esd 6:16, 17) Esta reunificação após o cativeiro foi indicada em profecia. Por exemplo, Jahweh prometeu “trazer Israel de volta”. (Je 50:19) Além disso, Jahweh disse: “Vou trazer de volta os cativos de Judá e os cativos de Israel, e vou edificá-los assim como no princípio.” (Je 33:7) A visão de Ezequiel, a respeito das duas varetas que se tornaram uma só ( 37:15-28), indicava que os dois reinos se tornariam novamente uma só nação. Isaías predisse que Jesus Cristo se tornaria uma pedra de tropeço “para ambas as casas de Israel”, o que dificilmente significava que Jesus, ou os 12 que ele enviou durante a sua terceira viagem pela Galiléia, teriam de visitar povoações na longínqua Média, a fim de pregar a descendentes de israelitas do reino setentrional. (Is 8:14; Mt 10:5, 6; 1Pe 2:8) A profetisa Ana, em Jerusalém, na época do nascimento de Jesus, era da tribo de Aser, a qual era antes contada com o reino setentrional. — Lu 2:36.
Nem todos os judeus retornaram a Jerusalém junto com Zorobabel, mas apenas “um mero restante”. (Is 10:21, 22) Entre os que retornaram, havia muito poucos que tinham visto o templo original. A velhice impediu muitos de arriscar as penúrias da viagem. Outros, que dum ponto de vista físico poderiam ter feito a viagem, preferiram permanecer onde estavam. Muitos, sem dúvida, no decorrer dos anos, haviam conseguido certo êxito material e estavam satisfeitos de continuar onde se encontravam. Se a reconstrução do templo de Jahweh não ocupasse o primeiro lugar na sua vida, não estariam inclinados a fazer a viagem perigosa, com um futuro incerto à frente. E, naturalmente, os que se mostravam apóstatas não tinham nenhum incentivo para voltar.
Isto significa que, como povo, parte dos judeus permaneceu espalhada e veio a ser conhecida como a Diasporá, ou “Dispersão”. No quinto século AEC, havia comunidades de judeus em todos os 127 distritos jurisdicionais do Império Persa. (Est 1:1; 3:8) Certos descendentes dos exilados até mesmo obtiveram elevadas posições em cargos governamentais: por exemplo, Mordecai e Ester, sob o rei persa Assuero (Xerxes I), e Neemias, como copeiro real de Artaxerxes Longímano. (Est 9:29-31; 10:2, 3; Ne 1:11) Esdras, ao compilar Crônicas, escreveu que muitos daqueles dispersos em várias cidades no L ‘ficam lá até o dia de hoje’ (c. 460 AEC). (1Cr 5:26) Com a ascensão do Império Grego, alguns judeus foram levados por Alexandre Magno para a sua nova cidade egípcia de Alexandria, onde aprenderam a falar grego. Foi ali que, no terceiro século AEC, começou a tradução das Escrituras Hebraicas (AT) para o grego, para produzir a Septuaginta. A guerras siro-egípcias resultaram na transferência de muitos judeus respectivamente para a Ásia Menor e para o Egito. Pompeu, ao conquistar Jerusalém, em 63 AEC, levou judeus a Roma, como escravos.
A grande dispersão dos judeus através do Império Romano foi fator contribuinte para a rápida difusão do cristianismo. Jesus Cristo limitou sua própria pregação ao solo de Israel, mas ordenou que seus seguidores se espalhassem e estendessem seu ministério “até à parte mais distante da terra”. (At 1:8) Judeus de diferentes partes do Império Romano estavam presentes em Jerusalém na festividade de Pentecostes de 33 EC, e eles ouviram os cristãos gerados pelo espírito pregar sobre Jesus nas línguas de Pártia, Média, Elão, Mesopotâmia, Capadócia, Ponto, o distrito da Ásia, Frígia, Panfília, Egito, Líbia, Creta, Arábia e Roma. Milhares deles, ao voltarem às suas terras, levaram consigo a sua recém-encontrada fé. (At 2:1-11) Na maioria das cidades visitadas por Paulo ele encontrou sinagogas em que podia prontamente falar aos judeus da Dispersão. Em Listra, Paulo conheceu Timóteo, cuja mãe era judia. Áquila e Priscila tinham recentemente chegado de Roma, quando Paulo chegou a Corinto, por volta de 50 EC. (At 13:14; 14:1; 16:1; 17:1, 2; 18:1, 2, 7; 19:8) O grande número de judeus em Babilônia fez com que valesse a pena Pedro fazer empenho de ir para lá a fim de realizar seu ministério entre “os circuncisos”. (Gál 2:8; 1Pe 5:13) Esta comunidade de judeus em Babilônia continuou como o mais importante centro do judaísmo por bastante tempo após a destruição de Jerusalém em 70 EC.