FALSOS CRISTOS (John Gill: Mateus 24:5)

Pois muitos virão em meu nome,… Por suas ordens, ou com poderes e autoridades delegados dele; mas iriam assumir o nome do Messias, o que era peculiarmente Seu, para si mesmos; e tomariam sobre si mesmos o Seu ofício, e se apropriariam da honra e dignidade que pertence a Ele:

Dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos. Este é o primeiro sinal, que precede a destruição da cidade e do templo de Jerusalém; como havia uma expectativa geral entre os judeus de um Messias, ou seja, de alguém que deveria surgir e livrá-los do jugo romano, que era o significado comum transmitido pela ideia da palavra, neste período de tempo; muitos até se proclamaram salvadores e redentores do povo de Israel, e tinham cada um deles os seus seguidores em grande número, aos quais eram levados à destruição. Deste tipo foi Theudas, não aquele que fala de Gamaliel, Atos 5:36, pois ele era antes deste tempo, mas um que existiu no tempo de Cláudio César, quando Cuspius Fadus era governador da Judéia, que persuadiu um grande número a segui-lo para o rio Jordão, prometendo dividir as águas com uma palavra de comando, e dar-lhes uma passagem pelo rio; e assim, como observa o historiador (c), πολλους ηπατησην, “enganou muitos”, que é a mesma coisa aqui prevista; mas ele e seus seguidores foram conquistados por Fadus, e sua cabeça cortada. Havia um outro chamado do Egito, mencionado em At 21:38, que fez um alvoroço, e levou quatro mil faquistas para o deserto, e este mesmo homem convenceu trinta mil homens a segui-lo para o Monte das Oliveiras, prometendo uma passagem livre para a cidade, mas ele foi vencido por Felix, então governador da Judéia; ele fugiu, e muitos de seus seguidores foram mortos e tomados (d), e, além disso, houve muitos mágicos e impostores, que forjavam sinais e prodígios, e prometiam ao povo libertação de seus males, por quem foram postos em ruína. Havia outros também além destes, que se proclamavam redentores, que se chamavam pelo nome de Messias. Entre estes, podemos mencionar Simão, o Mago, que se dizia ser alguém grande, sim, expressamente, que ele era a palavra de Deus, o Filho de Deus (e), que eram conhecidos títulos do Messias, e Dositheus, o samaritano, que afirmava ser o Cristo (f); Menandro que também afirmou que nenhum homem poderia ser salvo, a menos que ele fosse batizado no seu nome (g), que são as instâncias antes da destruição de Jerusalém, o que confirma a profecia aqui entregue.


Fonte: John Gill's Exposition of the Entire Bible de Dr. John Gill (1690-1771)

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Notas:
(c) Joseph. Antiq. l. 20. c. 2.
(d) Joseph. Antiq. l. 20. c. 6.
(e) Jerom in loc. Iren. adv. Haeres. l. 1. c. 20.
(f) Origen contr. Cels. l. 1. p. 44.
(g) Tertull. de prescript. Haeret. c. 46.