Formação da Igreja em Roma
A COMPOSIÇÃO DA IGREJA EM ROMA
Da informação acima, deve-se conceder que a igreja em Roma inicialmente era judaica quanto ao seu caráter. Se, segundo Ambrosiaster, a igreja era do tipo judaico, ela teria sido muito parecida com a igreja em Jerusalém no início, com a proclamação restringida à comunidade judaica, e teria feito uso das sinagogas para a adoração. Os crentes se reuniriam durante os dias de semana, de casa em casa, para oração e instrução acerca de sua nova fé. O cristianismo parece ter feito invasões tais dentro da fé judaica tradicional que, depois de alguns anos, levantou-se um conflito entre judeus crentes e descrentes. Suetônio, historiador romano, escreveu que Cláudio ordenou a expulsão dos judeus de Roma (por volta de 49 d.C.) por causa de um constante tumulto no setor judaico sob a "instigação de Chrestus". Pensa-se que isto foi, na realidade, o conflito incitado pela pregação sobre Cristo. Quantos judeus foram expulsos não se sabe. Todavia, sabe-se que grandes números deles realmente partiram, entre os quais estavam Priscila e Áqüila (At. 18:2). Sabe-se ainda que, após a morte de Cláudio em 54 d.C, os judeus tiveram permissão de voltar, sob o governo de Nero.
Com a expulsão dos judeus, sente-se que a igreja em Roma tornou-se basicamente uma igreja gentia. Talvez o tumulto tenha surgido porque tantos gentios estavam sendo salvos e se tornaram uma ameaça aos judeus descrentes. Quando Paulo escreveu à igreja (56 d.C), está evidente que ele endereçou a carta a uma congregação mormente gentia. Em Romanos 11:13, Paulo afirma: "Mas é a vós, gentios, que falo; e porquanto sou apóstolo dos gentios..." Ele escreve (1:5,6) que é o apóstolo dos gentios "entre os quais sois também". Em outro lugar, em sua carta, Paulo escreve a não-judeus, acerca de seu povo, os judeus (9:3; 10:1; 11:15; caps. 25,26, 30,31, etc).
Contudo, parece realmente haver várias referências a uma minoria judaica. O argumento de Romanos 2 é melhor entendido por um cristão judeu; a menção de pessoas com nomes judeus (Rom. 16) indica que Paulo conhecia alguns irmãos judeus na igreja. Paulo menciona Priscila e Áqüila e "a igreja que está na casa deles" (16:5), o que significaria que pelo menos estes bem conhecidos judeus cristãos estavam na igreja em Roma. As passagens sobre privilégios e responsabilidades iguais de judeus e gentios (1:16; 3:29; 10:12) e a discussão acerca da nação judaica capítulos 9 a 11, seriam fúteis sem leitores judeus. Oscar Cullmann sugere que o conflito a que Paulo se refere em Filipenses 1:12-30 foi um conflito entre judeus cristãos e gentios (Peter: Disciple, Apostle, Martyr — Pedro: Discípulo, Apóstolo, Mártir, p. 106-108). Ele sugere que Pedro chegou a Roma para acalmar um elemento judaico, e, com a falha de Pedro, o elemento judaico traiu os cristãos gentios, entregando-os nas mãos das autoridades romanas. Tácito (Ann., 15,44), um historiador romano, escreveu acerca de uma grande multidão de cristãos que foram marti¬rizados durante a perseguição de Nero, que se seguiu ao incêndio de Roma. Talvez Apocalipse 2:9 seja uma referência encoberta à traição dos cristãos pelos judaizantes. Paulo sempre enfrentou este problema em seu ministério, e o elemento judaico, na igreja em Roma, provavelmente seguiria o mesmo padrão, na tentativa de vencer o forte grupo cristão gentio.
Da informação acima, deve-se conceder que a igreja em Roma inicialmente era judaica quanto ao seu caráter. Se, segundo Ambrosiaster, a igreja era do tipo judaico, ela teria sido muito parecida com a igreja em Jerusalém no início, com a proclamação restringida à comunidade judaica, e teria feito uso das sinagogas para a adoração. Os crentes se reuniriam durante os dias de semana, de casa em casa, para oração e instrução acerca de sua nova fé. O cristianismo parece ter feito invasões tais dentro da fé judaica tradicional que, depois de alguns anos, levantou-se um conflito entre judeus crentes e descrentes. Suetônio, historiador romano, escreveu que Cláudio ordenou a expulsão dos judeus de Roma (por volta de 49 d.C.) por causa de um constante tumulto no setor judaico sob a "instigação de Chrestus". Pensa-se que isto foi, na realidade, o conflito incitado pela pregação sobre Cristo. Quantos judeus foram expulsos não se sabe. Todavia, sabe-se que grandes números deles realmente partiram, entre os quais estavam Priscila e Áqüila (At. 18:2). Sabe-se ainda que, após a morte de Cláudio em 54 d.C, os judeus tiveram permissão de voltar, sob o governo de Nero.
Com a expulsão dos judeus, sente-se que a igreja em Roma tornou-se basicamente uma igreja gentia. Talvez o tumulto tenha surgido porque tantos gentios estavam sendo salvos e se tornaram uma ameaça aos judeus descrentes. Quando Paulo escreveu à igreja (56 d.C), está evidente que ele endereçou a carta a uma congregação mormente gentia. Em Romanos 11:13, Paulo afirma: "Mas é a vós, gentios, que falo; e porquanto sou apóstolo dos gentios..." Ele escreve (1:5,6) que é o apóstolo dos gentios "entre os quais sois também". Em outro lugar, em sua carta, Paulo escreve a não-judeus, acerca de seu povo, os judeus (9:3; 10:1; 11:15; caps. 25,26, 30,31, etc).
Contudo, parece realmente haver várias referências a uma minoria judaica. O argumento de Romanos 2 é melhor entendido por um cristão judeu; a menção de pessoas com nomes judeus (Rom. 16) indica que Paulo conhecia alguns irmãos judeus na igreja. Paulo menciona Priscila e Áqüila e "a igreja que está na casa deles" (16:5), o que significaria que pelo menos estes bem conhecidos judeus cristãos estavam na igreja em Roma. As passagens sobre privilégios e responsabilidades iguais de judeus e gentios (1:16; 3:29; 10:12) e a discussão acerca da nação judaica capítulos 9 a 11, seriam fúteis sem leitores judeus. Oscar Cullmann sugere que o conflito a que Paulo se refere em Filipenses 1:12-30 foi um conflito entre judeus cristãos e gentios (Peter: Disciple, Apostle, Martyr — Pedro: Discípulo, Apóstolo, Mártir, p. 106-108). Ele sugere que Pedro chegou a Roma para acalmar um elemento judaico, e, com a falha de Pedro, o elemento judaico traiu os cristãos gentios, entregando-os nas mãos das autoridades romanas. Tácito (Ann., 15,44), um historiador romano, escreveu acerca de uma grande multidão de cristãos que foram marti¬rizados durante a perseguição de Nero, que se seguiu ao incêndio de Roma. Talvez Apocalipse 2:9 seja uma referência encoberta à traição dos cristãos pelos judaizantes. Paulo sempre enfrentou este problema em seu ministério, e o elemento judaico, na igreja em Roma, provavelmente seguiria o mesmo padrão, na tentativa de vencer o forte grupo cristão gentio.