Justificação na Teologia Paulina
5. Justificação
Um fato mais extraordinário para o ex-fariseu, era que essa experiência foi adquirida sem esforço consciente e até mesmo contra o esforço consciente (Fil 3:7). Depois de anos de luta infrutífera de um único ato de auto-entrega, se tinha trazido uma garantia de que ele não tinha esperança de alcançar. E esse ato de auto-entrega é o que Paulo quer dizer com “fé”, “a fé sem obras.” Esta fé é, naturalmente, muito mais do que um mero reconhecimento intelectual de um fato (Tiago 2:19), e é um ato de todo o homem, muito complexo, uma análise simples. Ele observa, contudo, a sua declaração em referência perfeita de Cristo quando exortou-nos a “receber o reino de Deus como uma criança pequena” (Mar 10:15). Por um simples ato de entrega, Paulo não se encontrou mais no temor de seus pecados; ele estava em paz com Deus, e confiante quanto ao seu futuro; em uma palavra: “justificado.” Em um sentido, com certeza, “obras” ainda estavam envolvidas, sem o passado de lutas o resultado não teria sido alcançado. Um desejo, embora imperfeito, de fazer direito é uma preparação necessária para a justificação, e uma palavra não tem sentido algum para um homem satisfeito em ser afundado no seu egoísmo completo (Rom 6:2; 3:8, etc.) Este desejo de fazer o certo, o que Paulo sempre pressupõe, e do conteúdo ministrado da “fé” são as garantias suficientes contra antinomianismo. Mas a graça não é de forma compatível com os esforços do passado, nem se originam deles. É um simples presente de Deus (Rom 6:23).
Fonte: International Standard Bible Encyclopedia de James Orr, M.A., D.D., Editor General