O Dia da Expiação e o Tabernáculo

O Dia da Expiação e o TabernáculoO Dia da Expiação e o Tabernáculo



Era a este tabernáculo que as pessoas traziam seus sacrifícios durante o ano. Mas o décimo dia do sétimo mês do calendário hebreu era o dia de destaque do ano. Era o Dia da Expiação. (Levíticos 16:29-31; 23:27) Neste dia abria-se o portão do pátio, para que o povo pudesse ver o que acontecia no tabernáculo, mas ninguém do povo que não fosse designado para o serviço do templo podia entrar. O reposteiro do tabernáculo, atrás das cinco colunas de entrada, estava sempre no lugar, de modo que ninguém, a não ser os sacerdotes que ministravam dentro do tabernáculo, via o que estava acontecendo ali. No entanto, enquanto se realizava a expiação, apenas o sumo sacerdote é que entrava no tabernáculo. (Lev. 16:17) Nunca ninguém entrava no Santíssimo exceto o sumo sacerdote, que entrava naquele compartimento apenas naquele único dia do ano. — Heb. 9:7.

No dia da Expiação, os sacrifícios principais, além das necessárias ofertas queimadas, eram um novilho, animal perfeito, e um bode, chamado de ‘bode para Javé’. Trazia-se também outro bode, sobre o qual se confessavam os pecados do povo, por parte do sumo sacerdote, e o bode era levado ao ermo, para morrer ali. — Lev. 16:3-10.

Fazia-se o touro ficar em pé ao lado setentrional do altar da oferta queimada, e então era abatido. (Veja Levítico 1:11.) o sumo sacerdote entrava primeiro no Santíssimo com um incensário portátil, ou porta-lume para incenso, com brasas tiradas do altar. (Lev. 16:12, 13) Depois de queimar incenso no Santíssimo, entrava ali novamente, esta vez com um pouco do sangue do touro, que ele aspergia no chão diante da Arca do Pacto e em direção dela, com sua tampa propiciatória ou propiciatório. Este sangue constituía um apelo para a misericórdia de Deus para conceder propiciação ou a cobertura dos pecados do sumo sacerdote e de “sua casa”, que incluía toda a tribo de Levi. — Lev. 16:11, 14.

A terceira entrada no Santíssimo era com sangue do ‘bode para Javé’, que era aspergido diante da Arca pelos pecados do povo. Um pouco do sangue do touro e do bode era posto sobre o altar da oferta queimada e sobre seus chifres. A gordura dos animais era queimada no altar e os cadáveres eram levados fora do acampamento e queimados, com pele e tudo. — Lev. 16:25, 27.

Desta maneira o povo recebia a satisfação de saber que fazia o que Deus ordenara, o que lhe agradava, e que seus pecados eram sustados ou adiados por mais um ano. O apóstolo Paulo observou a respeito do arranjo sacrificial da Lei: “O sangue de bodes e de touros, e as cinzas duma novilha, aspergidos sobre os aviltados, santifica até à purificação da carne.” — Heb. 9:13.

Mas os israelitas tinham de observar o Dia da Expiação cada ano, e entre estas ocasiões tinham de fazer sacrifícios específicos por certos pecados pessoais. Conforme o apóstolo prosseguiu: “Quanto mais o sangue do Cristo, o qual, por intermédio dum Espírito eterno, se ofereceu a Deus sem mácula, purificará as nossas consciências de obras mortas, para que prestemos serviço sagrado ao Deus vivente’” — Heb. 9:14.

A Lei, com seu tabernáculo e templo, apenas tinha “uma sombra das boas coisas vindouras, mas não a própria substância das coisas”, porque “a realidade pertence ao Cristo”. — Heb. 10:1; Col. 2:17.

Nunca entrou na idéia dos hebreus que algum dia teriam um Sumo Sacerdote que realmente entregaria sua própria vida humana como sacrifício, e que entraria, não no Santíssimo do tabernáculo ou templo terrestre, mas no próprio céu, na própria presença de Deus, no seu grande templo espiritual. Este templo espiritual e de que modo serve hoje como centro da verdadeira adoração será o assunto dum próximo artigo desta série da Biblioteca. — Heb. 9:24.

“Javé está no seu santo templo. Javé — nos céus está o seu trono. Seus próprios olho, observam, seus próprios olhos radiantes examinam os filhos dos homens. O próprio Javé examina tanto o justo como o iníquo, e Sua alma certamente odeia a quem ama a violência. Fará chover armadilhas fogo e enxofre sobre os iníquos, bem como um vento tórrido, como porção do seu copo. Pois Javé é justo; deveras ama atos justos. Os retos são os que observarão a sua face.” — Sal. 11:4-7.