Regulamentos e funções dos Sacerdotes

Regulamentos e funções dos SacerdotesRegulamentos e Funções dos Sacerdotes


Exigia-se que os sacerdotes mantivessem asseio pessoal e elevadas normas de moral. Ao entrarem na tenda de reunião e antes de apresentarem uma oferta no altar, tinham de lavar as mãos e os pés na bacia no pátio, ‘para que não morressem’. (Êx 30:17-21; 40:30-32) Ordenou-se-lhes, com um aviso similar, não tomar vinho ou bebida inebriante ao servirem no santuário. (Le 10:8-11) Não podiam aviltar-se por tocar num cadáver ou por prantear os mortos; isto os tornaria temporariamente impuros para o serviço. Os subsacerdotes (mas não o sumo sacerdote) podiam fazer isso, porém, para um parente muito achegado: mãe, pai, filho, filha, irmão, ou irmã virgem que lhe fosse achegada (evidentemente, morando com ele ou perto dele); também a esposa possivelmente estava incluída nos achegados a ele. (Le 21:1-4) O sacerdote que se tornasse impuro por motivo de lepra, de um fluxo, ou de um cadáver ou outra coisa impura, não podia comer das coisas sagradas nem realizar serviço no santuário até ser purificado, senão tinha de morrer. — Le 22:1-9.

Ordenou-se aos sacerdotes não rapar a cabeça ou aparar a extremidade da barba, nem fazer incisões em si mesmos, prática comum entre os sacerdotes pagãos. (Le 21:5, 6; 19:28; 1Rs 18:28) Ao passo que o sumo sacerdote só podia casar-se com uma virgem, os subsacerdotes podiam casar-se com uma viúva, mas não com uma divorciada ou uma prostituta. (Le 21:7, 8; compare isso com Le 21:10, 13, 14.) Evidentemente, todos os membros da família do sumo sacerdote deviam manter a elevada norma de moral e a dignidade atribuída ao cargo do sacerdote. Assim, a filha de sacerdote que se tornasse prostituta devia ser morta, sendo depois queimada como algo detestável para Deus. — Le 21:9.

Enquanto estavam no ermo, por ocasião das mudanças de acampamento, era dever de Arão e dos seus filhos cobrir a mobília e os utensílios sagrados na tenda de reunião, antes de se permitir que outros coatitas os carregassem, para que os coatitas não morressem. Eles também descobriam e armavam estas coisas na tenda no novo local. (Núm 4:5-15) Quando em marcha, os sacerdotes carregavam a arca do pacto. — Jos 3:3, 13, 15, 17; 1Rs 8:3-6.

Os sacerdotes eram responsáveis pelo toque das trombetas sagradas, provendo assim liderança definida ao povo, quando se armava ou se levantava o acampamento, nas convocações, quando se entrava em batalha ou se celebrava alguma festividade para Javé. (Núm 10:1-10) Os sacerdotes e os levitas estavam eximidos do recrutamento militar, embora servissem como tocadores de trombeta e cantores diante do exército. — Núm 1:47-49; 2:33; Jos 6:4; 2Cr 13:12.

Quando os sacerdotes estavam de serviço no santuário, seus deveres incluíam o abate dos sacrifícios trazidos pelo povo, aspergir o sangue sobre o altar, retalhar os sacrifícios, manter aceso o fogo no altar, cozinhar a carne e aceitar todas as outras ofertas, tais como as ofertas de cereais. Deviam cuidar dos assuntos relacionados com impurezas contraídas por pessoas, bem como os votos especiais delas, e assim por diante. (Le caps. 1-7; 12:6; caps. 13-15; Núm 6:1-21; Lu 2:22-24) Cuidavam das ofertas queimadas da manhã e da noitinha, e de todos os outros sacrifícios oferecidos regularmente no santuário, exceto aqueles que cabiam ao sumo sacerdote ofertar; queimavam incenso no altar de ouro. (Êx 29:38-42; Núm 28:1-10; 2Cr 13:10, 11) Aparavam as mechas das lâmpadas e mantinham estas supridas de óleo (Êx 27:20, 21) e cuidavam do óleo sagrado e do incenso. (Núm 4:16) Abençoavam o povo nas assembléias solenes na maneira delineada em Números 6:22-27. Mas nenhum outro sacerdote podia estar no santuário quando o sumo sacerdote entrava no Santíssimo para fazer expiação. — Le 16:17.




Os sacerdotes eram primariamente os privilegiados em explicar a lei de Deus, e eles desempenhavam um importante papel no judiciário de Israel. Nas cidades concedidas aos sacerdotes, eles estavam disponíveis para ajudar os juízes, e também serviam junto com os juízes em casos extraordinariamente difíceis, além da capacidade de decisão dos tribunais locais. (De 17:8, 9) Exigia-se que estivessem presentes com os anciãos da cidade nos casos de assassinato não solucionado, a fim de assegurar que se seguisse o procedimento correto para remover da cidade a culpa de sangue. (De 21:1, 2, 5) Quando um marido ciumento acusava a esposa de adultério secreto, ela tinha de ser levada ao santuário, onde o sacerdote realizava a cerimônia prescrita, na qual se apelava para o conhecimento de Javé sobre a verdade da inocência ou da culpa da mulher, em busca do Seu julgamento direto. (Núm 5:11-31) Em todos os casos, o julgamento feito pelos sacerdotes ou pelos juízes designados tinha de ser respeitado; o desrespeito deliberado ou a desobediência incorria na pena de morte. — Núm 15:30; De 17:10-13.

Os sacerdotes eram instrutores da Lei para o povo, lendo-a e explicando-a aos que vinham ao santuário para adoração. Também, quando não estavam em serviço designado, tinham ampla oportunidade de dar tal ensino, quer na área do santuário, quer em outras partes do país. (De 33:10; 2Cr 15:3; 17:7-9; Mal 2:7) Ao retornar de Babilônia a Jerusalém, Esdras, o sacerdote, ajudado por outros sacerdotes, junto com os levitas, reuniu o povo e gastou horas lendo e explicando a Lei para eles. — Ne 8:1-15.

A administração sacerdotal serviu para salvaguardar a nação em pureza religiosa, bem como em saúde física. O sacerdote devia julgar entre o puro e o impuro em caso de lepra dum homem, duma vestimenta ou duma casa. Ele cuidava de que se cumprissem os regulamentos legais de quarentena. Oficiava também na purificação daqueles que tinham sido aviltados por um cadáver ou que eram impuros por causa dum fluxo doentio, e assim por diante. — Le 13-15.